JESSICA JONES, A HEROÍNA DA SÉRIE DE BRIAN MICHAEL BENDIS ALIAS E DA SÉRIE DE TV DA NETFLIX ESTÁ DE VOLTA!
O reconhecimento do público e crítica especializada relativo à série televisiva Jessica Jones na Netflix devolveu popularidade q.b. à personagem para que a G. Floy apostasse na publicação da série original da personagem, denominada Alias. Em 2016 e 2017, a editora publicou em Portugal a série em 4 volumes.
Escrito por um Brian Michael Bendis então há apenas 2 anos a produzir argumentos para a Marvel, mas já uma estrela em ascensão na editora graças aos recordes de venda de Ultimate Homem-Aranha, Alias foi o título fundador do selo MAX da Marvel, uma das linhas criadas em 2001 pela editora após ter abandonado o Comics Code Authority. O selo MAX destinava-se a um público adulto, razão porque todas as revistas apresentavam em parangonas parental advisory explicit content, numa altura em que a editora dava os primeiros passos a explorar o que a aparente “liberdade” lhe permitia nos EUA.
Alias aglutinava algumas tendências da época, como o facto de na estreia da personagem se lhe dar um passado pré-existente no Universo Marvel desconhecido dos leitores – como já tinha recentemente acontecido com Robert Reynolds, o Sentinela (Sentry, no original), criado por Paul Jenkins e Jae Lee com a colaboração de Rick Veitch e que Bendis curiosamente integraria nas suas histórias 3 anos mais tarde – e a existência sucessiva de várias séries televisivas norte-americanas populares do género thriller, policial ou espionagem protagonizadas ou coprotagonizadas por uma mulher, culminando inclusivamente na homónima série televisiva de J. J. Abrams estreada alguns meses antes da banda desenhada, com Jeniffer Garner – a futura Elektra no grande ecrã – no papel de Sydney Bristow (e que também teve direito a ser transposta posteriormente para BD).
Sendo a escolha do título da Marvel uma grande coincidência ou não com a série televisiva, Bendis transportou para a mesma a experiência do género policial que trazia da banda desenhada mais indie da Caliber Comics e posteriormente na Image (onde iniciou Powers – cujo primeiro volume, Quem Matou a Retro Girl?, foi publicado pela Devir em 2004 e recentemente adaptada para televisão em duas temporadas exibidas em Portugal no extinto canal MOV) e Oni.
A aparente liberdade do selo MAX – cuja “ausência de limites” fazia sorrir o leitor de banda desenhada europeia – dificultava, contudo, o cruzamento com outros personagens do Universo Marvel, sendo essa, bem como a coincidência de título com a série televisiva da ABC – cuja popularidade garantiria 5 temporadas – sido postuladas como as razões que levaram ao cancelamento do título 28 números depois e ao praticamente imediato relançamento sem o selo MAX e com o título The Pulse (que a Devir batizou como O Pulsar da Cidade no primeiro e único TPB publicado em Portugal). The Pulse terminaria passados 14 números. Com Alias, tinha-se praticamente encerrado a premissa de que era possível construir histórias sobre detetives privados no Universo Marvel. The Pulse, um suplemento do Clarim Diário, aproximou-o mais do cliché de super-heróis no meio jornalístico, apesar da tentativa de abordagem original. Foi também a transição para o mundo dos super-heróis. Os Novos Vingadores de Bendis herdariam um pouco da história de Alias e The Pulse, mas as histórias policiais mais ou menos noir da detetive privada já tinham desaparecido por completo.
É esta segunda série de Jessica Jones, The Pulse, que a G. Floy edita agora (quase) integralmente. Na verdade, tal como nas compilações norte-americanas, não é reproduzido o #10 de The Pulse, o qual, apesar da autoria de Bendis no argumento e Michael Lark nos desenhos, é um corpo estranho na narrativa da série, dado ser um tie-in com a minissérie House of M (aka Dinastia de M), na qual toda a realidade da Marvel foi substituída, por um breve período, por uma realidade alternativa (Terra-58163). Refira-se que nem sequer a Jessica Jones (ou o Luke Cage) surgem nesse número, sendo uma banda desenhada que é frequentemente – e bem – compilada em volumes dedicados a House of M.
