O regresso de Luís Louro numa aventura tão insólita como actual
Chega hoje às livrarias a nova banda desenhada de Luís Louro, “Watchers”, uma história em que volta a trabalhar a solo e nos apresenta uma Lisboa muito própria, muito futurista mas com muitos recortes do passado. Não obstante a qualidade a que sempre nos habitou, ainda nos presenteia com algo senão inédito muito perto disso no panorama bedéfilo nacional, duas versões da mesma história: a vermelha e a branca, cada uma com um final diferente.
Curiosos? Esta e outras questões poderão ser respondidas pelo autor na sessão de apresentação que irá decorrer no Amadora BD, no dia 27 de outubro (sábado), pelas 16h00.
Clique nas imagens para as visualizar em toda a sua extensão:
Eis a sinopse:
Com Watchers, Luís Louro comemora vários regressos. O regresso ao seu trabalho a solo e a uma Lisboa muito própria. Uma vez mais, num livro extraordinariamente visual, apresenta-nos uma Lisboa de tirar o fôlego e de uma riqueza inimaginável, com veículos voadores, árvores a sair dos prédios, animais selvagens, e onde podemos encontrar cerca de 200 referências e easter eggs, o saudoso autocarro 30 para a Picheleira, entre outros. Uma Lisboa futurista mas vintage!
Com um argumento que nos leva a explorar as profundezas da consciência humana, Watchers é um retrato do estado da nossa sociedade e a refletir sobre as nossas prioridades.
Esta é a história do Sentinel, um utilizador da plataforma online People Watching que, tal como os outros, é um Watcher mas não um Watcher como…os outros. Numa demanda para estar sempre no topo, acaba por entrar numa onda de crimes, dando azo a perseguição policial, ao nascimento de cultos, de haters, num caminho alucinante e sem regresso…
Todos já passamos por encruzilhadas onde tivemos de tomar decisões importantes, de optar pelo caminho da esquerda ou da direita, pelo comprimido vermelho ou azul… Tendo irremediavelmente de viver com essa decisão para o resto da vida.
Característica distintiva do novo álbum de Luis Louro é o facto de, provavelmente pela primeira vez na história da Banda Desenhada, ser publicada uma edição com duas versões diferentes: a “vermelha” e a “branca”, cada uma com um final distinto. Dito de outra forma: uma história surpreendente com dois finais possíveis à escolha do leitor!
[dropcap]Luís[/dropcap] Louro nasceu em Lisboa, em 1965, tendo sido desde muito cedo um apaixonado pela BD. A sua primeira banda desenhada foi criada com o argumentista António José (Tozé) Simões, em 1980, mantendo-se essa pareceria, sob o nome Louro & Simões, por mais de dez anos. Juntos produziram um grande número de histórias de aventuras, com especial destaque para a série Jim Del Monaco, que se tornou mítica no panorama da BD portuguesa, com 7 álbuns publicados entre 1986 e 1993. Em 1989, ainda em parceria com Tozé Simões, iniciou uma nova série, Roques & Folque, da qual saíram três álbuns publicados entre 1989 e 1992. A partir de 1993, a solo ou em colaborações pontuais, lançou a série O Corvo (1994), Alice na Cidade das Maravilhas (1995), Coração de Papel (1997), O Halo Casto, (2000), Cogito Ergo Sum (2001) e Éden (2002).
Tem, entretanto, desenvolvido atividade nas áreas da ilustração e da fotografia, sendo sobretudo a esta última que se tem dedicado desde 2007. As suas obras têm sido apresentadas em diversas exposições individuais e coletivas, e estiveram presentes em alguns dos festivais mais relevantes da especialidade, nomeadamente em diversas edições do Festival de BD da Amadora.
De entre as muitas exposições que têm tido a sua obra como referência, a mais completa foi “Luís Louro – Contrastes”, que esteve patente no Centro Nacional de Banda Desenhada e Imagem e que constituiu a maior retrospetiva sobre a sua vasta obra.
Watchers
Luís Louro
Editora: ASA
Capa dura, 48 páginas a cores
ISBN Versão A: 978-989-23-4314-3
ISBN Versão B: 978-989-23-4315-0
PVP: 14,95€
nota: imagens cedidas pelo autor.

É administrador do site. Licenciado em Informática, agrega no Bandas Desenhadas dois mundos que adora – a web e a banda desenhada.
A última obra do Louro, referida neste artigo, é “Eden 2.0”.