O novo 300

O novo 300

No dia 6 de março estreia nas salas de cinema nacionais o filme 300: O Início de um Império (Rise of an Empire), realizado por Noam Murro e contando com a colaboração de Zack Snyder (o realizador do filme 300, em 2006) no argumento e produção.

Embora alicerçados em factos históricos, o cinema e a banda desenhada têm originado uma influência mútua no que toca a 300. A criação da minissérie de banda desenhada 300 publicada em 1998 por Frank Miller com colorização de Lynn Varley foi fortemente inspirada por um filme que Miller viu na infância – Os 300 Espartanos, realizado por Rudolph Maté (1962).

Publicada nos EUA pela Dark Horse,  a série arrebatou vários prémios entre os quais 2 Harvey em 1999 (melhor série e melhor cor) e 3 Eisner no mesmo ano (melhor série limitada, melhor autor completo, melhor cor). Em Portugal foi coligida em livro com capa dura pela espanhola Norma Editorial em 2005 (com os  primeiros 300 exemplares numerados e certificados). Numa pequena crítica que realizei em outubro de 2005, louvei a colorização e coloquei em causa o registo anatómico do desenho de Miller. Coloquei também em causa se o burburinho que a obra causou não estaria ligado a ser um género que se distancia do que era (e ainda é) o género principal de BD nos EUA, os super-heróis, com o nome de um autor desse género e vedeta de Hollywood a ser publicado por uma editora mainstream q.b. Adicionei-lhe ainda mais alguns pontos algo singulares no mercado norte-americano dos comics: o tema, as páginas no formato horizontal e de formato maior que o comic book. Teriam todos estes ingredientes contribuído para o reconhecimento do público e da crítica? Provavelmente, sim. Questionei também se a obra tivesse sido lançada na Europa por um autor europeu alcançaria o mesmo sucesso. De qualquer modo, concluí que era uma obra que não deveria passar despercebida.

A adaptação cinematográfica da BD surgiu em 2006. Tendo sido um sucesso do ponto de vista comercial, a crítica não foi unânime e os prémios recebidos foram menores e quase negligenciáveis. Apenas visionei o filme 3 anos e meio após ter sido exibido no cinema, tendo realizado a seguinte crítica:
(…) Na verdade, trata-se de um regresso às origens, visto que Miller se tinha baseado no filme Os 300 Espartanos de Rudolph Maté para a sua banda desenhada. Miller permitiu alguma liberdade histórica da batalha das Termópilas na sua BD – mais próxima da fantasia histórica -, pelo que não faz sentido avaliar tal no filme que lhe deu origem e que se mantém bastante fiel aos comics, tendo o realizador Zack Snyder se preocupado em transpor algumas vinhetas para o grande écran, bem como manipular as cores, de modo a ser mais próxima da BD. O filme também prolifera em efeitos visuais, estando alguns actores irreconhecíveis – sendo talvez o brasileiro Rodrigo Santoro o expoente máximo, com o trabalho em CGI realizado na sua personagem. Interesse-se ou não por história, real ou fantástica, por guerra ou por filmes de acção, o filme é visualmente arrebatador, e tal é suficiente para conseguir o seu lugar na história do cinema…

Com o sucesso do filme, que se tornou um ícone da cultura popular, com inúmeras referências em diferentes trabalhos, em junho de 2008 foi anunciado que se tinham iniciado os trabalhos para um segundo filme, o qual adaptaria uma nova banda desenhada da autoria de Frank Miller. No entanto, segundo diversas fontes, apesar de a ter escrito, apenas os primeiros dois números da nova minissérie, Xerxes de seu nome, foram entregues à editora, no longínquo início de 2011. Deste modo, o novo filme é baseado numa banda desenhada inédita, não existindo nenhuma data prevista de lançamento da BD.

Inicialmente denominado Xerxes, o filme obteve o título intermediário de 300: Battle of Artemisium, antes de ser rebatizado com o título final.

Eis a sinopse oficial do filme:
Baseado no último romance gráfico de Frank Miller, Xerxes, e contando com os magníficos efeitos visuais do blockbuster “300”, este novo capítulo da épica saga leva a ação para um novo campo de batalha – o mar – onde o General grego Themistokles tenta unir toda a Grécia, ao liderar a batalha que irá mudar o curso da guerra. 300: O Início de um Império coloca Themistokles contra a invasão massiva das forças Persas, liderada pelo mortal transformado em Deus, Xerxes, e Artemesia, a Comandante vingativa da Marinha Persa. Realização: Noam Murro. Com Andrew Tiernan, Eva Green, Hans Matheson, Jack O’Connell, Rodrigo Santoro, Sullivan Stapleton.

Eis o trailer:

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