Pelo contrário, tal como nos EUA, é incluído o comic book New Avengers Annual (vol. 1) #1, ou não fosse dedicado ao casamento de Jessica Jones e Luke Cage, com Stan Lee a realizar um cameo como o padre.
A nível de desenhadores, o volume conta com Mark Bagley (#1-5), Brent Anderson (#6-7), Michael Lark (#8-9), Michael Gaydos (#11-14) e Olivier Coipel (New Avengers Annual #1).
Entretanto, Jessica Jones teria direito a nova série, pela primeira vez em nome próprio, em 2016, graças à série netflixiana, a qual a G. Floy planeia iniciar a publicação no final deste ano. Para além da série continuar em publicação, a personagem integrou a série Defenders (vol. 2) em 2017, uma série de BD da Marvel cujos protagonistas são o quarteto da série homónima da Netflix.
Clique nas imagens para as visualizar em toda a sua extensão:
Eis a sinopse da editora:
A ex-Vingadora tornada investigadora privada começa um novo capítulo da sua vida – como jornalista para a nova secção sobre super-heróis do Clarim Diário, PULSAR! E a sua primeira missão é descobrir a identidade de um homicida super-poderoso que assassinou uma ex-repórter do Clarim. Qual será o envolvimento de Norman Osborn neste caso? E que efeito terá a descoberta chocante de Jessica no universo Marvel? E Jessica e Luke Cage, que agora vivem juntos, vão ser envolvidos por Nick Fury numa verdadeira guerra – e terão de reagir e lutar pela sua nova vida! E o momento que todos esperavam: o bebé de Jessica e Luke, e o dia do casamento! Convidados especiais? Homem-Aranha, Capitão América, os Novos Vingadores e muitos mais!
Jessica Jones regressa num volume de 360 páginas que nos traz uma fase inteira da saga da heroína, desde o momento em que inicia a sua vida a dois com Luke Cage à espera do seu bebé, até ao final mais esperado de todos, e sempre motivo de festejos, um casamento Marvel! Pelo caminho são vários arcos de história com a marca distintiva do escritor Brian Michael Bendis que continua a explorar os recantos mais escuros do universo da Marvel, e desenhados por artistas variados.
Na primeira história, desenhada por Mark Bagley (colega de longa data de Bendis em Ultimate Homem-Aranha), Jessica começa a trabalhar no Clarim Diário, e a sua investigação ao assassinato de uma outra jornalista levará directamente a um confronto com o Duende Verde, e a uma batalha épica nas ruas de Nova Iorque. Na segunda história, Jessica terá de viver as sequelas da Guerra Secreta de Nick Fury, que irá colocar em perigo a sua bebé, e opô-la à Hidra, com desenho de Brent Anderson (Astro City) e Michael Lark (Gotham Central). Michael Gaydos, o desenhador original da série Alias e criador visual de Jessica Jones regressa para uma curta história, uma homenagem emotiva e inteligente às personagens menores do universo Marvel. E, finalmente, entre casamento e batalhas desenhadas por Olivier Coipel, uma das estrelas da Marvel (Dinastia de M), temos a mais super-heróica das histórias deste volume.
Este é o livro em que Jessica Jones completa o longo caminho de “loser” que se despreza a si própria a membro respeitada da comunidade dos super-heróis que consegue finalmente olhar para si mesma no espelho sem pestanejar!
JESSICA JONES: PULSAR
vários autores
Editora: G. Floy
Páginas: 360, a cores
Encadernação: capa dura
ISBN: 978-84-16510-63-4
PVP: 25,00€

Fundador e administrador do site, com formação em banda desenhada. Consultor editorial freelance e autor de livros e artigos em diferentes publicações.
Cujo 2 volume também é o único tie in para Guerra Secreta Salvat,