Considero a rubrica “As melhores LeR” uma aposta ganha. Tem vindo a proporcionar uma interatividade com os leitores, que revelam as suas melhores leituras mensais e apontam possíveis caminhos para os apreciadores de banda desenhada e ilustração.
Deste modo, conforme tenho realizado desde maio (os interessados podem consultar também as entradas de junho e julho), eis uma pequena listagem das melhores LeR (Leituras e/ou Releituras) que realizei em agosto no que toca à banda desenhada e livros ilustrados. Relembro que se trata de uma rubrica paralela à secção com as sugestões de leitura.
Como referi anteriormente, sublinho que, se por um lado, as obras (re)lidas em agosto podem não ter tido data de lançamento naquele mês ou ano, por outro não realizei a leitura da totalidade das publicações lançadas no mês supramencionado.
Sob a forma de listagem, onde se pode descobrir mais sobre as obras em causa quando essa informação está disponível neste espaço:
– Paperino: Le Inedite Follie Inglesi di William A. Ward – VA (ANAFI, 2014)
– O Amor Infinito que te Tenho e Outras Histórias (3.ª edição) – Paulo Monteiro (Polvo, 2014)
– Marvels – Kurt Busiek & Alex Ross (Levoir, 2014)
– La Revue Dessinée #1 – VA (LRD SAS, 2013)
– La Revue Dessinée #2 – VA (LRD SAS, 2013)
– La Revue Dessinée #3 – VA (LRD SAS, 2014)
– Disney Especial: Super-Heróis – VA (Goody, 2014)
– Safe Place – André Pereira (Kingpin, 2014)
– Noble Boy – Scott Morse (AdHouse, 2006)
– Disney Especial: Double Duck – VA (Goody, 2014)
– Mortadela e Salamão: Fórmula 1 – F. Ibáñez (Meribérica, 2001)
– Wolverine and the X-Men vol. 1 – Jason Aaron, Chris Bachalo et al. (Marvel, 2012)
Fico a aguardar a partilha das vossas melhores (re)leituras no mês passado nos comentários.
Fundador e administrador do site, com formação em banda desenhada. Consultor editorial freelance e autor de livros e artigos em diferentes publicações.
Deste mês não partilho nenhuma leitura com as listadas!
Do que saiu durante o mês li os habituais Simpsons, H-A Superior, Julia e ainda HdF Demónios e Thor Renascido.
Quanto ao resto foi completamente dedicado a manga: reli Pluto e li alguns volumes de Botchan (Taniguchi), City Hunter, Astroboy e Crying Freeman.
Caro V:
Tivemos algumas leituras comuns em agosto: o Homem-Aranha Superior #7 e o Universo Marvel #6: Homem de Ferro – Demónios.
Sobre a primeira, por defeito, vê-se na obrigação de explorar mais os clichés do género de super-heróis do que as implicações internas que existiriam se alguém assumisse a identidade de outra pessoa, uma mente presa noutro corpo, não sendo um nem o outro (“qualquer coisa de intermédio”, diria o Mário de Sá-Carneiro).
Quanto à segunda, apesar de ser um clássico reverenciado por muitos e ter a proeza de abordar o tema do alcoolismo, não centrado numa eventual personagem secundária mas sim no protagonista do comic book, o hype está intimamente ligado ao facto de estarmos a falar de banda desenhada norte-americana mainstream, nuns EUA que conviviam na altura com o Comics Code Authority há 25 anos. Quanto ao argumento e arte, não me parece que tenham envelhecido muito bem… E, se compararmos com obras fulcrais da BD dos anos 70, realizadas um pouco por tudo o mundo (incluindo a BD alternativa norte-americana), deixa muito a desejar…
Quanto às tuas leituras em manga, do Astroboy apenas li os volumes publicados pela Asa. Tenho cá por casa um volume de Pluto, mas como não é o primeiro (se me recordo corretamente, é o segundo) não me atrevi a ler 😉
Fiz uma pesquisa sobre Times of Botchan e pareceu-me extremamente interessante. Mas nunca li nada do argumentista Sekikawa. Qual a tua opinião?
