Foguetão integral

Foguetão integral

O Foguetão – semanário juvenil para o ano 2000 foi uma publicação infantojuvenil publicada em 1961 que se encontra atualmente disponível para leitura integral online na Hemeroteca Digital das Bibliotecas Municipais de Lisboa (BLX).

Com direito a apenas 13 números publicados entre 4 de maio de 1961 e 27 de julho de 1961, esta publicação era propriedade da Empresa Nacional de Publicidade (ENP), impressa nas oficinas gráficas do Anuário Comercial de Portugal e editada por M. M. Motta Cardoso.

O seu mentor e diretor, Adolfo Simões Müller, célebre nome da literatura infantojuvenil, trazia a experiência dos jornais infantis O Papagaio, Diabrete, Cavaleiro Andante e João Ratão, tendo ainda sido o responsável por diversos suplementos, como Quadradinhos n’A Capital e Nau Catrineta no Diário de Notícias.

Com um preço de 2$50, apresentava um formato de 30×42 cm, sendo a banda desenhada impressa a cores (por vezes, a duas cores) ou a preto e branco. Foi o local nacional de estreia de Astérix (sem acento agudo), bem como de Tintin a cores. Publicou sobretudo BD franco-belga mas também britânica e norte-americana, sendo a ficção científica, a aventura, o policial, o mistério e o humor alguns dos géneros explorados.

A ideia coletiva da exploração espacial, o futuro e o virar do milénio serem temáticas interligadas foram expressas no título, subtítulo e BD de abertura da publicação, através da banda desenhada britânica Dan Dare, aqui denominada Capitão Marte. Com direito a 1 página (ou pouco mais) por número, eis as diferentes BD publicadas na revista:
– Dan Dare (As Aventuras de Capitão Marte, Piloto do Futuro): O Planeta Desconhecido (Foguetão #1-13);
– Jean Valhardi (Valente): O Sol Negro (Foguetão #1-13);
– Astérix (Asterix): O Guerreiro Gaulês (Foguetão #1-13);
– Tintin (Tim-Tim): Tintin au Tibet (Foguetão #1-13);
– Sexton Blake (Sexton Blake e a Scotland Yard): O Olhar do Ídolo (Foguetão #1-13);
– Tanguy & Laverdure (Michel Tanguy): Céu de Glória (Foguetão #1-13);
– Blake & Mortimer: A Armadilha Diabólica (Foguetão #1-13);
– Thorne McBride (Joe Tormenta): O Rapto do Cientista (Foguetão #3-11);
– Gaston Lagaffe (Zacarias): Desventuras de Zacarias (Foguetão #2-6 e 8-12), sob o formato de tira.

Como se pode verificar, nos 3 meses da sua existência este semanário publicou um número considerável de autores, como Frank Hampson, Uderzo, Goscinny, E. P. Jacobs, Hergé e Jijé, entre tantos outros.

As bandas desenhadas incompletas continuariam a sua publicação em Cavaleiro Andante. Refira-se ainda que Foguetão iniciou também um suplemento, denominado Bip Bip, patrocinado pela petrolífera BP e onde se publicava, entre outras BD, Michel Vaillant. Este suplemento viria a transitar para o Cavaleiro Andante e será abordado num próximo artigo.

O Foguetão tem sido alvo de análises de diversos autores, facto que não será estranho a: a) ter sido contemporâneo de gerações vivas de leitores; b) publicar séries de banda desenhada que permanecem conhecidas e são facilmente identificáveis; e c) o seu insucesso comercial, que motivou o lançamento de poucos números (e páginas), facilitando a análise do conjunto da publicação. A ficha técnica das BLX sobre a publicação pode ser lida aqui.

Um prospeto promotor do lançamento do Foguetão pode ser lido aqui e cada um dos seus números em:

1   |   2   |   3   |   4   |   5   |   6   |   7   |   8   |   9   |   10   |   11   |   12   |   13

4 comentários em “Foguetão integral

  1. Não sendo da minha geração, nem sequer conhecia esta revista (herdei apenas os O Camarada do meu pai) no entanto aprecio o estilo e não deixo de aplaudir o esforço que foi resgatá-la para republicação.
    Como não podia deixar de ser, se as histórias aos quadradinhos (até por serem de autores e séries de nomeada) já as conhecemos, o que se ganha aqui são as preciosidades da edição portuguesa da época, desde os concursos, as previsões futurísticas, “as lições de José Águas” (!)… enfim, uma quantidade enorme de conteúdo em apenas 13 números,.. está aqui um belo documento histórico
    valeu!

  2. .
    .
    Fiquei agradavelmente surpreendido com a divulgação na internet dos 13 números de o “Foguetão”. Também me invadiu uma sensação nostálgica ao recordar o que então, com 15 anos, escrevi e está reproduzido na página 2 do número 10.

    Indiscutivelmente que sem a internet as memórias também seriam conservadas, mas com a internet a divulgação das mesmas está à distância de um “clic”

    Parabéns por este trabalho.

    Rui Narciso

    1. Olá, Rui!
      Neste caso, os parabéns destinam-se à Hemeroteca Digital das Bibliotecas Municipais de Lisboa. Atendendo a ser uma plataforma pouco conhecida, realizámos essa divulgação há 3 anos, aproveitando para dar a conhecer a série Foguetão àqueles que a desconheciam, bem como relembrar os antigos leitores da existência da mesma, como foi o caso do Rui. Ficamos contentes pelo prazer que proporcionámos com este artigo.
      Boas leituras,

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