As melhores LeR em fevereiro

As melhores LeR em fevereiro

Como já vem sendo habitual, apresento uma pequena listagem das melhores LeR (Leituras e/ou Releituras) que realizei em fevereiro no que toca à banda desenhada e livros ilustrados.

Em fevereiro, houve (re)leituras intelectualmente estimulantes e outras que, embora não o sendo, foram prazerosas, ou não tivesse sido realizada uma seleção eclética. E as demais, aquelas pelas quais dei o tempo mal empregue, obviamente não surgem aqui listadas. Ao olhar para as obras presentes neste artigo, consigo individualizar vários dos rumos traçados – o acompanhamento da produção nacional, a exploração de trabalhos independentes europeus e americanos (norte e sul) disponibilizados em língua portuguesa/inglesa/francesa, a interação com a BD infantojuvenil publicada no nosso país ou a curiosidade em revisitar séries iniciadas há décadas para lhes conhecer o final (ou quase).

Espero que fevereiro também tenha sido generoso com os  leitores, pois isso certamente providenciará muitas partilhas, indicando-me outros trilhos a seguir e mundos a explorar.

Como referi anteriormente, sublinho que, se por um lado, as obras (re)lidas em fevereiro podem não ter tido data de lançamento naquele mês ou ano, por outro não realizei a leitura da totalidade das publicações lançadas no mês supramencionado.

Sob a forma de listagem, onde se pode descobrir mais sobre as obras em causa quando essa informação está disponível neste espaço:
Stripburger 62 – VA (2013)
Kafka – David Zane Mairowitz & Robert Crumb (Fantagraphics, 2007)
Pyongyang: A Journey in North Korea – Guy Delisle (Drawn & Quarterly, 2005)
A Viagem do Elefante – João Amaral (baseado na obra de José Saramago) (Porto Editora, 2014)
Yeshuah: Onde Tudo Está – Laudo Ferreira (Devir Brasil, 2014)
Will Eisner Sketchbook (new edition) – Will Eisner (Dark Horse, 2004)
Mundos em Segunda Mão – Aleksandar Zograf (MMMNNNRRRG, 2011)
Good-bye, Chunky Rice – Craig Thompson (Top Shelf, 1999)
The Amateurs – Conor Stechschulte (Fantagraphics, 2014)
Aline et les autres – Guy Delisle (L’Association, 1999)
Crumbs – VA (Kingpin, 2014)
Círculo Completo – Mário César (Balão, 2013)
Ciranda da Solidão – Mário César (Balão, 2011)
– Km Blues – Daniel Esteves & Wanderson de Souza (2012)
Hiper Disney 27 – VA (Goody, 2015)
Disney Especial 15: Cinema – VA (Goody, 2015)
Disney Comix 114 – VA (Goody, 2015)
Disney Comix 115 – VA (Goody, 2015)
Disney Comix 116 – VA (Goody, 2015)
Disney Comix 117 – VA (Goody, 2015)
XIII 8: Operação Montecristo / O Ouro de Maximiliano – Jean Van Hamme & William Vance (Asa, 2015)
XIII 9: A Versão Irlandesa / O Último Assalto – Jean Van Hamme, William Vance & Jean Giraud (Asa, 2015)
Os Incontornáveis de Banda Desenhada 3: XIII Mystery: Mangusto / Irina – VA (Asa, 2011)
Ronda Noturna – VA (Zarabatana, 2014)
– O Louco, a Caixa e o Homem – Daniel Esteves & Will (Via Lettera, 2011)
São Paulo dos Mortos – VA (HQ em Foco, 2013)
Malu: Memórias de uma Trans – Cordeiro de Sá (RPHQ, 2013)
A Lei de Canon – Mark Millar, Kek-W & Chris Weston (Mythos, 2014)

Fico a aguardar a partilha das vossas melhores (re)leituras no mês passado nos comentários.

19 comentários em “As melhores LeR em fevereiro

  1. Olá Nuno,
    Desta vez antecipo-me e comento as tuas melhores leituras de Fevereiro, antes que faças o mesmo às minhas, que podem ser vistas aqui: http://asleiturasdopedro.blogspot.pt/2015/03/melhores-leituras-de-fevereiro.html
    De comum, temos apenas um título, o Crumbs, uma espécie de catálogo (de alguma) da banda desenhada portuguesa actual.
    para além dele, da tua lista já li A Viagem do Elefante, Yeshuah (muito bom), XIII (colecção obrigatória), Mundos em Segunda Mão e Goodbye Chunky Rice (a curiosa estreia do autor de Blankets e Habibi).
    Na minha lista de obras a comprar está há algum tempo o Pyongyang e ‘invejo’ os muitos títulos brasileiros que lá tens…

    Continuação de Boas leituras!

