Leitura Recomendada 2.2

Leitura Recomendada 2.2

Após duas primeiras incursões, prosseguimos hoje com a construção da Leitura Recomendada, a segunda versão da bedeteca ideal do bandasdesenhadas.com. Desta biblioteca imaginária constam secções dedicadas às edições de banda desenhada de países de língua portuguesa e edições de banda desenhada de países de língua estrangeira, bem como uma terceira secção dedicada aos livros ilustrados.

leituras recomendadas

Relembra-se que, dado se ter realizado um vero reinício, ao invés de um upgrade, regressou-se a uma fase inicial, repleta de obras obrigatórias em falta, o que não deve ser preocupante, uma vez que, com as novas entradas que forem ocorrendo, será pacientemente construída e focalizada não nas omissões mas no que consta da mesma, pois da abrangência se encarregará o tempo.

Ao invés de atualizações invisíveis duma simples listagem que, com o passar do tempo, se torna de dimensões consideráveis, este novo modelo destaca cada uma das obras que a passa a integrar. Convidamos também os nossos visitantes a manifestarem-se nos comentários destes artigos sobre cada uma das leituras recomendadas.

Ao longo do mês de março, serão realizadas 5 atualizações da lista, com 12 obras em cada uma delas, sendo esta a terceira delas. Parece-nos importante sublinhar que não se pretende que tais obras sejam consideradas as 60 obras fulcrais. Trata-se somente de um início possível para as recomendações, que tem parcialmente em conta obras recentemente lidas e outras que já constavam da primeira versão da nossa bedeteca ideal, bandas desenhadas facilmente encontradas no mercado livreiro e outras de obtenção mais difícil mas cuja leitura se deve manter viva, e publicações quer em edição nacional quer em edição estrangeira… E, tal como na versão anterior, há um capítulo separado dedicado ao livro ilustrado.

Os editores interessados na utilização do logo Leitura Recomendada nas suas publicações, poderão verificar os procedimentos aqui.

BEDETECA (PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA)

MarvelsLEVOIR_MARVEL_N15_23jul_cTítulo: Marvels Marvels: Através da Objectiva
Autores:
 Kurt Busiek & Alex Ross + Kurt Busiek & Jay Anacleto
Editora: Levoir, 2014+2015
Apresentação: 224 + 152 páginas | cores | capa dura
Língua: português
Faixa etária alvo: adolescentes e adultos
Descrição: Uma das inovações de Marvels foi o argumento de Busiek, que narrava três décadas da história do Universo Marvel, vistas pelos olhos de um homem comum, Phil Sheldon, um jornalista que testemunha a interação entre o fantástico e o mundano, e faz a crónica desse mundo cheio de maravilhas. Ele habita numa Nova Iorque fantástica, habitada por super-heróis e vilões, mutantes e tecnologias futuristas, ameaçada por invasões extraterrestres e desastres de toda a ordem. A arte de Alex Ross confere à série o tom realista de que necessita para imergir o leitor no conceito de que seria realmente daquela forma que o homem comum veria as maravilhas (no óbvio jogo de palavras com o nome da Editora) e os menos maravilhosos. A BD foi galardoada com três prémios Eisner. Já sem o dom de surpreender e com um tom mais sombrio do que a primeira série, a sequela Marvels: Através da Objectiva continua e encerra a narrativa, prosseguindo com a fórmula de registo de inúmeras referências à história do Universo Marvel.
Nota: Marvels foi publicada originalmente em 4 comic books pela Marvel entre janeiro e abril de 1994, à qual se seguiu um prólogo (#0) em agosto. Marvels: Através da Objectiva foi originalmente publicada em 6 comic books entre fevereiro de 2009 e abril de 2010. Em Portugal, Marvels foi publicada na série Universo Marvel (#7) e Marvels: Através da Objectiva foi publicada na série Poderosos Heróis Marvel (#15), ambas distribuídas com o jornal Público. Existe uma publicação anterior de Marvels, editada pela BdMania em 2009.
Mais informação: ler aqui e aqui.

