A Tertúlia BD de Lisboa que terá lugar no dia 1 de dezembro, a primeira terça-feira do mês, não conta com um convidado especial… na verdade, contará com a presença de 1 autor, 2 editores e 1 familiar de um autor, que apresentarão 2 obras distintas.
Os livros em questão são Psicopatos: Volume 2, de Miguel Montenegro, que será apresentado por Maria José Pereira, editora, e pelo próprio autor, e História Universal da Pulhice Humana de José Vilhena. Este será apresentado por Hugo Xavier, editor, e por Luís Vilhena, sobrinho do autor, de quem era próximo.
Eis a divulgação:
Miguel Montenegro
Ed. Arcádia
E-primatur
«José Vilhena nasceu em 1927, teve sarampo e todas as outras doenças peculiares nas crianças a quem a providência divina não ligou grande importância. No liceu foi perseguido pelos professores que o chumbaram sempre que puderam. Na Escola de Belas Artes foi um incompreendido. Tragédias sobre tragédias vão-se acumulando como nuvens no céu da sua vida. Aos 20 anos teve uma pneumonia. Aos 21 uma loira. Aos 23 foi chamado a cumprir o serviço militar. Aos 24 conhece uma daquelas mulheres que põem o juízo em água ao mais «sabido». Aos 25 é obrigado a trabalhar numa casa que traficava vinhos. Aí adquiriu uma inclinação muito acentuada para a bebida. Aos 26 vários dramas sentimentais (a carne entra também no sentimentalismo dele) tornam-no um descrente na humanidade, principalmente na parte feminina da humanidade. Aos 27 publica o seu primeiro livro (Este mundo e outro) e é apedrejado pela crítica de alguns jornais. Aos 28 tem uma paixão dupla (fenómeno raríssimo) isto é: apaixona-se por duas mulheres simultaneamente. Aos 29 publica o seu 2.º livro (Pascoal). Aos 30 conhece uma morena. Esta última tragédia assume proporções tão catastróficas que alguns amigos admitem ser o ponto final de uma vida inteiramente dedicada às artes e à contemplação da natureza (ou melhor – de certos espécimes da natureza).» – José Vilhena, 1958
“(…) Poucos dias após a revolução dos cravos, Vilhena lançava a mítica revista «Gaiola Aberta» que prosseguia a sua crítica de forma inabalável, agora, contudo, do outro lado da cerca. Houve muito pouca gente com coragem para ser do contra numa qualquer dessas épocas, quanto mais em ambas. Mas a mensagem que Vilhena queria passar era uma mensagem de imutabilidade: Vilhena quis sempre provar que os nossos defeitos, os nossos problemas, as nossas preocupações são nossos de base e não se prendem com políticas, regimes, épocas ou outras questões. Foi também por esse motivo que começou esta sua «História Universal da Pulhice Humana», traçando os paralelos entre povos mais ou menos eleitos e projectando-os no hoje da sua publicação. Consideramos que o hoje de Vilhena (1960 para «Pré-História; 1961 para «O Egipto» e 1965 para «Os Judeus») está muito próximo do nosso hoje. Isso certamente o sentiu também o autor que abandonou o projecto apesar dos anunciados volumes sobre «Roma» e a «Grécia»: dizer mais era chover no molhado. Da sua actualidade dirão os que o lerem hoje.” – Os Editores
378.º Encontro da Tertúlia BD de Lisboa
1 de dezembro
Casa do Alentejo
R. Portas de Santo Antão, n.º 58
Lisboa
nota: imagens cedidas pela organização.

Fundador e administrador do site, com formação em banda desenhada. Consultor editorial freelance e autor de livros e artigos em diferentes publicações.