    1. Olá, Pedro!
      O Pyongyang vai ser lançado pelo selo editorial Biblioteca de Alice da Devir, pelo que é uma excelente oportunidade para leres a obra.
      Quanto ao Good-bye, Chunky Rice, a sua releitura prendeu-se com a releitura de Habibi. Não sou o maior fã de Blankets e considerei que em Habibi era marcante o amadurecimento do autor entre um livro e outro. Fui então reler o Chunky Rice, do qual já não me lembrava bem, para verificar como tinha sido esse livro pré-Blankets. Foi uma boa releitura!
      Abraço,
      Nuno

  2. OLá, Nuno! Uma curiosidade: onde conseguiste a Malu???

    Aqui, minhas melhores aquisições oram alguns tijolos da Disney que retornaram às bancas pela metade do preço. Li uma delas e gostei bastante. Também gostei de algumas mensais Disney aqui.

    Abraços. Tudo de bom!

  3. LI e adorei os Batman Gotico e Presa,vou a meio do Detective.Fora isso acabei os issues Winter Soldier Brubaker do 6-14,e comecei os Issues Grayson 1-4.Li tambem o Dc comics Presents 1 Dark knight.Dark City que podia facilmente entrar nessa coleção Batman e Simpsons.Via digital li Star Trek 1-4 e Mortal Kombat 10 do 3-ao 7.

    1. Olá, Manuel!
      Fiquei surpreso de ainda não teres lido Gótico e Presa, dado já terem sido distribuídos em Portugal pela Abril há bastantes anos. Apenas Detective foi distribuído pela Panini mais recentemente…
      Das leituras em inglês, quais recomendas?
      Abraço,
      Nuno

      1. Não tinha lido Gótico e Presa, porque na epoca lia Batman muito raramente só alguns formatos americanos mensais e a gn Digital Justice.
        Grayson e Winter Soldier são muito bons a nivel de ação/espionagem,e se gostares de Beat them ups Mortal Kombat.

  4. Volto a não ter lido nenhuma das leituras listadas, embora o Stripburger me pareça interessante. Pensei em comprar o Lei de Canon mas pareceu-me absurdamente caro para o formato (que acaba por ser apenas uma revista).
    No entanto, nos últimos meses não tenho lido muitas leituras novas, ressalvando apenas o último Júlia. Li ainda o Contrato com Deus embora tenha achado umas histórias melhores que as outras.
    Das releituras relevo alguns números de Doc Frankenstein e Samurai Cowboy, The Punisher (Ennis) 1-6, Gear (Doug ten Napel) e 1963 Comics (Moore)
    De momento estou também a reler From Hell do sr Moore (que considero, do ponto de vista técnico, dos mais soberbos trabalhos no género “graphic novel”) e The Secret of the Swamp Thing (Wein).
    Espero contudo para o mês que vem já ter algumas leituras novas a comentar.

    1. Olá, V!
      Está explicado então o teu silêncio no mês passado 😉 É sempre complicado fazermos (e lermos) tudo o que pretendemos 🙂 Já escrevi tantas intenções de leituras nos comentários desta rubrica… Quando, por acaso, releio alguma, lá me dou conta que adiei mais esta ou aquela leitura 🙂
      O Stripburger #62 foi a minha primeira exposição a essa publicação e recomendo esse número vivamente! Pretendo (mais uma intenção?!) tentar verificar o conteúdo de outros números!
      Quanto à Lei de Canon, apreciei bastante mais o desenho que o argumento.
      Das tuas releituras, fiquei com vontade de reler From Hell. Faz tanto tempo que a li… certamente, poderei atualmente apreciar a BD de outra forma…
      Ah, o tempo, o tempo…
      E sempre que te vejo mencionar a Júlia, relembro o plano adiado de (re)ler toda a série até à fase que nos chega às bancas 🙂
      Abraço,
      Nuno