pugilistaTítulo: O Pugilista
Autores:
 Reinhard Kleist
Editora: Polvo, 2015
Apresentação: 192 páginas | preto e branco | capa mole com badanas
Língua: português
Faixa etária alvo: adultos
Descrição: Esta obra é baseada na vida do judeu polaco Hertzo Haft, o qual ainda não tinha 16 anos de idade quando iniciou o seu percurso pelos campos de trabalho forçado e pelos campos de extermínio nazis. Chegou a estar em Auschwitz onde, para diversão dos oficiais das SS, teve de lutar boxe contra outros prisioneiros. É ainda narrada a sua fuga e o confuso período pós-guerra, até ao recomeço como pugilista profissional nos Estados Unidos da América, onde enfrentou o lendário Rocky Marciano. Reinhard Kelist torna a narrativa também numa busca por um amor perdido e a aproximação da relação entre Haft e o seu filho, através da partilha da sua história. A obra foi galardoada com vários prémios na Alemanha e em França, nomeadamente o melhor livro infantil ou juvenil de não-ficção, o melhor livro alemão no Festival de Munique e o Grande Prémio do Festival de Lyon.
Nota: Esta obra foi inicialmente publicada entre março e setembro de 2011 no jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung em 111 pranchas, tendo vindo a ser lançado pela editora alemã Carlsen no ano seguinte.
Mais informação: ler aqui e aqui.

Título: Salazar – Agora, na Hora da sua Morte
Autores: João Paulo Cotrim & Miguel Rocha
Editora: Parceria A. M. Pereira, 2006
Apresentação: 210 páginas | três cores | capa mole com badanas
Língua: português
Faixa etária alvo: adultos
Descrição: Trata-se de uma interpretação da vida de António Oliveira Salazar, estadista nacionalista português que dirigiu os destinos de Portugal como presidente do Ministério de forma ditatorial entre 1932 e 1933 (Segunda República) e como Presidente do Conselho de Ministros entre 1933 e 1968 (Estado Novo), tendo os autores da obra optado por um enredo ficcional, extremamente bem documentado, ao invés de uma biografia clássica. Foram utilizadas inovadoras soluções gráficas para a construção das páginas (por vezes, duplas), recorrendo a imagens desfocadas, colagens ou fotomontagens que dão vida a diferentes composições das pranchas. Quanto à cor, optaram por um esverdeado/amarelo-ocre. Galardoado com os prémios para melhor álbum, argumento e desenho português no 17.º Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora, bem como de melhor álbum e desenho nacionais nos V Troféus Central Comics.

Título: A Arte de Jiro: O Homem que Caminha
Autora:
 Jiro Taniguchi
Editora: Panini, 2005
Apresentação: 148 páginas | preto e branco | capa mole
Língua: português
Faixa etária alvo: adolescentes e adultos
Descrição: Acredita-se que o estereótipo da banda desenhada japonesa ou manga como aquela na qual impera somente o género de fantasia e aventuras samurais e similares está atualmente menos vincado. A provar que o manga tem outras escolas que não necessariamente as que têm maior visibilidade, esta obra foi a primeira de Jiro Taniguchi, um dos mais prestigiados autores japoneses, editada em Portugal. Num registo intimista e de grande serenidade, que o aproxima do cinema de Yasujiro Ozu e Kenji Mizoguchi, Taniguchi dá-nos a conhecer em páginas de grande beleza, a vida de um homem que mesmo na grande cidade consegue encontrar a harmonia com a natureza. Com um número reduzido de diálogos e com um argumento aparentemente simples mas que obriga a utilizar toda a imaginação (de que outra forma conseguiria o autor manter os leitores interessados em pequenos episódios referentes a igual número de passeios de um adulto pela capital do Japão, na redescoberta da paisagem desta, especialmente interessado na sua vertente bucólica?), o grande trunfo de Taniguchi são os belos desenhos com que a ilustra, conferindo um nível poético à narrativa.
Nota: Este livro contém a série O Homem que Caminha, originalmente publicada pela Kodansha na revista nipónica Morning Party entre 1990 e 1991. Em Portugal, a obra integrou a Série Ouro – Os Clássicos da Banda Desenhada (#19) distribuída com o jornal Correio da Manhã.

