Como referimos, as publicações de banda desenhada disneyana da Goody regressam aos pontos de venda de periódicos em junho, mantendo-se a periodicidade semanal, alternada entre os 3 títulos, no mesmo dia da semana, à 3.ª feira.
Lançado o #3 de Mickey a 17 de outubro do ano passado, este regresso há muito era esperado pelos leitores, tendo na altura da suspensão a editora prometido que a numeração iria ter continuidade, como pode ser verificado na capa de Mickey.
Para assinalar o retorno, a editora optou por antecipar o lançamento de Mickey #4 para o dia 1 de junho, o Dia Mundial da Criança, de modo a sublinhar que as bandas desenhadas disneyanas são também adequadas ao público infantojuvenil, apesar de, um pouco por tudo o mundo, se ter conhecimento que a maioria dos seus leitores são os adultos (p.e., em Itália, os adultos correspondem a 70% dos leitores).
Existem diversas alterações na linha editorial, muitas das quais são visíveis já neste primeiro número. Para além da já citada maior gramagem da capa e do miolo, a editora tentou ir de encontro a várias solicitações dos seus leitores, como a maioria das capas corresponderem a uma banda desenhada contida no seu interior, existirem chamadas de texto na própria capa e haver um maior número de bandas desenhadas do personagem que dá nome à publicação (evitando, por norma, mas podendo haver exceções, a mistura de histórias protagonizadas por patopolenses e ratopolenses na mesma publicação, ao contrário do que sucedia nas publicações portuguesas dos anos 80 da Editora Morumbi, filial nacional da Editora Abril). Ao longo dos próximos meses, os leitores poderão constatar outras mudanças a nível editorial.
A capa, da autoria de Giorgio Cavazzano, refere-se à BD Mickey e o Estranho Caso de Jack Dois de Copas, desenhada por si e escrita por Tito Faraci. Publicada originalmente em 2013, esta conceituada BD encontrava-se ainda inédita no nosso país, sendo um verdadeiro piscar de olho a todos os que têm acompanhado a presença de autores italianos disneyanos no nosso país. Se, por um lado, esta foi uma das BD utilizadas por Davide Catenacci no seu workshop em 2017 com argumentistas e desenhadores portugueses no XIII Festival Internacional de BD de Beja, por outro, quando os leitores constatarem que o Jack que dá título à história vive numa rulote, à semelhança dos Irmãos Metralha, recordarão a história que o próprio Cavazzano narrou na Comic Con Portugal 2017, explicando porque decidiu colocar os Metralha a viver numa rulote.
Mickey e a Arca da Arte (2017) é a última BD produzida (até ao momento?) da série A História de Arte de Roberto Gagnor, sendo a única que a Goody ainda não tinha publicado. Apesar de, como todas as demais BD da série, ser de leitura completamente independente, os leitores encontrarão na última prancha, em jeito de desfecho, algumas referências imagéticas às restantes histórias do segundo arco da série, tal como já tinha sucedido no final do primeiro. Os desenhos cabem desta feita a Stefano Intini.
Casty, vencedor de 3 Prémios BD Disney este ano, está de regresso com Mickey e o Imparável Paparazzo (2014), ilustrada por Ettore Gula. Trata-se de uma das poucas bandas desenhadas do ciclo de Casty com Ranulfo (Mortimer, no original), o rival de Mickey pela afeição da Minnie, ainda inéditas no nosso país.
O autor Enrico Faccini tem vindo a conquistar os leitores portugueses, sendo dos poucos que consegue manter o humor de outrora nas bandas desenhadas do Peninha (Fethry Duck, no original). Em Blues! (2017), há a oportunidade de verificar o que acontece quando o Pateta (Goofy, no original) é o protagonista.
Desde que o Mickey passou a ter novamente uma publicação com o seu nome em Portugal que um autor clássico tem sido frequentemente solicitado pelos leitores, Paul Murry. Mickey e o Ídolo Tubarão (The Giant Pearls of Aago Island, no original) foi publicada originalmente em 1956 na revista norte-americana Mickey Mouse #49 e captura bem as aventuras de Mickey na época, em destinos exóticos. Os fãs têm ainda a possibilidade de ler uma BD de uma página desenhada por Murry, com argumento de Vick Lockman, dedicada ao Superpateta. Esta simples mas muito divertida prancha é reproduzida em preto e branco, tal como foi publicada originalmente na revista norte-americana Super Goof #1, em 1965, com o título Bullet-Proof Goof.
A 13.ª BD de Pergunta ao Patelobo não pôde ser publicada em Portugal aquando das histórias retiradas da revista italiana X-Mickey #13, de 2003. Os leitores/colecionadores têm agora a oportunidade de ler a BD inédita em língua portuguesa com argumento de Augusto Machetto e desenhos de Stefano Turconi, num dia em que Patelobo (Pipwolf, no original) recebe a visita de um carteiro que não o habitual Igor.
Clique nas imagens para as visualizar em toda a sua extensão:
:::: MICKEY #4 ::::
Pág. 5
MICKEY E O ESTRANHO CASO DE JACK DOIS DE COPAS
Texto de Tito Faraci
Desenhos de Giorgio Cavazzano
Pág. 37
A HISTÓRIA DE ARTE:
MICKEY E A ARCA DA ARTE
Texto de Roberto Gagnor
Desenhos de Stefano Intini
Pág. 63
MICKEY E O IMPARÁVEL PAPARAZZO
Texto de Casty
Desenhos de Ettore Gula
Pág. 95
PATETA BLUES
Texto e Desenhos de Enrico Faccini
Pág. 100
MICKEY E O ÍDOLO TUBARÃO
Desenhos de Paul Murry
Pág. 126
X-MICKEY:
PERGUNTA AO PATELOBO #13
Texto de Augusto Macchetto
Desenhos de Stefano Turconi
Pág. 130
A AVENTURA DE SUPERPATETA
Texto de Vic Lockman
Desenhos de Paul Murry
Mickey #4
vários autores
Editora: Goody
Páginas: 132
Encadernação: capa mole
Dimensões: 135 x 190 mm
PVP: 2,50€
Fundador e administrador do site, com formação em banda desenhada. Consultor editorial freelance e autor de livros e artigos em diferentes publicações.