Abraço,
Nuno
Concordo com a apreciação das obras Marvel. A premissa e resolução é duvidosa, mas o trajecto tem sido agradável e na minha opinião os autor tem sabido explorar as relações do Peter Parker e do Dr. Octopus, tanto com os outros, como um com o outro, que era o que se pedia neste tipo de história. Já no Homem de Ferro realmente só tem sentido nesse forte contexto histórico, de outro modo fica a perder para outras obras dos 70s; concordo! Sendo uma personagem popular hoje em dia, compreendo aí a sua inclusão na colecção.
Pluto é uma obra interessante na medida em que, se por um lado é uma grande homenagem ao mestre Tezuka, por outra explorava um assunto actual que era o da segunda guerra do Golfo, talvez até de uma forma demasiadamente literal, mas agradável e cujos 8 volumes não representam um investimento avultado como outras séries de manga dirigidas para um público adulto-jovem.
Botchan é sem dúvida uma peça interessante. Infelizmente os volumes que li são o 2&3 (língua inglesa). Inspirando-se num livro importante dos primórdios do século XX, mas contando antes a história à volta do livro, parece ser um documento muito interessante na medida em que pinta um retrato muito completo do Japão da época, em pleno conflito entre a história e a modernidade ocidental. O retrato parece ser de uma geração de ouro, à medida da nossa geração de 70, com o realismo a sobrevir, e ainda uma grande insistência em incluir não só personagens do conto, como personages da época. Assim, certamente que quem leu o livro e quem conhece a fundo a história do Japão daquele período poderá extrair muito mais gozo do mesmo, mas creio que mesmo por si só, e por não haver nenhuma outra parecida, mereceu a edição no ocidente. Quanto à influência de Sekikawa, não tem muito que se possa relacionar com a anterior colaboração Trouble is My Business. Tendo um ritmo mais à medida de Taniguchi, é uma experiência muito mais contemplativa do que narrativa.
Este mes para alem só li praticamente as revistas Panini e ediçoes da Levoir atrasadas desse o Guardioes da Galaxia ate ao ultimo volume.Quanto ao Homem de Ferro – Demónios.apesar de gostar e ter original hc da história acho que a história nao chega a ser uma batalha emocionante ao contrario de Iron Monger ou Armor Wars,Dessa edição de Marvels só nao gosto das capas mas já as li e reli n vezes.
Manuel:
Marvels é uma obra para ler e reler algumas vezes 🙂
Abraço,
Nuno
Sim mas é estranho que a Mini Abril ainda tenha melhores capas que ambas as ediçoes que sairam aqui.E nos extras tambem.Tal como em Thor capa nada a ver com conteudo va la que na x-men desta semana nao inventaram.
Homem-de-Ferro: Demónios – nada de especial mesmo. A parte da morte lá do embaixador poderia ter sido melhor aproveitada e a do alcoolismo também.
Monstro do Pântano vols. 2 e 3 – versão brasileira Brainstore – realmente aquilo era uma bd muito à frente prá década de 80. Porém, Alan Moore peca por usar demasiado texto lírico.
Li os Paninis PT-PT habituais, dos quais destaco Aranha Superior sempre a topo. X-Men – definitivamente fez muito bem a Bendis deixar os Vingadores e abraçar o projeto dos X-Men. Vingadores – Hickman em Avengers faz lembrar aquela frase: não f*** nem sai de cima. Espero que com o Infinity mesmo aí, isso mude.
Acabei de ler as 18 edições de A Sombra de Batman que foram as que saíram até então – Batman & Robin – simples mas bom. Peter Tomasi trabalhou bem a relação difícil pai-filho entre Bruce e Damian e enquanto dupla vigilante. Batwoman era melhor quando era escrita pelo Greg Rucka. Nightwing e Batgirl, lêem-se bem. Mulher-Gato e Batwing são fracos. Red Hood & the Outlaws, estava à espera de pior, pior isso considero que umas edições lêem-se melhores que outras.
