Parker: O Caçador

Parker: O Caçador

capa_parkerFoi com alguma surpresa que verificámos que o primeiro volume da série de banda desenhada Parker, baseado na obra de Richard Stark, e adaptado por Darwyn Cooke, é lançado pela Devir sob o seu selo editorial Biblioteca de Alice. Até ao momento, este selo editorial concentrou-se no género biográfico ou no romance com fortes componentes biográficos. A exceção ocorreu com Habibi, mas tal não causou estranheza, atendendo a que o autor Craig Thompson tinha inaugurado o selo com Blankets. Com a série Parker, introduz-se uma nova abordagem:
a) a introdução de uma série de banda desenhada, ao invés de obras restringidas a um único volume;
b) a introdução do género policial;
c) o término da exclusividade de obras de “autor completo”, se considerarmos que, apesar de ser adaptado e ilustrado por um único autor, se baseou no livro homónimo de Stark ;
d) a adaptação de obras externas à BD;
e) a aquisição de direitos da BD simultaneamente para Portugal e o Brasil, ao contrário das obras anteriores do selo editorial (Blankets foi publicado no Brasil pela Cia. das Letras em 2009; Comprimidos Azuis foi publicado em 2015 pela Nemo; Habibi foi publicado pela Cia. das Letras em 2012; e Pyongyang foi publicado pela Zarabatana em 2007);
f) a publicação de uma obra da IDW;
g) a publicação de um autor com muitas obras do subgénero de super-heróis publicadas nas duas empresas mainstream norte-americanas, em especial na DC Comics.

O Caçador adapta o primeiro policial de Richard Stark da série Parker, publicado em 1962. Viria a ser adaptado ao cinema pela primeira vez em 1967, com o título À Queima Roupa (Point Blank, no original), pela mão do realizador John Boorman e contando com Lee Marvin como protagonista:

A segunda adaptação cinematográfica ocorreu em 1999 com o título Payback – A Vingança, realizada por Brian Helgeland e protagonizada por Mel Gibson.

A título de curiosidade, refira-se que este segundo filme teve uma segunda versão, subintitulada Straight Up, onde este Director’s Cut se aproxima mais do livro original.

Regressando à banda desenhada, este é o primeiro de quatro livros de Parker que Darwyn Cooke adaptou entre 2009 e 2013. Os restantes três foram The Outfit, The Score e Slayground.

Eis a sinopse da editora:
O CAÇADOR conta a história de um homem traído pela mulher que amava e ultrapassado pelo seu colega no crime. Parker atravessa o país com apenas um pensamento – vingar-se e reclamar o que lhe foi tirado.
Richard Stark é o pseudónimo mais conhecido de Donald E. Westlake. Entre 1962 e 1974, escreveu 24 novelas gráficas (*) sobre Parker, um ladrão profissional implacável e sem piedade. Parker teve oito adaptações ao cinema. Donald Edwin Westlake, tem mais de 100 obras e livros de não-ficção da sua autoria. A sua especialidade é ficção criminal, com ocasionais incursões em outros géneros e na ficção científica. Foi vencedor de três Prémios Edgar.

Uma nota referente ao texto remetido pela editora para divulgação. É necessária uma melhor revisão nesta área. Richard Stark não escreveu nenhuma novela (*) de Parker (novel significa romance, não novela) e muito menos gráfica (os seus livros policiais eram em prosa). Por outro lado, na secção referentes a autores, Richard Stark e Donald Edwin Westlake apresentam entradas diferentes, como se tratassem de dois autores distintos, o que originou a ausência no press release de uma pequena apresentação do verdadeiro autor desta obra de banda desenhada, Darwyn Cooke.

144 páginas a cores
Formato: 150×230 mm
ISBN: 978-989-559-259-3
PREÇO: €19,99 PVR
Edições Devir | Biblioteca de Alice

3 comentários em “Parker: O Caçador

  1. Formato de bolso? A sério? No original também tem este formato? Fico um bocado de pé atrás. Não gosto muito de downsizes. Agora o que era porreiro era a Devir trazer o Darwin Cooke ao AMADORA BD a ver se anima um bocado aquilo.

    1. Olá, Diogo!
      O formato é idêntico ao original.
      Quanto ao Amadora BD, desconheço quem serão os convidados internacionais este ano mas, tal como o seu diretor Nelson Dona, considero que muitos leitores e agentes têm expectativas que não podem ser concretizadas por um evento de organização municipal, apesar da sua projeção nacional e internacional. Não seria, eventualmente, o caso com este exemplo em particular, mas sim com o corresponder a todas as projeções que os leitores de banda desenhada portugueses realizam para o Festival, quanto aos convidados e não só.
      Abraço,
      Nuno

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