LUÍS CARDOSO migrou de Portugal Continental para o Arquipélago dos Açores. Levou consigo a vontade de ensinar Educação Visual e Tecnológica e a paixão pela banda desenhada. Na Ilha de S. Miguel, desenvolveu o seu percurso na BD em geral e no cartoon em particular, com direito a exposições, participação no TEDx Ponta Delgada e a publicação de um livro.
Nuno Pereira de Sousa: É professor de EVT. No primeiro quinquénio da década de 2000, lecionou em várias escolas do país. Quais foram os melhores momentos? E os piores?
Luís Cardoso: Nos dias que correm, e apesar da nossa formação inicial, ao sermos colocados numa escola a lecionar, nunca sabemos aquilo que vamos propriamente fazer. Para o bem e para o mal. Os melhores e piores momentos prendem-se exatamente com isso. Já estive em escolas em que fiz tudo excepto ensinar. Nessas alturas fui um mero carcereiro de alunos que o Estado não deixa ficar em casa porque ainda não teriam idade para serem responsáveis por ajudar os pais no campo. Coisa que eles desejam ardentemente! Esses alunos, em vez de recortes de cantores ou atores, têm recortes de vacas de ordenha e tractores colados nos cadernos… E sentem-se aprisionados numa sala de aula. Quanto aos melhores momentos enquanto professor, creio que esse ano em que ensinei banda desenhada a três turmas durante o terceiro período foi muito bom. Principalmente tendo em conta que, hoje em dia, as crianças não têm a BD na sua dieta cultural.
NPS: De que modo a sua formação influenciou as suas criações em banda desenhada?
LC: A minha formação académica, por si só, tem pouca influência naquilo que faço a nível de banda desenhada e cartoon. Foi um curso pouco direcionado para o traço e o desenho, focando-se mais em técnicas para as quais hoje em dia não há materiais nas escolas. Há relativamente pouco tempo, uns três anos talvez, venho verificando o inverso: as minhas criações de banda-desenhada e cartoon é que têm influenciado as minhas aulas. Dou por mim a tentar arranjar forma de introduzir a banda desenhada onde quer que seja, caso seja impossível fazer uma unidade de trabalho inteira baseada nela. Já fiz trabalhos de tiras de cartoon humorístico por altura do natal (em vez dos tradicionais enfeites); já dediquei um terceiro período letivo inteiro à banda desenhada, onde ensinei aos alunos todos os passos, tim-tim por tim-tim: história, guião, esboço, enquadramentos… Tudo ao mais pequeno pormenor.
NPS: Fez alguma formação específica na área da BD ou foi um processo de autoaprendizagem?
LC: Não fiz formação alguma em BD. Possuo, li e reli o “Understanding Comics” e o “Making Comics” do Scott McCloud. Conta? Mas principalmente faço o que gosto de ver nas páginas, tento imaginar “o filme” da história, “frame” a “frame”.
NPS: Se tivesse de eleger apenas uma dica para cada um dos passos a que se referiu, qual seria?
LC: Devo esclarecer que a BD que ensino é para alunos do 2º ciclo; as dicas que lhes forneci foram muito básicas, filtradas daquilo que queria realmente dizer. Além disso, a minha própria aprendizagem vem de carolice apaixonada. Espero ter sempre este sentimento de que ainda tenho um mundo para aprender. Contraponho com insistência. Mas as dicas originais seriam que tudo vem de uma boa história e de uma boa forma de a contar (o guião). A história original tem que ser boa, pois vai passar por muitos “maus-tratos” e cortes. Uma boa história mal contada pouco impacto tem. E vice-versa. Insisto sempre (tanto nas minhas BD como nas dos meus alunos) que a história seja contada e recontada, desenhada e redesenhada. Até que fique no seu estado mais puro e cristalizado. Depois terá que ser feito o guião; encontrar, na história, todos os momentos que terão que ser desenhados. Rodeá-los, dividi-los. O esboço é o storyboard, que começa sempre com vinhetas simples e, pela altura que é refeito pela 5ª vez, já tem todo o tipo de formas, com vários enquadramentos, ditando vários ritmos na história que é contada.
