Antologia Dor vence Toma Lá 500 Paus e Faz uma BD de 2017

Antologia Dor vence Toma Lá 500 Paus e Faz uma BD de 2017

Antologia “Dor”, com coordenação e autoria no feminino, é a vencedora do concurso Toma Lá 500 Paus e Faz uma BD deste ano

Os cinco membros do Juri da edição deste ano do concurso interno Toma lá 500 paus e faz uma BD da Chili Com Carne,  já decidiram sobre o projecto vencedor!

O projecto vencedor é Dor, uma antologia de BD com as participações de onze autoras: Bárbara Lopes, Cecília Silveira, Dileydi Florez, Hematoé, Inês Caria, Inês Cóias, Marta Monteiro, Mosi, Patrícia Guimarães, Sara Figueiredo Costa, Sílvia Rodrigues e Susa Monteiro. Será um livro de 104 páginas a sair neste primeiro semestre de 2018 na Colecção CCC.

Segundo a sinopse do projecto:
No nosso imaginário a Dor pertence ao campo físico, neste pensamento associamos sempre o nosso corpo a um estado de dor físico e facilmente nós esquecemos que existem vários níveis de dor, entre eles, a dor emocional/ psicológica, que por sua vez, ocupa o mesmo peso que a dor sentida fisicamente. 

Assim, partindo da vontade de trabalhar a plasticidade da temática da dor e de querer perceber os vários entendimentos ao seu respeito, foram convidadas 10 artistas e 1 escritora, que partilham a paixão pelo desenho, a banda desenhada e a ilustração, para que através do seu olhar e desenho/ escrita, reflectissem sobre a dor. 

Ao longo da antologia, será perceptível que cada artista tento tido como ponto de partida a temática geral da dor, escolheu desenvolver graficamente uma dor específica: do parto, do confronto com o outro, dor menstrual, de amar, da solidão, de esconder a dor, da ausência, do luto, do crescimento, de alma…

Registe-se que foram entregues apenas 6 propostas, a menor participação de sempre desde que a associação CCC começou a promover este concurso em 2013, apesar de ter sido a maior ao nível de quantidade de participantes  (31 autores), dado que este ano foram solicitadas propostas de antologias de BD. Somente 3 propostas foram aceites a concurso, por as demais não cumprirem com o critério de antologia.

Das três propostas, todas elas eram potenciais vencedoras da edição deste concurso, tendo vencido a Dor por maioria de um Júri… bastante dividido. Dor, no geral, pareceu um aprojecto bem coordenado e bem pensado enquanto uma antologia que possa ser interessante para todos, com histórias autobiográficas e outras com uma poética mais subjectiva.

Também pesou o facto de ser livro de autoras de BD, que têm menos visibilidade no mercado nacional para discussão politica, emocional e social em Banda Desenhada. Esta antologia, apesar de ter uma estrutura temática comum, não cairá na repetição de uma única narrativa. Será uma bela colecção de flores, sem dúvida, como aliás acontece sempre nas outras antologias da Chili Com Carne.

Curiosamente e historicamente esta poderá ser a primeira antologia de autoras coordenado exclusivamente por autorias. Isto é, apesar de alguns números especiais de revistas, fanzines ou livros de “BD no feminino” que apareceram nos anos 90 (G.A.S.P. ou Azul BD3) e no novo milénio (Allgirl’zine e QCDA #2000), estas publicações não foram organizadas pelas próprias autoras como acontece no presente projecto vencedor.

A Associação Chili Com Carne agradece a todos os sócios que participaram nesta iniciativa, em especial aos que pagaram a sua quota anual e permitiram o prémio monetário – há mais de dois anos que as quotas anuais dos sócios tem como objectivo financiar o concurso “Toma lá 500 paus!”, ao invés de serem apenas um mero “investimento” para o consumo das publicações da CCC.
Esta iniciativa tem o apoio do IPDJ. Graças a este concurso foram já publicados quatro livros, a saber: O Cuidado dos Pássaros / The Care of Birds (vencedor de 2013) de Francisco Sousa LoboAskar, O General de Dileydi FlorezO Subtraído à Vista de Filipe Felizardo Acedia (vencedor de 2015) de André Coelho.

Sobre as autoras: Há autoras (re)conhecidas como a Marta Monteiro ou a Susa Monteiro, há a jornalista Sara Figueiredo Costa que lemos no Expresso ou na Blimunda, há autoras que estão a começar e outras que andam cá há algum tempo mas afastadas do olho público… Dada a grande quantidade de autoras neste de Dor não iremos agora aborrecer os leitores com biografias e links. Esperem para quando sair o livro! Até lá podemos constatar que a maioria delas já participaram em vários livros nossos. Nas antologias MASSIVE (2009), Destruição ou BDs sobre como foi horrível viver entre 2001 e 2010 (2010), Boring Europa (2011), Futuro Primitivo (2011), Mesinha de Cabeceira #23 : Inverno (2012), QCDA #2000 (2014), Malmö Kebab Party (2015), QCDI #3000 (2015), Maga : Colecção de ensaios sobre Banda Desenhada e afins (2015), Lisboa é very very Typical (2015) e na recente revista com a Escola Ar.Co., Pentângulo, cujo primeiro número sairá a 27 de Fevereiro. A Hetamoé também participou com ilustrações no livro Anarco-Queer? Queercore! (2016) de Rui Eduardo Paes; e a solo temos Askar, o General (2015) de Dileydi Florez.

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