Dr. Strange, o novo filme da Marvel realizado por Scott Derrickson estreou no dia 27 de novembro nas salas de cinema. Este filme retrata a história de Dr. Stephen Strange (desempenhado brilhantemente por Benedict Cumberbatch), médico neurocirurgião de reconhecimento mundial que vive num mundo perfeito, com o carro perfeito, centrado no seu egocentrismo e arrogância. Tudo isto podia ser perfeito não fosse o trágico acidente rodoviário que lhe retirou o seu instrumento mais precioso… as mãos.
Depois de esgotar todas a possibilidades existentes ao nível da medicina para recuperar a destreza e perícia, e de ter perdido a sua imensa riqueza em técnicas experimentais e viagens em desespero para recuperar a sua antiga vida, Stephen Strange ouve uma história acerca de um indivíduo que ficou paraplégico com lesões irrecuperáveis, que no entanto voltou a andar, indivíduo esse que Dr. Strange deu como um caso perdido.
É aqui que Dr. Strange embarca numa viagem ao desconhecido depois de saber que o local onde esse foi tratado é em Catmandu no templo de Kamar-Taj. Tudo o que ele conhece, tudo o que nós conhecemos é revirado do avesso, vezes e vezes sem conta, sendo-nos apresentado um mundo onde coexistem dimensões infindáveis onde a nossa realidade é facilmente destronada por falsas crenças. Quem faz a ponte para este mundo multi-dimensional que desempenha um papel extraordinário como já nos tem vindo a habituar noutros filmes, trata-se tão somente de Tilda Swinton, que representa a personagem da Anciã do templo de Kamar-Taj, uma personagem com um conhecimento ancestral e uma presença quase híbrida que oscila de uma forma perto do transcendente entre a calmaria do nascer do dia e a tempestade num dia de Inverno.
Será neste local que Dr. Strange irá libertar as amarras da sua mente, levando-o a abrir portas para as mais fantásticas feitiçarias, como viajar pelo multiverso através de portais, em que é capaz de controlar o tempo e o espaço como se de objetos materiais se tratassem. Mas se o seu objetivo era encontrar uma forma de curar as suas mãos, Dr. Strange será totalmente surpreendido por saber que o seu papel será muito mais importante do que aquele que inicialmente o levou ali. A sua capacidade de sacrifício por um bem maior será testada quando descobre que um dos antigos alunos da Anciã, Kaecilius (Mads Mikkelsen), articula um plano ardiloso para obter a vida eterna e trazer à Terra a condenação infinita.
Se tudo o que conhecíamos de Dr. Strange estava agarrado ao passado, neste filme a Marvel não só nos conseguiu trazer para o presente, como projectar para um futuro espantoso. As camadas e camadas em que as personagens são trazidas e levadas a um ritmo quase nano alucinante deixam qualquer um boquiaberto e apaixonado por este filme. A ligação brilhante entre os filmes que a Marvel nos habituou não foi excepção e como já é hábito, a aparição de Stan Lee e a existência de cenas durante os créditos, são duas mas não vou revelar pormenores.
Concluindo, a par de Guardiões da Galáxia este é sem dúvida um dos filmes mais conseguidos da Marvel, e definitivamente um dos meus preferidos.
Estranha-se e depois entranha-se!
Designer de profissão, o gosto pela fotografia e ser uma geek assumida fizeram com que se tornasse gestora de conteúdos e a fotógrafa oficial do Bandas Desenhadas.