Dia 31 chega às bancas nacionais o nono volume da coleção Super-Heróis DC da Levoir, distribuída com o jornal Público. Lex Luthor: Preconceito e Orgulho de Brian Azzarello e Lee Bermejo é o segundo volume desta série cujo material corresponde integralmente ao período pré-Novos 52 e pós-Crise nas Terras Infinitas.
O volume contém as revistas norte-americanas Lex Luthor Man of Steel (Vol. 1) #1-5, originalmente publicadas pela DC entre maio e setembro de 2005, bem como Superman: Lex 2000 (janeiro de 2001). Esta última revista foi uma edição especial que continha 5 BD escritas por Jeph Loeb e Greg Rucka e desenhadas por Tony Harris, Dwayne Turner, Doug Mahnke, Ed McGuinness e Todd Nauck. A escolhida pela Levoir para publicação foi a de Loeb e Harris.
No que toca à obra Lex Luthor Man of Steel, abordámo-la aquando da entrevista realizada a Brian Azzarello, a qual pode ser ouvida aqui.
Clique nas imagens para as visualizar em toda a sua extensão:
Eis a sinopse da editora:
Um simples humano é o maior inimigo do mais poderoso de todos os super-heróis. O orgulho permitiu-lhe atingir a grandeza, mas o preconceito faz com que a deite constantemente a perder. Porque odeia Lex Luthor o Homem de Aço, e o que faz dele simultaneamente um pináculo do potencial humano e o mais infame dos vilões? A dupla criativa de Brian Azzarello e Lee Bermejo prova, uma vez mais, que poucos autores compreendem os vilões DC como eles, e que menos ainda são capazes de os retratar de forma tão tragicamente humana.
O Super-Homem é geralmente conhecido como defensor da verdade e da justiça, e símbolo de esperança. Mas neste volume vemos o herói de uma forma completamente diferente: como uma ameaça para toda a humanidade, que tanto confia nele. Porque aqui, os leitores têm a oportunidade de entrar na mente complexa de um dos maiores inimigos de longa data do Super-Homem, Lex Luthor, e compreender as razões que o levam a nutrir tanto ódio contra o Homem de Aço.
A oposição de Lex Luthor ao Super-Homem assenta numa dupla vertente: a inveja pela perda de popularidade que a aparição deste provocou, e a desconfiança em relação a quem é desconhecido, a quem é estrangeiro, a quem é diferente… bem dos nossos dias. Porque, ao contrário da maioria dos cidadãos de Metrópolis, ele vê o alter-ego de Clark Kent, não como a solução para todos os problemas e perigos, mas sim como um extraterrestre que constitui uma ameaça futura, indefinível, latente, a qualquer momento passível de passar de protector a opressor.
A dupla de criadores já conhecida dos nossos leitores pelo livro Joker, editado numa anterior colecção dedicada à DC, teve neste Lex Luthor o seu primeiro trabalho dedicado a um vilão. Uma história que nos permite ver o Super-Homem através dos olhos de uma pessoa de fora, enquanto vai construindo o seu plano de destruição do herói. Mas neste caso temos acesso à versão autêntica do inimigo do Super-Homem: vemos a personagem por completo, observamos o seu processo de pensamento, as raízes da sua obsessão, o que nos permite uma leitura muito mais profunda e envolvente. É aqui que mais se expõe a sua condição – bem humana – de alguém ambicioso e sonhador, movido por sentimentos, narcisismo e orgulho, sim, mas também desejo, ambição e mesmo vontade de ajudar os seus concidadãos no combate à realidade que a sua forma de sentir, ver e pensar de alguma forma distorce.
Aliás, distorção e subentendidos seriam outro bom título para esta parceria entre o argumentista Brian Azzarello e o desenhador Lee Bermejo, que aqui se apresentam aos leitores portugueses no auge do seu talento criativo. Este volume reúne histórias originalmente incluídas em Lex Luthor Man of Steel (Vol. 1) #1-5 e Superman: Lex 2000.
Lex Luthor: Preconceito e Orgulho
Brian Azzarello (argumento) e Lee Bermejo (desenho)
144 páginas a cores, formato comic, capa dura
nota: imagens cedidas pela editora.
Fundador e administrador do site, com formação em banda desenhada. Consultor editorial freelance e autor de livros e artigos em diferentes publicações.
Alguém me explica onde é que eles contaram 152 páginas? Só se for da capa à contracapa. Já não é a primeira vez que tentam aldrabar o número de páginas. No volume do Aquaman foram obrigados a corrigir e a jogar rasteirinho. Alguma seriedade sff…
Olá, Casillas!
Presumimos que esse tipo de erro no press release da editora se deva a um erro de copy/paste da divulgação de uns volumes para os outros e não a um plano de enganar o potencial leitor. Julgamos que o facto de a diferença ser diminuta apenas corrobora tal: o volume tem 144 páginas (+ 4 de folhas de guarda + 4 de capa e contracapa). Também defendemos o rigor das editoras na divulgação, como é evidente, mas, neste caso, não nos parece ter sido intencional.
De qualquer modo, corrigimos o press release da editora, alterando as 152 páginas anunciadas para as 144 reais.
Boas leituras,
Nuno