Ontem, chegou às bancas o 100.º número da revista de banda desenhada mais antiga em circulação em Portugal. E, como tinha referido aquando do 8.º aniversário da revista, trata-se da única revista em publicação cujo número tem 3 dígitos e, caso não seja cancelada, garantirá esse feito em exclusivo, no mínimo, durante 11 meses (momento em que a publicação semanal Disney Comix poderá atingir o 100.º número).
A revista Zero a Oito tem sofrido alterações, sendo as mais recentes a redução do formato e do número de páginas sofrida há alguns meses. O que se mantém omnipresente são os brindes em cada edição. A editora tem também publicado diversas revistas de atividades e produtos afins, tendo como público-alvo, essencialmente, meninas/jovens entre os 6 e 12 anos, embora atinja com menor expressão idades mais novas e mais velhas, bem como elementos do sexo masculino. A nível de banda desenhada, foi também publicada em 2011 o spin-off PopPixie.
Inicialmente, a revista das Winx rivalizava nas bancas com a revista da Disney dedicada às W.i.t.c.h., criada por Elisabetta Gnone, Alessandro Barbucci e Barbara Canepa e publicada pela Edimpresa, título que na entrevista que realizei na altura ao diretor Paulo Ferreira, se revelava ser de sucesso e originou inclusivamente a reunião das das primeiras revistas em dois volumes de capa dura comercializados em livrarias. Ao contrário das W.i.t.c.h., criadas originalmente em BD e que posteriormente deram origem a 2 temporadas de desenhos animados, as Winx, uma criação de Iginio Straffi, iniciaram-se no mundo animado televisivo (atualmente na quinta temporada e com uma sexta temporada com início anunciado para abril de 2014).
Certamente, esta presença da série de desenhos animados nos canais televisivos portugueses, tem contribuído para a longevidade da revista em Portugal, seguindo a fórmula italiana da revista criada inicialmente para as W.i.t.c.h. e que em 2001 demonstrou, com alguma surpresa, ser possível existirem revistas de banda desenhada comercialmente com sucesso destinadas ao público feminino. Para além da série televisiva, a franchise das Winx encontra-se presente numa quantidade infindável de vestuário e merchandise, bem como mais de uma dezena de videojogos (Nintendo DS, Wii, iOS, Windows, PlayStation 2, Game Boy Advance), filmes, peças de teatro e concertos (inclusive em Portugal) ou romances juvenis, entre outros. A omnipresença das personagens no quotidiano é certamente uma das explicações para esta ser a revista de BD mais antiga no nosso país, atualmente com uma tiragem de 15000 exemplares.
Para os que desejarem conhecer as revistas mais marcantes desta série, o número 100 destaca nove, tendo por base os personagens mais importantes da saga e as transformações evolutivas das fadas:
#1 – quando as protagonistas se conhecem;
#3 – quando surgem os personagens masculinos de Alfea, a escola de magia;
#5 – quando surgem as antagonistas;
#12 – quando ganham o seu primeiro poder mágico, denominado Charmix;
#15 – quando surge a Layla;
#33 – quando ganharam o poder Enchantix ao se sacrificar por alguém;
#50 – quando se tornaram professoras em Alfea e ganharam o poder Believix;
#94 – quando ganharam o poder Harmonix;
#100 – quando ganham o poder Sirenix.
Nas 44 páginas do número 100, 25 são dedicadas à BD:
O poder da voz
(Winx Club italiana #108 – L’urlo della Banshee; março de 2013)
Argumento: Nicola Venanzetti
Desenho: Lucia Baletti
Arte-final: Alessandro Battari
Como tinha noticiado anteriormente, esta revista indica como concorrer ao passatempo que permite ganhar um cruzeiro Winx de 9 dias e 8 noites para 4 pessoas.
É ainda indicado como participar noutro passatempo para assistir ao espetáculo musical das Winx.
O brinde distribuído com este número é um DVD com 15 videoclips, cantados em italiano ou inglês. Entretanto, já é conhecido o brinde que será distribuído com o n.º 101, em janeiro – um kit de missangas.
Fundador e administrador do site, com formação em banda desenhada. Consultor editorial freelance e autor de livros e artigos em diferentes publicações.
“Certamente, esta presença da série de desenhos animados nos canais televisivos portugueses, tem contribuído para a longevidade da revista em Portugal, seguindo a fórmula italiana da revista criada inicialmente para as W.i.t.c.h. e que em 2001 demonstrou, com alguma surpresa, ser possível existirem revistas de banda desenhada comercialmente com sucesso destinadas ao público feminino”
Já no masculino Aranha nem com a Panini por tras.Transformers na decada de 90 teve 18 numeros e Tartarugas não me lembro mas durou mais.O masculino ou tem mais revistas ou não ligado as bds das series!!!???
Caro Manuel:
A longevidade da revista Winx em Portugal certamente não se explica somente pela presença constante de desenhos animados na televisão, aos eventos nacionais e merchandise, à pouca concorrência nas bancas a nível de BD especialmente dedicada ao público feminino, à fórmula de incluir brindes e um número apreciável de artigos na revista…
Quanto às BD baseadas em séries televisivas com um target dirigido às crianças e jovens do género masculino, desconheço porque razão as que mencionas não “sobreviveram”.
Relembro que a publicação nacional de BD baseada em séries de desenhos animados tem longas décadas de existência. Apenas nos temos de lembrar, por exemplo, das BD dos anos 70 dedicadas a Heidi e Marco e, em menor número, a Vickie, o Viking.