psicoseTítulo: Psicose
Autores:
Miguel Costa Ferreira & João Sequeira
Editora: El Pep, 2013
Apresentação: 64 páginas | preto e branco | capa dura
Língua: português
Faixa etária alvo: adolescentes e adultos
Descrição: Esta antologia reúne 4 trabalhos dos autores Miguel Costa Ferreira (argumento) e João Sequeira (ilustração), contendo ainda alguns extras relativos à ilustração. Psicose, a banda desenhada mais recente e longa, segue um inominado homem alienado que tenta uma fuga ao internamento, enquanto se dão algumas revelações (ou não). As restantes três obras – República, Movimento Perpétuo e The Road – antecederam a BD que dá título ao volume e tiveram por mote diferentes concursos. Os traços e texturas de Sequeira dão o tom homogéneo à obra, permitindo apreciar as diferentes soluções que vai encontrando nos trabalhos sucessivos.
Nota:
Os autores conheceram-se na Tertúlia BD de Lisboa, na qual surgiu a vontade mútua de uma colaboração. Praticamente sem se conhecerem ainda, produziram a obra vencedora no seu escalão do concurso do BD Amadora 2010. Perante o inesperado mas motivador sucesso, criaram mais uma BD curta que viria a vencer o concurso do Festival Moura BD de 2011. Produziram ainda um obra em inglês, destinada a um concurso internacional sérvio. Decidiram então criar uma BD mais extensa, tendo surgido Psicose, história que dá nome ao livro que se apresenta como uma compilação de todos os trabalhos que surgiram da colaboração entre a dupla.

O_Espelho_de_MogliTítulo: O Espelho de Mogli
Autor:
Olivier Schrauwen
Editora: MMMNNNRRRG, 2014
Apresentação: 56 páginas | duas cores | capa dura
Língua: português
Faixa etária alvo: adolescentes e adultos
Descrição: Com um conjunto de obras internacionalmente reconhecidas inéditas no nosso país, a primeira obra de Olivier Schrauwen publicada em Portugal em nada o envergonha, tendo sido incluída na Sélection Officielle a concurso no Festival d’Angoulême 2012. Trata-se de uma banda desenhada muda mui livremente baseada no personagem d’ O Livro da Selva de Rudyard Kipling, onde é narrada uma tragicomédia com laivos de fantasia sobre o encontro do nosso selvagem com um símio. Mais que uma aventura, cria-se uma desventura obsessiva na procura de família e constituição de uma família que, aparentemente, se revelará não tão importante assim…
Nota: Edição independente com distribuição alternativa. Trata-se de uma edição com novo tratamento das cores, aumento de páginas e de formato do livro ‘Le Miroir de Mowgli’ (Ouvroir Humoir, 2011).
Mais informação: ler aqui.

 

Título: Little Nemo in Slumberland (2 volumes: 1905-1907; 1907-1908)
Autor:
 Winsor McCay
Editora: Livros Horizonte, 1990+1991
Apresentação: 96+96 páginas | cores | capa dura com sobrecapa
Língua: português
Faixa etária alvo: crianças, adolescentes e adultos
Descrição: Tão cedo quanto em 1905, o Mestre Winsor McCay explorava a forma e o conteúdo da BD, com conteúdos oníricos e poéticos impressos a cores em gigantes páginas de jornal, com um domínio excecional da inovadora disposição das vinhetas em cada prancha. Trata-se da primeira obra-prima da BD norte-americana.
Nota: Little Nemo in Slumberland foi originalmente publicada nos EUA sob a forma de tira dominical no New York Herald entre 15 de outubro de 1905 e 23 de julho de 1911, sendo rebatizada de In The Land of Wonderful Dreams quando passou a ser publicada no New York American, entre 3 de setembro de 1911 e 26 de julho de 1914. Voltaria a ser publicada sob o título original no Herald entre 3 de agosto de 1924 e 26 de dezembro de 1926. A edição da Livros Horizonte é uma tradução dos dois primeiros volumes da edição da compilação norte-americana da Fantagraphics em 1989. Em língua inglesa, destacam-se 2 edições. A nossa preferida são 2 obras editadas pela Sunday Press, no formato original, subintitulados So Many Splendid Sundays! (galardoada com um Eisner e 2 Harvey Kurtzman Awards em 2006) e Many More Splendid Sundays! (galardoada com um Eisner em 2009), de dimensões originais (uns generosos 41 x 53 cm), com um bom tratamento gráfico e uma seleção de Peter Maresca de cerca de 200 pranchas. Com um menor formato (cerca de 3/4) mas com 549 pranchas, existe a edição Winsor McCay: The Complete Little Nemo (Taschen, 2014).

