Por Pedro Silva
Southern Bastards é das obras que, se queremos ficar a pensar e a ambicionar mais, então temos de ler.
Mais o argumento que o próprio desenho, faz desta obra uma verdadeira explosão de emoções.
Tratando-se de um tema vivido no Sul profundo do Estados Unidos da América, onde a hospitalidade e a razão, não são propriamente uma constante. Mas onde se verifica uma união nas origens e ligação entre o povo da região, reagindo sempre desconfiados dos estranhos ou afastados pelos anos!
A primeira imagem reporta-nos imediatamente e prepara-nos para uma obra desprovida de preconceitos e muito realista. Quebra tabus. Costuma-se dizer que os animais são um pouco a imagem dos donos, e nesta obra, ao longo de vários momentos percebemos, e é-nos dado uma relação muito directa dessa imagem…
Earl Tubb regressa passado muitos anos para retirar tudo de casa do tio falecido, mas é o fantasma do pai que vem importunar todo o ambiente.
Antigas rivalidades e questões mal resolvidas vem ao de cima para dar lugar a uma guerra de orgulhos!
Um argumento muito incisivo com avanços e recuos muito interessantes. Parece parar no momento certo para recuar e trazer elementos importantes para o presente, bem como relacionar o presente com o passado.
As várias mensagens de telemóvel que Earl vai enviando ao longo do livro, transmite-nos uma temporalidade, realidade e intimidade que nos reporta para os pensamentos, medos e receios, bem como uma intimidade com alguém, que nos é interessantemente revelado no fim do episódio.
Em momentos de luta o encadeamento das vinhetas é fantástico cada vinheta transmite uma mensagem. Parece um momento, um flash, um pensamento que resulta numa composição brilhante.
A melancolia transmitida pelos seus pensamentos, a forma como anda, como come, como reage. A falta de jeito e impaciência com que reage com o miúdo, como lhe transmite os seus receios e medos.. os monólogos junto da árvore onde jazz o seu pai…. vão ajudar a aquecer a sua raiva, e razão de não partir naquela noite…
Tão depressa temos vinhetas de uma extrema violência como se consegue momentos de calma e paz. É uma obra de leitura emotiva, clara e muito bem organizada. O argumento é muito bem distribuído com as imagens, intuitivo e muito inteligente. Umas vezes basta uma imagem….. outras vezes basta uma frase….. muito bom!
Uma sequência fantástica, como se de um filme se tratasse. É uma obra brilhante, que nos envolve e deixa suspenso a aguardar mais e mais.
É uma obra obrigatória e expectante de mais um novo volume.
Southern Bastards Vol. 1: Aqui Jaz um Homem
nota: artigo baseada na edição portuguesa; imagens retiradas de edição em língua inglesa.
Artigos realizados por colaboradores do Bandas Desenhadas.
O volume 2 continua para Junho?
Olá, V!
Confirmei com o José de Freitas, que indicou que essa data planeada para o segundo volume se mantém!
Boas leituras,
Nuno
A versão portuguesa está porreira?
Ainda estou indeciso se compre em inglês ou português.
Bom, eu acho que sim, mas é complicado dizer issos endo eu o editor! Dto isto:
Custa 10€, é semelhante à americana mas em capa dura.
Quanto ao resto:
http://agaragem2014.blogspot.pt/2016/01/southern-bastards-aqui-jaz-um-homem-por.html
“A G. Floy, num curto espaço de tempo, tem-se afirmado como uma marca de qualidade na edição de comics mainstream em português. Se a selecção de bons títulos – Southern Bastards, Fatale, e para 2016, Men of Wrath, Velvet e Miracleman (!!!) – é um factor determinante, dever-se-á ter em conta também a interferência editorial mínima, optando-se e bem por um design sóbrio e próximo da edição original, bem como as traduções e legendagens sempre bem conseguidas.”
E incluimos a receita das tartes de maçã fritas! Não se pode pedir mais.
https://www.facebook.com/CentralComics/photos/a.537526826279756.128859.528792243819881/1111218472243919/?type=3&theater
Vou dizer uma coisa em favor da edição portuguesa: Ela torna a terminologia de futebol americano compreensível para nós habitantes da civilização!
Ainda não sei se compro,
Boa tarde.
Nesta edição portuguesa vão utilizar a ortografia do Novo Acordo (1990) ou vão manter a ortografia antiga?
Olá, Artur!
As publicações da G. Floy não adotam a grafia do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990.
Boas leituras,
Nuno
adorei
Ainda me vao “obrigar” a comprar com tanto elogio,