Mônica: nenhum colecionador brasileiro vai querer perder a série portuguesa!

Mônica: nenhum colecionador brasileiro vai querer perder a série portuguesa!

Tal como no mês passado, apresenta-se a checklist de setembro de As Aventuras Mais Divertidas da Mônica, a comemoração portuguesa dos 50 anos da Mônica através da edição de uma série de 12 livros distribuídos nos quiosques com o Jornal de Notícias e Diário de Notícias:

Volume 10: O melhor presente do mundo (dia 1)
Aquele presente que estava na vitrine
Bem escondido até demais
Ela é pequena!
Um presente para papai!
Não sei o nome disso, mas é muito divertido!

Volume 11: A Fã Número Um (dia 8)
A Folha do Limoeiro
Pacote completo
O grande concurso angelical de cabeleiras
Meia confusão (inteira)
O mais belo jardim

Volume 12:  As 500 Edições da Mônica (dia 15)
Mistério cinquentão!
Os monstros do quarto da Mônica
Mônica é daltónica?

Finalizada a leitura, analisemos os 12 volumes da série como um todo. A razão do título deste artigo é simples: não existem muitas publicações da Turma da Mônica com tanta qualidade a nível de encadernação e qualidade de papel, quer quanto a brilho quer quanto a gramagem.  Essa é a razão do preço. Cada volume custa 4,95€ e contém 94 páginas. Se compararmos com as revistas importadas de 84 páginas, ao verificamos que o seu preço varia entre os 1,85€ e os 2,00€, apercebemo-nos de que a qualidade das edições tem um peso extremamente diferente no preço final dos exemplares. Inclusivamente, a série foi pensada como uma série limitada de volumes, ao ser construída uma imagem para o agrupamento correto das lombadas dos mesmos.

No entanto, adverte-se que não existem artigos a acompanhar a obra, nem a mesma pretende ser representativa dos 50 anos da personagem. As histórias selecionadas pertencem maioritariamente à era Panini, ou seja as publicações entre 2007 e a atualidade. Os autores mais velhos poderão estranhar a presença de alguns personagens secundários que eventualmente desconheçam, dependendo do ano em que deixaram de acompanhar as suas aventuras: Denise e Dudu (final dos anos 80), Marina, Do Contra, Carminha Frufru e Nimbus (anos 90), Duda, Dorinha e António Alfacinha (anos 2000).

A única exceção é a última história do último volume, curiosamente a primeira a ser publicada na revista Mônica #1 da Editora Abril, em 1970, entretanto republicada pela Panini na Coleção Histórica.

Sublinhe-se também que as histórias selecionadas são da Mônica enquanto protagonista e não de outros elementos da sua Turma. A derivada Turma do Bermudão, tal como os restantes elementos da Turma principal, aparece como coadjuvante ocasional. No que diz respeito às restantes turmas (Chico Bento, Bidu, Horácio, Penadinho, Tina, Piteco, Mata, Papa-Capim e Astronauta), elas apenas surgem no último número para comemoração de duas efemérides, com excepção notória das Turmas baseadas em personalidades futebolísticas (Pelezinho, Ronaldinho Gaúcho e Neymar Jr.) e da derivada Turma da Mônica Jovem, apesar de existirem muitas alusões a esta ao longo dos volumes.

Serão estas as aventuras mais divertidas da Mônica da era Panini? Depende do que se entende por mais divertidas. É uma alusão às histórias mais cómicas? Pretende significar as histórias com maior potencial de entretenimento entre os leitores? A expressão foi utilizada como sinónimo de melhores?

Independentemente destas questões, em 1067 páginas de BD há decerto um pouco de tudo para todos. É verdade que algumas histórias são bastante mais inspiradas que outras a nível de argumento. E será correto afirmar que algumas histórias têm mais potencial em agradarem, além das crianças, aos leitores mais velhos, do que outras.

Como já mencionou Pedro Cleto, estranha-se a numeração das páginas dos volumes, a iniciar na página 7, dando-nos a sensação que algumas páginas criadas aquando da conceção dos volumes foram sacrificadas (no entanto, sublinhe-se que não foram eliminadas páginas de banda desenhada). Termino, sugerindo, em complemento, a leitura da entrevista de Cleto a Maurício de Sousa, aquando do lançamento do primeiro volume, que pode ser lida aqui.

nota: as imagens das capas dos volumes 11 e 12 da série foram gentilmente fornecidas pela Levoir, as quais se agradecem e ilustram o texto. A capa do volume 10 foi retirada da Loja do Jornal.

5 comentários em “Mônica: nenhum colecionador brasileiro vai querer perder a série portuguesa!

  1. Enanenes, infelizmente estas personagens na era Panini tornaram-se politicamente correctas. Eu fiz a colecção mas apenas para um memorial à minha juventude, porque estas histórias de hoje na sua maioria são uma grandessíssima seca! Já não têm aquele humor desbragado de antigamente, visto que estas personagens foram polidas para dar bons exemplos às crianças de hoje… (Yuckkk).
    Já cheguei à conclusão de que apenas as edições Históricas valem a pena deste mundo da Panini. Aí a Turma ainda é a Turma!
    😉

    Abraço

      1. Eu tenho as graphic novels!
        Aliás, fiz críticas às duas primeiras, visto que recebi os livros “na hora”…
        Óptimas publicações!
        A do Chico Bento é capaz de estar a meio do Atlântico…
        😀
        Aliás, nem podes comparar estas publicações com as outras (das revistinhas) visto que as idade alvo são completamente diferentes.

        E para pontuar o meu primeiro comentário posso-te dizer que a minha filha de 9 anos lê muita BD. E ela sente bem a diferença entre a Turma da Mónica da Abril, e estas da Panini, e diz-me:
        – Pai, se puderes comprar das antigas… compra! Eu prefiro 1000 vezes.
        😉
        Tá tudo dito!
        😀

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