NPS: Reside nos Açores desde 2007. Como tal aconteceu e como tem sido a experiência?
LC: Vir para os Açores, para a ilha de S. Miguel, foi uma fuga. Não tinha emprego no território continental, decidi tentar a sorte aqui. Não podia imaginar que seria uma fuga para a frente, para melhor. Tenho-me apercebido que há várias ilhas dentro desta ilha. E que quem cá vive não vê as mesmas. Tenho muitos colegas que irão embora um dia da mesma forma que vieram… talvez um pouco mais amargos. Quer tenha sido por sorte, por vontade de autoconstrução ou por fome de mais, encontrei em S. Miguel muito espaço para crescer, havendo vontade de trabalhar. Não creio que pudesse ter iniciado o trabalho que fiz ao nível do cartoon e da banda desenhada em Portugal continental. Tentei, mas as minhas tentativas de contato nem sequer eram respondidas, nem que fosse para dizer “não”. Em S. Miguel, tenho até tido a hipótese de andar pelas escolas da ilha a falar da banda desenhada e do cartoon, quase como um missionário evangelizador, numa tentativa de fazer as crianças se interessarem pela nona arte…
NPS: São Miguel apresenta particularidades que promovem o alheamento das crianças em relação à BD? Ela está presente nas bancas, nos hipermercados, nas livrarias…
LC: De alguma forma, sim. Apesar de existir de tudo por cá, ao nível de quiosques e livrarias, eu próprio espero pelas alturas que vou ao território continental para me rechear de BD. Compro muito on-line. Para uma criança comum, a presença da BD é esparsa, terá que ser procurada especificamente. Depois vem o problema do preço. Uma “Disney Comix”, por exemplo – em Portugal continental custa 1.90€, salvo erro. Aqui são 2.50€. Desanima um pouco.
NPS: Como surgiu a oportunidade para iniciar a sua carreira como cartoonista no semanário “Expresso das Nove”?
LC: A minha oportunidade de trabalhar no “Expresso das Nove” surgiu dum conjunto de coincidências: ter chegado à ilha de S. Miguel havia pouco tempo e ter ouvido dizer que o diretor do jornal procurava alguém “iniciante” (que não fosse pedir muito dinheiro) para o lugar. Foi este o evento que fez todo o resto se desenrolar: as exposições, o livro, a presença como orador no TEDx Ponta Delgada, o lugar como cartoonista do Correio dos Açores… Tudo adveio, como uma bola de neve, deste primeiro evento. E de alguma determinação, insistência e teimosia, claro!
NPS: Em 2009 e 2011 teve a sua obra exposta em S. Miguel. Que feedback recebeu? Que consequências geraram cada uma das exposições?
LC: As exposições foram muito positivas. Serviram exatamente para “expor” o meu trabalho, para ter cobertura mediática, para trazer o cartoon às rádios e à televisão. Segundo o que me foi dado a entender pelos sócios da FECO-Portugal (Associação de Cartoonistas), que têm largamente muito mais experiência que eu, ter uma afluência de 20, 30 pessoas é muito positivo para exposições de cartoons. Em termos de consequências, foram as mesmas que obtive de outras atividades que realizei – contatos que me permitiram trabalhos. Por exemplo, acabei de entregar um trabalho de ilustração numa das Câmaras Municipais onde fiz uma das exposições.
NPS: Ilustrou o livro escrito por Patrícia Carreiro “A Amizade a Branco e Preto”, publicado em 2011. Foi um acontecimento importante na sua vida?
LC: Foi um passo, um degrau entre muitos que quero subir. Permitiu-me entrar no mundo da ilustração. Mais ainda, permitiu-me entrar e aprender enquanto trabalhava, o que é complicado de encontrar. E obrigou-me a trabalhar sob pressão, pois foi um trabalho que me foi dado (por motivos alheios à autora) com um prazo muito limitado e eu ainda estava a habituar-me à nova mesa gráfica que tinha, uma Aiptek, que entretanto já troquei por uma Wacom, pois a primeira, ao fim de três anos, deixou de ter drives para Mac… Enfim!