      1. Sem dúvida, Nuno. O tempo é o recurso mais precioso…
        O From Hell, à luz desta releitura, parece ser das poucas obras gráficas que se apresenta com profundidade e, até, volume, para se equiparar a um romance literário. Do volume explico pelo facto de que o género, sendo eminentemente visual, acaba por produzir leituras efémeras. Quantas vezes não li (como imagino muitos senão todos de vós) livros de “BD”/histórias aos quadradinhos/”graphic novels” duma só assentada? O From Hell pode ter uma leitura densa mas isto dá-lhe uma dimensão mais introspectiva e ponderada. Para mim, ler um livro não é um acto que se processa apenas quando folheio as páginas mas sim, de outro modo, durante todo o período que decorre entre o momento que o começo a ler, até ao momento em que o acabo, incluindo todos os intervalos de “repouso” onde, mesmo que inconscientemente, posso ruminar sobre ele. Este livro, especificamente, tem assim um volume suficiente que permite esses momentos de absorção passiva da leitura.
        Por outro lado, tem também uma grande profundidade de conteúdo, mesmo que as referências contextuais sejam demasiado frequentes (mas assim é o sr Moore), com um excelente trabalho de pesquisa bem aparente e uma harmonia extraordinária entre o que é escrito e o que é desenhado. Por outro lado, é uma obra eminentemente artística (no sentido concepcional), não se notando nenhuma ambição aparente de produzir uma obra comercial ou de entretenimento.
        Sendo que (ainda) não considero o género ao nível de outras formas de arte, logo não o colocando ao nível dum Moby Dick ou dum Don Quixote, já não tenho problemas em dizer que seria “o” Moby Dick ou “o” Don Quixote (ou “o” Citizen Kane) das “graphic novels”. Para mim, claro está!
        A Júlia continua a ser a única série mensal que antecipo e que me dá realmente gozo em ler. Apercebi-me disso com as recentes alterações à revista dos Simpsons (menos páginas e pior papel, mesmo preço) e do Juiz Dredd (qualitativamente igual, mais caro) pois se isso voltar a acontecer com a Julia (lembrando as constantes subidas de preço que a Mythos tem implementado), estou tramado porque não me vejo a deixar de a comprar! “Felizmente” há sempre aqueles meses de folga hehe…
        Desculpai este grande texto, fica para compensar a ausência do mês passado

        1. V:
          Assim não vale… ainda fiquei com mais vontade de reler o From Hell 😀
          Quanto às alterações de preço, os leitores brasileiros queixam-se frequentemente dos preços praticados pela Mythos (certamente, devido às tiragens) e o preçário português é bastante superior devido ao envio dos exemplares para o nosso país. Relativamente à Júlia, o último aumento no Brasil foi de R$ 0,80 no #112; veremos se isso se traduzirá num aumento em Portugal. Quanto ao atual preço português de Juiz Dredd Megazine, era o preço inicialmente anunciado. Ou seja, o que aconteceu foi uma espécie de “desconto” nas primeiras edições…
          No que toca à redução das páginas e qualidade do papel dos Simpsons, sem alteração do preço, é, sem dúvida, um mau prenúncio… É, no entanto, de louvar a editora na tentativa de procurar soluções de compromisso. Passados tantos meses, continuo a receber mensagens de jovens tristes com o cancelamento de Real Life, por exemplo.
          Abraço,
          Nuno

          1. “No que toca à redução das páginas e qualidade do papel dos Simpsons, sem alteração do preço, é, sem dúvida, um mau prenúncio… É, no entanto, de louvar a editora na tentativa de procurar soluções de compromisso”

            E eles ainda mantem em catalogo as ediçoes antigas e redistribuem,ao contrario das Paninis que pura simplesmente cancelaram a linha toda.

          2. Manuel:
            É a diferença entre uma editora portuguesa que criou infraestruturas suficientes para os seus leitores e uma editora espanhola pertencente a um grupo italiano, sem nenhum tipo de proximidade com os leitores portugueses.
            Abraço,
            Nuno

          3. V:
            O que menos gosto neste processo é que a um aumento de R$0,70 no Brasil (cerca de €0,21) corresponde um aumento de €1,00 em Portugal.
            Neste momento, a Júlia #111 custa-nos €9,00 (equivalente a cerca de R$29,70), ao invés do preço de capa R$19,80 (cerca de €6,00). Paga-se mais €3,00 (ou mais R$9,90) por revista do que o PVP brasileiro devido a despesas de envio.
            A partir do #112, passará a custar €10,00 (equivalente a cerca de R$33,03), ao invés do preço de capa R$20,50 (cerca de €6,21). Pagar-se-á mais €3,79 (ou mais R$12,53) do que o PVP brasileiro por revista…
            Abraço,
            Nuno

          4. Relativamente às revistas da Mythos se já não as comprava porque já eram caras e se vão ficar ainda mais caras, não será agora que irei comprá-las.

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