Título: Edição Especial: Euro 2004
Autores:
 vários autores
Editora: Edimpresa, 2004
Apresentação: 194 páginas | cores | revista com lombada retangular
Língua: português
Faixa etária alvo: crianças, adolescentes e adultos
Descrição: Uma revista de banda desenhada Disney com a temática do futebol dificilmente reuniria um conjunto de histórias que mereceria destaque. No entanto, esta revista contém uma BD relacionada com um evento realizado em Portugal, o Euro 2004, denominada O Roubo da Taça do Euro. Mas não é o facto da ação decorrer em Portugal (Porto, Aveiro, Braga, Guimarães, Coimbra, Lisboa, Faro e Leiria) a razão do seu destaque, mas sim tratar-se na História da Banda Desenhada Disney da única BD portuguesa e da única escrita por um português, neste caso Paulo Ferreira, o então editor das revistas de BD Disney da Edimpresa. Quanto aos desenhos, ficaram a cargo do barcelonês Comicup Studio. A BD de 35 páginas é protagonizada pelo Tio Patinhas e os seus sobrinhos que, com a ajuda do Prof. Pardal, defrontam os Irmãos Metralha. Nenhuma das restantes BD da revista merece menção.
Nota: Edição Especial foi uma série aperiódica não numerada de BD Disney iniciada pela Abril/Controljornal e prosseguida pela Edimpresa. Quanto à BD O Roubo da Taça do Euro, nunca foi republicada em Portugal nem publicada em nenhum outro país.

BEDETECA (PAÍSES DE LÍNGUA ESTRANGEIRA)

The_Four_Immigrants_MangaTítulo: The Four Immigrants Manga: A Japanese Experience in San Francisco 1904-1924
Autor: Henry (Yoshitaka) Kiyama (ed. Frederik L. Schodt)
Editora: Stone Bridge Press, 1998 (EUA)
Apresentação: 152 páginas | preto e branco | capa mole
Língua: inglês
Faixa etária alvo: adolescentes e adultos
Descrição: Baseado na experiência do autor e dos seus amigos, a obra narra alguns episódios de quatro imigrantes japoneses em São Francisco, entre 1904 e 1924. Relata a sua chegada aos EUA e quarentena em Angel Island, bem como o terramoto de 1906 em São Francisco, a Exposição Internacional Panamá-Pacífico de 1915 ou a pandemia de gripe de 1918. Influenciado pelas tiras cómicas publicadas nos jornais da altura, foi desse modo que o autor concebeu a banda desenhada. O racismo está presente na obra, fruto de uma época em que tal era comum, com animosidades entre a população japonesa, chinesa, africana e norte-americana. O humor – frequentemente, manifestado através de cinismo – encontra-se praticamente omnipresente na BD. A obra é um importante documento histórico sociocultural dos EUA no início do século XX em banda desenhada, bem como um dos primeiros livros norte-americanos de banda desenhada com material inédito (o primeiro, segundo alguns académicos, dependendo de como se define banda desenhada) .
Nota: Os 52 episódios em página dupla foram concebidos para serem publicados uma vez por semana num jornal de São Francisco em língua japonesa, mas tal não se verificou. Ao invés, foi realizada uma exposição com o material em 1927 e foi pela primeira vez autoeditado num único volume em 1931. A edição da Stone Bridge é a primeira e única em língua inglesa. A edição mais recente foi editada pela Shimpu no Japão em 2012.

Título: Six Novels in Woodcuts
Autor:
 Lynd Ward (Art Spiegelman, ed.)
Editora: The Library of America, 2010 (EUA)
Apresentação: 694+894 páginas | preto/laranja e branco | caixa de arquivo com 2 vols. em capa dura com sobrecapa
Língua: inglês
Faixa etária alvo: adultos
Descrição: Esta edição reúne em dois volumes as 6 wordless novels elaboradas em xilografia por Lynd Ward: Gods’ Man, Madman’s Drum, Wild PilgrimagePrelude to a Million YearsSong Without Words e Vertigo. Em 1926, na semana seguinte à sua licenciatura, Ward casou e partiu rumo à Europa por um ano. Aprendeu a arte da xilogravura com Hans Alexander Mueller na Academia de Artes Gráficas de Leipzig, sendo exposto ao trabalho e ideias do belga Frans Masereel e do alemão Otto Nuckell. Regressado aos EUA, elaboraria Gods’ Man, ao qual se seguiriam mais cinco romances gráficos. Esta edição contém ainda anotações e artigos de Art Spiegelman sobre as mesmas.
Nota: As 6 obras foram individualmente editadas entre 1929 e 1937. As obras estão disponíveis individualmente em edições da norte-americana Dover (com excepção de Prelude to a Million Years e Song Without Words, compiladas em conjunto).

