O Bandas Desenhadas já assistiu à pré-visualização em 3D de “Valerian e a Cidade dos Mil Planetas”, inspirado no clássico romance gráfico “Valérian e Laureline”, o visionário cineasta Luc Besson traz este icónico universo à contemporaneidade, sob a forma de uma saga de ficção-científica épica e singular.
O colaborador Pedro Silva já visionou o filme aqui fica a sua opinião:
Inspirado na criação de Pierre Christin no argumento e Jean-Claude Mézières na arte gráfica, Valerian e a Cidade dos Mil Planetas de Luc Besson, apresenta um trabalho muito interessante do ponto de vista do enredo, acção, caracterização visual e gráfica, bem como de apresentação, desenvolvimento e conclusão da própria história.
Quanto ao enredo a nossa dupla de heróis, galácticos a bordo da sua nave capaz de viajar pelo tempo e espaço, têm sempre de realizar as mais alucinantes missões solicitadas pelo Governo dos Territórios Humanos.
Desta feita têm como missão viajar ao séc. XXVIII à estação Alpha, que se desenvolveu ao longo dos séculos, tornando-se num centro especial de acolhimento para mais de 17 milhões de habitantes e milhares de línguas diferentes, cerca de 8000.
Diversas culturas de todos os cantos do Universo coabitam, trocando conhecimentos e tecnologia e a capacidade de uma convivência em harmonia. Mas algo está mal em Alpha e a nossa dupla, Valérian e Laureline, protagonizados pelos actores Dane DeHaan e a sensual Cara Delevingne, têm de conseguir desvendar e aniquilar as forças ocultas que tentam quebrar toda a harmonia desta grandiosa estação.
O inicio do filme é brilhante, tanto pelas imagens como pela viagem temporal. Seguido de um sonho de Valerian relacionado com uma civilização, já dada como extinta, que tinham como principal cultura umas pérolas especiais com uma energia única…
Valerian e Laureline são um jovem casal cheios de energia e desejosos de acção, lidando com a mesma de uma forma bastante trivial e convicta.
A sua presença é bastante reconfortante e desejada em toda a trama, vivendo verdadeiros momentos de acção, medo e muito brilhantismo.
Quanto às restantes personagens há a salientar a presença fugaz de Rihanna como Bubble, uma personagem que nos aparece de forma bastante original e inesperada, mas com uma certa inflêencia e importância do desenrolar da acção, bem como outros grandes actores como Clive Owen, Ethan Hawke ou Rutger Haeur, nos seus mais variáveis e por vezes improváveis papéis, mas que vão sempre muito bem.
Quanto a efeitos especiais e 3D o filme está muito bem conseguido, tendo sido capaz de nos levar a uma verdadeira viagem galáctica. São fascinantes as mudanças de universos paralelos durante uma grande acção num mercado, por motivo de obter algo muito importante para concluir a sua missão, a um traficante sem escrúpulos… entre outros momentos.
Inspirado no 6.º volume original da série, L’Ambassadeur des ombres, publicado em 1975, iremos, assim, aguardar pelo inicio da coleção portuguesa ASA/Público, para, mais à frente, fazermos um arco de ligação e comparação entre o livro original e o filme.
De um modo geral, penso que o filme, como filme, está muito bem conseguido, pois tem um equilíbrio bastante bom no desenrolar de toda a trama, com uma boa organização cronológica e sempre com muita acção. Momentos com algum suspense mas sempre com alguma dose de humor à mistura.
Filme a não perder e, claro está, que ficará certamente a curiosidade de ver uma continuação neste trabalho de Luc Besson, se bem que este primeiro conta também com a ajuda da mulher Virginie Besson-Silla como co-produtora – e que já tinha apresentado o filme aos visitantes da Comic Con Portugal 2016 – e é também uma realização pessoal para Luc Besson.
Artigos realizados por colaboradores do Bandas Desenhadas.