Longe vão os tempos em que Dylan Dog era um personagem bonelliano desconhecido dos portugueses. Mesmo aqueles que não experimentaram ler as suas bandas desenhadas nas revistas brasileiras exportadas para Portugal e que não assistiram ao filme não-oficial do personagem, Dellamorte Dellamore – estreado no Fantasporto em 1996 com uma tradução do título norte-americano, O Homem do Cemitério -, provavelmente se aperceberam da existência do filme mainstream Dylan Dog: Guardião da Noite, estreado nas salas de cinema nacionais em 2011.
A nível de edição portuguesa, a publicação de Dylan Dog foi inclusivamente antecedida em 2015 pela sátira disneyana Dylan Rat e a Ascensão dos Ratos Chatos, publicada na Disney Comics #134. Seria somente em 2017 que a Levoir editaria a primeira BD deste personagem em Portugal, incluída na sua série Novelas Gráficas de 2017, Mater Morbi.
Menos de um ano volvido, Dylan Dog é pela segunda vez editado em Portugal, desta feita com A Saga de Johnny Freak, que inclui a BD clássica do personagem publicado no #81 da sua série mensal, a qual inaugurou a série que a editora brasileira Conrad dedicou a Dylan Dog. O livro é complementado pela sequela publicada no #127, um inédito em língua portuguesa.
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Eis a sinopse da editora:
A Saga de Johnny Freak assinala o regresso de Dylan Dog à edição nacional a 26 de Abril. Dylan Dog é um dos fumetti (nome dado à BD italiana) de maior sucesso na Itália. Criado por Tiziano Sclavi em Outubro de 1986 para a Sergio Bonelli Editore, chega a vender cerca de um milhão de cópias por mês. Na colecção Novelas Gráficas 2017 a Levoir editou Dylan Dog – Mater Morbi, da autoria de Massimo Carnevale e Roberto Recchioni. Johnny Freak é uma história típica de Dylan Dog, e é considerada uma das melhores de sempre. Publicada originalmente em 1993, no #81 da revista mensal do “detective do pesadelo”, surgem nela todos os seus principais personagens. Além de Dylan, conhecemos também Groucho. Ambos são companheiros de quarto em Londres, cenário principal da série. Juntos, investigam fenómenos fantásticos que chegam ao seu conhecimento. Dylan conhece Johnny e fica intrigado: qual o mistério que se esconde por trás daquele estranho indivíduo surdo-mudo encontrado escondido num parque, sem pernas e sem diversos órgãos do corpo? Apesar de aparentemente inapto para viver em sociedade, Johnny começa a demonstrar lampejos de genialidade para as artes, algo que pode ajudar a desvendar seu passado. Inspirada num artigo sobre tráfico de órgãos humanos no Brasil, que Marcheselli tinha lido numa revista, esta história de ficção viria a ter confirmação na realidade em 2005, com o célebre caso de James Whittaker, que foi gerado e nasceu expressamente com o objectivo de ser dador de medula para o seu irmão Charlie, afectado por uma doença degenerativa mortal. Este caso insólito aproxima-se ainda mais da segunda história deste volume, “O Coração de Johnny”, que encerra a saga completa, num dos volumes mais complexos e famosos de Dylan Dog.
Colecção Bonelli vol. 3: Dylan Dog – A Saga de Johnny Freak
vários autores
Editora: Levoir
Páginas: 200, a preto e branco
Encadernação: capa dura
Dimensões: 190 x 260 mm
PVP: 10,90€
Fundador e administrador do site, com formação em banda desenhada. Consultor editorial freelance e autor de livros e artigos em diferentes publicações.