NPS: Como surgiu a oportunidade de editar um livro na Chiado Editora?
LC: A referida Patrícia Carreiro era a representante da Chiado Editora aqui no arquipélago e apontou-me todas as rotas que poderia tomar no mundo editorial (que eu desconhecia) e que me poderiam levar a bom porto. Que apoios pedir, o que fazer, o que não fazer… Nestas diligências, a Chiado foi a que nos apresentou melhores condições.
NPS: Dos conhecimentos que obteve sobre o mundo editorial, quais foram os mais importantes que deseja partilhar com os potenciais autores não publicados em livro?
LC: Bom, do pouco que aprendi, posso dizer que nem tudo é linear. As editoras fornecem um serviço. Desengane-se quem julga que, estando sentado a desenhar numa esplanada dum café, vai ser abordado por um editor que, de olhos em lágrimas, lhe diz: ”O seu trabalho é fantástico! Por favor, deixe-me publicá-lo!” As editoras fornecem um serviço e tem que ser o autor a ir atrás. Uma coisa que tenho visto acontecer muito é o próprio autor custear a publicação do seu livro, numa tentativa de se ver nas estantes e na esperança de que esse investimento tenha retorno. Novamente, desenganem-se. Eu fiz questão de não tirar do meu bolso um euro que fosse. Nos dias que correm tem que ser assim: ou é rentável ou não se faz. Assim que sondámos mercado editorial, escolhemos uma e foi uma questão de conseguir patrocínios para o valor que nos foi apresentado. A vantagem da editora é que faz a publicitação do livro, organiza os lançamentos com as lojas e, supostamente, envia os convites e afins.
NPS: Fale-nos um pouco do livro “Açorianite Aguda (e outras maleitas)…”.
LC: O “Açorianite Aguda (e outras maleitas)…” é o meu primeiro livro, que reúne aqueles que acho serem os cartoons mais engraçados dos que fui fazendo para as diversas publicações para onde tenho enviado trabalho (“Expresso das Nove”, “Revista da Amnistia Internacional”, o meu site…). Em mais ou menos metade do seu conteúdo, pauta-se por esta “doença” que me aflige desde que vim para os Açores, de gostar de cá viver. Atenção – nem tudo são rosas por cá. Também há muitas portas que se fecham, também há “impossibilidades”, principalmente em épocas de crise económica e aperto. Mas foi nos Açores que me foi permitido lançar alicerces para um dia fazer o salto para o mercado nacional. Será extremamente mais simples fazê-lo já tendo trabalho feito, já tendo currículo. Prova disso é que consegui fazer um dos lançamentos do “Açorianite…” na Fnac do GaiaShopping, onde tive quarenta e tal pessoas, quase tantas como no lançamento cá na ilha, o que, volto a referir, para um livro de cartoon, aparentemente foi muito bom.
NPS: Que BD lia enquanto criança e na juventude?
LC: Bem, em termos de influências no meu traço, é bem notória a da BD da Disney, creio eu. Sempre foi uma constante na minha vida e continua a sê-lo. Ainda tenho a “Saga do Tio Patinhas”, do Don Rosa, como uma das melhores coisas que li, dentro deste género de BD. Sempre li muita banda desenhada belga e francesa, com os tradicionais Tintin e Astérix… Mas a determinada altura, eu e os meus amigos de infância, encontrámos um caixote enorme cheio de bandas desenhadas, num dos nossos passeios de bicicleta de verão à “Verão Azul”. E então conheci a BD americana: Marvel, DC, Dark Horse… X-Men, Hulk, Homem-Aranha, Batman, Super-Homem… Este início foi o que me permitiu abrir os olhos para coisas mais pesadas na linha das Graphic Novels. Nunca mais larguei. Já não sei se falo da BD da minha juventude ou de ontem mesmo. Desde que li a primeira não me parece ter existido qualquer paragem. Dizem que os primeiros quarenta anos da nossa infância passam a correr…
NPS: No prefácio, revelaram que na sua adolescência criava bandas desenhadas que ocupavam vários cadernos, onde figuravam super-heróis, demónios ninja, deusas, um Pai Natal malévolo, bombas atómicas, polémicas futebolísticas e a poesia de Camões. Fale-nos dessas histórias e dessa fase de percurso criativo.