Da nova revista do Wolverine PT-BR posso dizer que Wolverine & the X-Men na fase Marvel Now continua a ser um título em divertido. Jason Aaron ao escrever este título parece que vai beber ao que de melhor se fez nas fases de Chris Claremont, Scott Lobdell, Alan Davis, Grant Morrison e Joss Whedon. E os próprios X-Men de Brian Michael Bendis parecem vir a construir-se com base nos alicerces dos X-Men de Jason Aaron.
Simpsons continua a ser uma revista bem animada e original e que continua a entrar bem, mesmo já sendo material originalmente publicado há 20 anos.
Bruno:
Obrigaste-me a viajar quase 30 anos 😉 A primeira vez que li a Saga of the Swamp Thing foi nas revistas da Abril, em formatinho. Saltava muito de uns títulos para os outros até finalmente ter direito a uma revista em nome próprio (provando o sucesso da BD entre os leitores de super-heróis). Quanto a achares vanguardista, as obras da DC editadas sobre o selo Vertigo tinham sempre um outro sabor, pois não eram limitadas pela Comics Code Authority, ao contrário das demais publicações da editora.
Das revistas Marvel NOW portuguesas, já escrevi uns comentários acima sobre a revista do Homem-Aranha Superior. Vai-se mantendo o mesmo nível, mês após mês, em parte devido a publicar apenas BD oriunda originalmente de uma única revista, ao contrário dos outros 2 títulos. Não concordo com os haters desta fase “sem” o Peter Parker.
Quanto à revista X-Men portuguesa, gostei da premissa de All New X-Men, porque não foram só as personagens da equipa original que viajaram no tempo mas também os leitores de material mais antigo que as reencontraram. E interessou-me ler o choque entre o passado e o futuro. No entanto, é uma revista de super-heróis, portanto forçosamente teve de regressar à superpancadaria.
Por fim, no que toca à revista portuguesa Os Vingadores, a saga de Avengers é, na minha opinião, aborrecida e discordo das boas críticas que o argumentista tem recebido. É muito mais interessante quando a revista publica os Illuminati (do mesmo argumentista).
Não estou a acompanhar as revistas brasileiras DC da Panini mas já me informaram que este mês estiveram a ler nas revistas do Batman histórias relacionadas com a morte de Tim Drake, a qual não puderam visualizar porque ocorreu na revista Corporação Batman #4, um título que não é importado para Portugal. É lamentável! Esta situação jamais ocorreria na altura da importação das revistas da Abril (eram distribuídas na sua totalidade nas bancas portuguesas).
Por fim, o TPB Wolverine and the X-Men vol. 1 (contém o primeiro arco) que destaquei nas minhas leituras foi realmente muito divertido. Atualmente, talvez seja um dos poucos registos do género de super-heróis que realmente me agrada, o humor. E ter uma nova geração de mutantes a ridicularizar Wolverine e outros X-Men apraz-me. Os arcos seguintes deixaram de me interessar tanto devido à ligação a A vs X, pois já não tenho paciência para mais sagas da Fénix…
Abraço,
Nuno
Quem morreu foi o Damian Wayne. Quem lê Batman & Robin, assim como o restante universo Batman em geral, vai sentir a sua falta.
Não sei sei se estou no sitio ideal, gostaria de saber o que usam para proteger as vossas bandas desenhada. Em muitas canais brasileiros falam de meter tudo em plástico, mas cá em portugal não encontro nenhuma loja que venda esses plásticos protetores.
Olá, Eduardo!
Provavelmente, nas lojas que vendam comics, também devem ter esse material.
Quem souber de lojas precisas, por favor, liste-as aqui.
Abraço,
Nuno
No Mundo Fantasma no Porto, tem de certeza. BDMania em Lisboa, com certeza que também deverá ter.
Muito obrigado pelas respostas.
Sabem me dizer se alguma dessas lojas faz envio pelo correio…por exemplo o mundo fantasma já mandei e mail e nem me responderam, vou tentar encontrar contactos para a bdmania
Eu quando era cliente da Mundo Fantasma, tratava das coisas através do telefone. Tens o número em https://www.facebook.com/livrariamundofantasma/info .
Também aconselho o telefone como o meio de comunicação mais eficaz para a loja Mundo Fantasma.
Abraço,
Nuno