ILUSTRAÇÃO

Título: Onde Vivem os Monstros
Autor:
 Maurice Sendak
Editora: Kalandraka, 2007
Apresentação: 48 páginas | cores | capa dura
Língua: português
Faixa etária alvo: crianças, adolescentes e adultos
Descrição: Castigado por causa das suas travessuras, sendo mandado para o quarto sem jantar, Max empreende uma viagem simbólica a partir daí até um lugar fantástico, atravessando um tempo mítico e enfrentando os seus próprios medos. Depois de se tornar no rei de uns monstros tão ferozes como insinuantes, regressa ao ponto de partida, onde o aguarda o jantar. Uma viagem de ida e volta, pelo tempo e pelo espaço, da realidade à ficção, sem que nada nem ninguém explique se essa metamorfose foi produto de um sonho ou de uma fantasia. Esta obra suscitou, na altura da sua publicação, uma certa polémica pelo tratamento nada exemplar para com as crianças, mas tornou-se num clássico da literatura infantil e juvenil e num referente imprescindível do seu género. Não só obteve a Medalha Caldecott (1964) e o American Book Award, como também foi eleito pelo “The New York Times Book Review” como um dos melhores livros ilustrados. Está recomendado pelo Plano Nacional de Leitura (PNL) para o 1.º ano de escolaridade. Onde vivem os monstros é um paradigma do álbum ilustrado pela sua perfeita conjugação entre palavra e imagem; uma história poética e singela, narrada com humor, com total economia expressiva e absoluta harmonia entre texto e imagem. Tudo se conjuga neste livro, pensado artisticamente até aos mais ínfimos detalhes: o jogo com a diagramação, o formato, a atmosfera quase mágica que cada página destila, a tensão do argumento e a combinação de palavras, sons e repetições. Assim, o tamanho das ilustrações segue ‘in crescendo’, à medida que o protagonista avança pelo mundo onírico, e as ilustrações ocupam a totalidade da página.
Nota: Publicado pela primeira vez nos EUA em 1963 pela Harper & Now. Foi adaptado ao cinema em 2009 por Spike Jonze com o título nacional “O Sítio das Coisas Selvagens”, tendo direito a um videojogo multiplataformas homónimo. O filme foi transposto para romance por Dave Eggers, um dos coautores, juntamente com o realizador, do guião do filme. O romance de Eggers acabou por divergir do guião, transformando-se num produto híbrido entre o original de Sendak, a adaptação de Jonze e a visão do próprio Eggers. Em Portugal, foi publicado pela Quetzal em 2009. O livro inspirado num filme inspirado num livro, foi também recomendado pelo PNL, desta vez para o 3.º ciclo de escolaridade.

lerdocelerTítulo: Ler Doce Ler
Autor:
 José Jorge Letria & Rui Castro
Editora: Booksmile, 2016
Apresentação: 40 páginas | cores | capa dura
Língua: português
Faixa etária alvo: crianças, adolescentes e adultos
Descrição: José Jorge Letria é um nome incontornável da literatura nacional infantil. Ler Doce Ler, recomendado para o 2.º ano, é um poema dedicado aos livros enquanto objetos e àquilo que a sua leitura pode proporcionar dentro de cada leitor. Rui Castro torna o poema ainda mais vivo, com desenhos e tons apelativos, nos quais se representam personagens (das mais anónimas ao Peter Pan, Alice, Principezinho e D. Quixote) e leitores (pequenos, pais e avós), prateleiras e sonhos, o seu aroma e as suas marcas, a sua real consumição pelo fogo e o voo dos sonhos…
Nota: Foi publicado originalmente em 2003 pela Terramar.
Mais informação: ler aqui.

A mais recente versão da listagem Leitura Recomendada para consulta pode ser obtida aqui. Regressamos para a semana com mais 12 recomendações de leitura.

10 comentários em “Leitura Recomendada 2.2

    1. Olá Nirvanes, certamente que é passível de ser encontrado, e presumo que sem grande dificuldade, no mercado de livros em segunda mão, off ou online.

      Boas leituras,
      Rodrigo.

      1. Para ser sincero nunca procurei no mercado segunda mão, nem conheço bem o mercado em segunda mão em Portugal. Alguma recomendação online para a BD? Ou no Porto?

  1. O Homem que Caminha e o Little Nemo são 2 dos meus favoritos. Se é verdade que o estilo de um e outro é radicalmente diferente, impedindo comparação, a verdade é que, curiosamente, são tanto um como o outro obras-primas da arte do detalhe.

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