LC: Não nos esqueçamos do Kas, o herdeiro de uma raça alienígena que veio para o nosso planeta através de um livro de feitiços ou a saga dos Y-Men, uma variação de realidade paralela da criação de Stan Lee e Jack Kirby, mas muito mais bizarros. O professor Xavier tinha cabelo comprido, um brinco na orelha e alguma taradice… Não consigo deixar de sorrir quando me lembro disso. Coisas de adolescência sobrecarregada de hormonas. Ainda assim, por mais que me custe admitir, o liceu foi o período em que fui mais produtivo em termos de BD. Era uma altura diferente, como é óbvio, sem responsabilidades, sem outra ocupação. Mas recordo-me que houve alturas em que num mês produzi 50 páginas. Motivo? Tinha público. Os meus colegas de turma, diariamente, pediam para ler o que tinha feito. Quase me obrigavam a apresentar uma quota diária. Eu tinha o feedback ali mesmo, na fila de trás da sala de aula. A princípio usava cadernos normais de folhas lisas e lápis. Tudo muito simples. Depois, conforme fui introduzindo alguma cor (principalmente vermelho para o sangue e laranja para as explosões), fui pegando em papel cavalinho que depois encadernava. As temáticas eram tão loucas como as da vida de qualquer adolescente: humor, sexo, violência, amor… Mas sempre com a tentativa de fazer algo que surpreendesse. Adorava quando passava o caderno pela sala de aula e ouvia gargalhadas contidas. O próprio autor do prefácio do “Açorianite…” era um desses leitores.
NPS: Toca num ponto interessante. Na sua opinião, o trabalho do autor é influenciado pelo modo como expõe o seu trabalho ao público e presencia o feedback do mesmo?
LC: Depende do autor, creio eu. No meu caso, poucas ocasiões houve em que, nessa altura, fiz mudanças nos enredos seguindo aquilo que me era dito. Normalmente eram coisas que envolviam nudez, escatologia ou algo disparatado, próprio da idade, creio eu. Sempre tive um defeito: fico a gostar demais das minhas personagens. A mera referência a que alguma fizesse algo que, na minha ótica, não estava de acordo com a sua personalidade ofendia-me de certa forma. Em certa medida, compreendo porque Bill Watterson, de Calvin & Hobbes, se enclausurou e impediu que os seus personagens fossem licenciados…
NPS: E atualmente, quais são as suas BD de referência?
LC: Além de todas as outras influências que já referi, a menção a “Watchmen”, de Alan Moore é inevitável, assim como as narrativas sumarentas de Frank Miller. Hoje em dia, devido à minha viragem em força para o cartoon e as tiras de cartoon, vivo todos os dias rodeado de “Mafalda”, “Calvin & Hobbes”, “Liberty Meadows”, “Bloom County”… Assim como novos projetos que têm surgido na internet como a “Wormworld Saga”.
NPS: Como realizou a pesquisa gráfica? E como se realizou o processo criativo da obra?
LC: A pesquisa gráfica é feita diariamente. Tenho sempre um caderno debaixo do braço e a memória do telemóvel cheia de rascunhos com ideias para cartoons e BD. Quando me surgem ideias, depois de me rir comigo próprio, aponto-as de imediato. Muitas são as vezes em que, ao reler a ideia que anotei, e que tanto me divertiu, não a acho engraçada de todo. São questões de contexto momentâneo, creio eu. As que passam no filtro da releitura são esboçadas painel a painel, digitalizadas (ou mesmo fotografadas) para o computador onde depois recebem o tratamento completo: contorno, cor, sombras, texto… Com todos e com cada novo cartoon aprendo algo diferente, ensino-me a mim próprio a mexer no Photoshop com tutoriais e pesquisas que faço. Todos os trabalhos que faço são a súmula do que já fiz… com algo acrescentado.
