Chega hoje às bancas o quinto volume da 4ª coleção Novela Gráfica da Levoir com o Público. Este quinto volume é composto por duas novelas gráficas do início da carreira de Paco Roca, O Farol e O Jogo Lúgubre. Paco Roca, é um dos autores espanhóis da actualidade mais importantes e premiados, presente na coleção Novela Gráfica de anos anteriores com as obras O Inverno do Desenhador e Os Trilhos do Acaso. Em 2016, a Levoir e o Público também editaram A Casa, uma obra galardoada com o Premio Nacional del Cómic 2015.
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Eis a sinopse da editora:
O Farol foi publicado em 2004 e é uma ode à imaginação, aos sonhos e à liberdade. Embora não seja a obra mais conhecida do autor, é uma das mais importantes para o compreender. O Farol é também uma homenagem de Paco Roca às aventuras da sua infância, um canto a favor da liberdade e da imaginação.
Francisco é um jovem soldado republicano que, ferido, foge das tropas falangistas. Na sua fuga chega a um lugar onde só existe o mar e a companhia de um faroleiro, que o salva de morrer afogado. Telmo, o faroleiro, irá iniciá-lo, pelo meio de muitas referências literárias aos heróis clássicos, como Ulisses, Gulliver ou Simbad, num mundo de aventuras que ele não sabia existirem.
A bicromia a preto e azul resulta perfeita para o ambiente desta obra optimista e de “ritmo lento”.
A segunda história deste volume, O Jogo Lúgubre (título de uma pintura de Dalí), escrita e desenhada inicialmente a preto e branco, em 2001, é uma história brilhante, em que o desenho de Paco Roca é como sempre genial. No início do livro, Roca conta que numa livraria encontrou uma edição fac-símile de uma crónica de um antigo secretário do universal pintor catalão Salvador Dalí (Salvador Deseo no livro), que aparentemente seria verídica. Gostou tanto da história que não resistiu a adaptá-la.
A história passa-se em 1936, tempo de agitação política e artística. O fascismo tem cada vez mais força na Europa. Em Espanha, a guerra civil está prestes a começar. O madrileno Jonás Arquero viaja para Cadaqués (Girona), um pequeno porto pesqueiro, onde consegue trabalho como secretário de Deseo, o pintor surrealista catalão, que atravessa um período de grande actividade criativa, excêntrica e genial.
Ao passar no bar da localidade, conta que veio para trabalhar em casa do pintor, mas a reacção dos locais não é a melhor, não querem saber nem do artista, nem das pessoas que o rodeiam. Mas, ao chegar a casa, Galatea, a companheira do pintor, informa-o das suas funções como contabilista. A casa é um verdadeiro labirinto, ligando quartos entre si, estúdios onde o pintor pinta, e toda uma panóplia de objectos estranhos.
À medida que os dias passam Jonás começa a conhecer melhor o estranho e carismático Deseo, um homem obcecado com sangue.
Em 2012 esta obra, a mais querida de Paco Roca na altura da sua edição, foi publicada em bicromia, num preto e vermelho mais adequada ao tom de terror do relato.
No final do livro encontra-se um posfácio escrito por Paco Roca, onde ele conta muitas curiosidades sobre a história.
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