A Distrinews II inicia o processo de insolvência. Quem vai agora distribuir as publicações de banda desenhada que dependiam dela?
Nos últimos anos, a distribuição de banda desenhada nos pontos de venda de periódicos tem sido constantemente criticada pelos leitores, apontando a dificuldade de encontrar as publicações que desejam nos pontos de venda a que se dirigem (agravado na época estival, altura em que uma percentagem significativa da distribuição se centra no litoral), da dificuldade da banca solicitar às distribuidoras material que não lhes é remetido em tempo ou da incapacidade do leitor comunicar com as distribuidoras (ou, quando o consegue, não receber informação acertada e relevante). Seja qual for a distribuidora, as críticas mantêm-se.
Em setembro – e quiçá nos próximos meses – a distribuição de BD nos pontos de venda será agravada. A Distrinews II – Distribuição de Publicações, responsável pela distribuição de muitas publicações de BD, suspendeu o seu serviço.
Se, há alguns meses, a Urbanos Press tinha alterado o seu nome para Distrinews II e reduzido a sua atividade – com diversas publicações a terem de alterar o seu dia de lançamento nas bancas devido à Distrinews II deixar de realizar distribuição nesses dias da semana -, a partir desta terça-feira, dia 5, teve efeito a total suspensão do serviço, indo-se iniciar um processo de insolvência.
Relembra-se que a Urbanos Press tinha comprado a distribuidora Logista em 2013, com a Urbanos como accionista maioritário (70%), a par do Público (10%), A Bola (10%) e o Diário Económico (10%). Com a diminuição da sua atividade, os jornais diários já tinham passado a ser distribuídos pela VASP.
Várias editoras, incluindo a Goody, tinham denunciado o seu contrato com a Distrinews II, por ausência de pagamentos desde março, passando a sua distribuição a ser realizada pela VASP este verão. Para essas editoras cuja questão da distribuição está resolvida, os problemas são agora a recuperação dos montantes em atraso, bem como reaver as publicações que estavam nos armazéns da Distrinews II, algo que poderão não conseguir.
Para as demais editoras que não contratualizaram ainda outra distribuidora, o problema é maior, pois não têm como distribuir as suas publicações nos pontos de venda de periódicos. Uma das editoras que viu os seus problemas já existentes – em processo de liquidação – agravados com esta situação foi a Motorpress, que edita também de modo aperiódico os álbuns de banda desenhada As Odisseias de um Motard do português Luís Pinto-Coelho. As suas publicações passaram a ser distribuídas pela VASP desde o dia 7 de setembro, enquanto a editora tenta procurar soluções que não a insolvência.
E as demais editoras de publicações de banda desenhada que eram distribuídas pela Distrinews II? As opções que têm não são muitas, uma vez que a VASP, detida em partes iguais pela Cofina Media (Correio da Manhã, Negócios, Sábado), Global Media Group (DN, JN) e Impresa (Expresso, SIC), garante, desta forma, praticamente o monopólio do mercado.
O Bandas Desenhadas foi informado por diversas fontes que a VASP se encontra a recusar propostas de algumas editoras para realizar a distribuição dos seus produtos, bem como ter como política não trabalhar diretamente com editoras estrangeiras. Existindo várias editoras de banda desenhada nesta situação – quer as que utilizam unicamente os pontos de venda de periódicos como canal único de distribuição, quer as que o utilizam como complemento ao canal livreiro – os leitores terão de aguardar para verificar o que realmente chegará este mês às bancas daquilo que estava planeado, sejam publicações nacionais ou importadas.
Mais importante será que estes problemas financeiros (ausência de pagamentos) e logísticos (não recuperação do material nos armazéns da Distrinews II e perda do seu serviço de distribuição) não venham a colocar em causa a existência das editoras cuja distribuição era realizada pela Distrinews II.
Fundador e administrador do site, com formação em banda desenhada. Consultor editorial freelance e autor de livros e artigos em diferentes publicações.
A VASP rejeita algumas editoras??? Depois paga pouco e tarde e a más horas às os seus distribuidores prestadores de serviços que terminar impostos, rendas e reparações das viaturas para pagar… Muitos casos existem em que os motoristas com viatura própria desta empresa (VASP) nem o ordenado mínimo levam para sustentar a família depois de passar 25 ou 30 dias a carregar e descarregar 2 toneladas de papel de dentro das suas viaturas rápido e com bons modos
Infelizmente, estava a fazer a colecção da Marvel da Salvat que estava a ser distribuída por eles…
Pediram insolvência a dia 5 e debitam a dia 7…
Esperemos que a Salvat não seja tão pirata quanto eles e assuma o prejuizo que estará a causar aos seus clientes, que no início de tudo assinaram com a Salvat…
A Salvat em Portugal é a distribuidora. É ela que trazia para Portugal algumas publicações com sede em Espanha, tais como Panini, Salvat, DeAgostini/Altaya, etc, etc
Então a distribuição desta coleção vai continuar ? Pergunto isto porque assinei a coleção em março e no início deste mês cobraram-me a mensalidade de setembro, pelo que quero ter a certeza se a distribuição desta coleção acabou para cancelar a autorização de débito e pedir o reembolso do meu dinheiro.
Eu diria que a Salvat deveria fazer uma comunicação dirigida (sobretudo) aos que assinaram a coleção Marvel. Nomeadamente, se o débito SEPA é mantido como está ou se deverá se suspenso e/ou substituido por outro.
Nota para quem teve o débito feito: se não receber os livros, pode e deve ir a uma agência do banco e pedir a Revogação da Cobrança. Tem cerca de 8 semanas para o fazer.
E provar que não recebemos os livros?o último que recebi foi o 43