NPS: Que material utilizou?
LC: Habitualmente, como disse, os materiais são lápis, caderno simples, digitalização e mesa gráfica. A minha vida de professor nómada há muito tempo que me afastou dos materiais ditos convencionais, canetas de aparo, tinta-da-china, tinta… Mas eu creio, sinceramente, que os instrumentos e ferramentas que se utilizam nos diversos programas de desenho são o novo passo. Basta ver alguns vídeos de mesas gráficas de topo e apercebemo-nos que, para a arte que irá figurar na internet, o retardador da tinta acrílica simplesmente foi substituído pelo botão de “salvar”.
NPS: Quais são os seus planos a nível da nona arte, a curto e médio prazo?
LC: Boa pergunta. Tenho-a feito a mim mesmo desde que a última pessoa saiu no lançamento do meu livro: E agora? Desde então, têm surgido contatos para trabalhos, tenho estado ocupado. Mas ainda nada de minha iniciativa. A profissão de professor ocupa muuuuito tempo, há sempre uma enormidade de trabalho que se tem que fazer em casa. Mas, pelos espaços nos pingos de chuva, vão conseguindo passar algumas ideias. Continuo com os cartoons semanais no Correio dos Açores, tenho diversos conceitos para uma tira de BD a preto e branco… Falta-me neste momento o tempo para cristalizar ideias.
NPS: Como julga que será a BD publicada em Portugal em 2023?
LC: Por mais tímida que seja, Portugal sempre teve muita publicação própria de BD. Creio que sempre existirão artistas a continuar a fazer boa BD nacional, seja como modo de vida (o que está a ficar crescentemente difícil), seja por amor à arte. Em qualquer das hipóteses, exorto os artistas de BD e cartoon para que não se deixem iludir pela publicação gratuita do seu trabalho, em nome da autopromoção. É uma armadilha! A única forma de conseguirmos que o nosso trabalho seja respeitado passa por nós próprios o respeitarmos. Realizou-se um álbum de BD? A editora só o quer publicar gratuitamente, sem retorno para o artista? É desrespeitador. Existe uma infinidade de formas de fazer chegar o trabalho ao público, on-line. Sem artistas, não há arte. Temos que passar a ideia de que, assim como não há cozinheiros que trabalham para receber apenas se houver quem coma o que é confecionado, também os artistas fazem trabalho, trabalho real, que consome tempo e deixa mazelas e que deve ser recompensado e reconhecido. Em Portugal, um país pequeno e a passar dificuldades financeiras, a Cultura é das primeiras coisas que sofre. Se, nestas alturas todos aceitarem a “fatalidade” de trabalhar de graça, em 2023 não haverá ninguém que pague para se fazer algo que outros farão gratuitamente.
NPS: Qual a sua opinião sobre a internet como um meio de divulgação de BD?
LC: É o futuro. Basta ler qualquer um dos números de BD que podem ser lidos na app da Marvel Augmented Reality. Tem-se uma nova visão do que a BD pode ser. Nunca irá substituir o livro. Eu fui um dos resistentes a entrar na cyber-BD. Mas o fato de, com dois ou três cliques, conseguirmos fazer chegar a nossa arte ao outro lado do mundo… É difícil conseguir melhor. Claro que com isso, vem o imediatismo e a descartabilidade da arte, onde se vê tudo “por alto”, onde não se gasta tempo para realmente observar o trabalho que nos foi apresentado, com o carinho que este merece. Mas isso só irá obrigar os artistas a se melhorarem a si próprios, a se impelirem para a frente, para as diversas novas fases da banda desenhada.
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Fundador e administrador do site, com formação em banda desenhada. Consultor editorial freelance e autor de livros e artigos em diferentes publicações.