Francis Manapul é um dos artistas convidados da Comic Con Portugal. Nascido nas Filipinas, este premiado argumentista e ilustrador de banda desenhada reside em Toronto, no Canadá, trabalhando para a DC Comics. A RIBDA entrevistou o autor.
Que tipo de banda desenhada lias enquanto criança e adolescente?
Em criança, lia maioritariamente bandas desenhadas do Super-Homem e do Batman para me ajudar a melhorar o meu inglês. Quando cresci, perdi o contacto com a banda desenhada, mas mais tarde, imediatamente antes do ensino secundário, voltei a redescobri-la quando a Image Comics foi criada. A sua energia artística viciou-me e desde então que sou um leitor de banda desenhada assíduo.
Para além do género de super-heróis, em que tipo de banda desenhada estás interessado?
Sou um grande fã de crime noir. Eu penso que este interesse advém de ser tão diferente, esteticamente, daquilo que faço. Também gosto de ficção científica e westerns.
Quais foram os escritores e ilustradores que consideras terem sido as tuas maiores influências?
Muitos dos criadores do Image trouxeram grandes influências para o meu trabalho, como o Jim Lee, Whilce Portacio, Marc Silvestri e Rob Liefeld. Na minha adolescência, gostava muito dos trabalhos de Mike Mignola, Joe Madureira, Humberto Ramos e Mike Wieringo. Em relação aos argumentistas, sou um grande fã Mark Waid, bem como de Kurt Busiek. Claro que uma das minhas maiores inspirações para ser escritor e ilustrador foram o Frank Miller e o Jeff Smith.
Fala-nos sobre o teu primeiro trabalho, publicado pela Slave Labor Graphics e Image, em 1998?
Ah, penso que se intitulava Love and Tights. O meu amigo J. Torres escreveu uma pequena história e deu-me a oportunidade de publicar o meu primeiro trabalho enquanto ilustrador.
Começaste a tua carreira profissional no Top Cow. Como é que começaste a trabalhar em banda desenhada?
Eu perseguia-os nas convenções e mostrava constantemente o meu portefólio. Nessa altura, comecei a trabalhar numa BD chamada Monster Fighters como J. Torres, a qual foi publicada pela Image Comics. Eu acredito que o facto de já ter algo previamente publicado, bem como a minha insistência, fez com que conseguisse um trabalho! O Frank Mastromauro estava a trabalhar no sentido de serem produzidos pela Top Cow alguns minicomics para uns carros de brincar. Ele deu-me o meu primeiro trabalho pago e ajudou-me a entrar na editora, o que originou o meu trabalho na revistade BD Witchblade.
Existem diferenças nos teus desenhos se fores tu a realizar a arte-final ou se for alguém a fazê-lo por ti?
Certamente. Já há bastante tempo que sou eu a arte-finalizar o meu trabalho e não consigo imaginá-lo a ser arte-finalizado por outra pessoa. Sinto que muita da personalidade da minha arte advém da forma que eu utilizo as tintas e aguarelas. Dito isto, sou fã de muitos profissionais da colorização nesta indústria e adoraria trabalhar com eles, mas provavelmente desenharia com os lápis de forma diferente. Não que o fizesse intencionalmente, mas é uma forma completamente diferente de chegar a um fim, pelo que teria de me adaptar à mesma.
Como é que começaste a trabalhar com o Brian Buccellato e como é que a vossa relação profissional evoluiu ao longo dos anos?
O Brian e eu começámos a trabalhar juntos na Witchblade. Ele coloria o meu trabalho, mas também se tornou um dos meus melhores amigos. Quando tive a oportunidade de escrever The Flash, não havia mais ninguém em que eu confiasse para trabalhar em conjunto e embarcar nesta viagem com o Barry Allen!
Quando também escreves uma banda desenhada, como é que isso influencia a tua ilustração?
Isso não afecta a forma como eu desenho, mas sim o ritmo das histórias e o layout das páginas. Tenho mais liberdade na narrativa e isso permite que a arte conte uma grande parte da história.
Conta-nos o que é a futura BD Broken Hollow.
Não posso contar muita coisa. Vai ser o meu primeiro trabalho em que serei o detentor dos direitos criativos e será também a minha reunião com o Brian!
Em que estás a trabalhar neste momento? Podes falar-nos dos teus planos futuros?
Atualmente escrevo e ilustro Trinity. Posteriormente, o plano é trabalhar na BD Aquaman Earth 1, a qual irém também escrever e ilustrar. A BD Broken Hollow também deverá começar por essa altura.
Artigos realizados por colaboradores do Bandas Desenhadas.