Três anos depois da publicação do Ciclo I, a Arcádia prossegue a série de banda desenhada francesa O Comboio dos Órfãos com a publicação integral do Ciclo II, desta vez dedicado a Lisa e Joey. Com argumento de Philippe Charlot, desenhos de Xavier Fourquemin e cores de Scarlett Smulkowski, esta série foi publicada originalmente na coleção realista Grand Angle da editora Bamboo, em tomos individuais, tendo sido editados 8 volumes entre 2012 e 2017, com cada par de álbuns a corresponder a um ciclo.
Neste segundo ciclo – que corresponde aos volumes 3 e 4 originais – continua a ser relatado como, na costa leste dos Estados Unidos, a onda de emigração maciça leva ao abandono de muitas crianças vindas da velha Europa. Miseráveis entre os mais miseráveis, crianças órfãs, abandonadas e maltratadas, sobrevivem à custa de pequenos furtos e mendicidade nas ruas de Nova Iorque. Só nesta cidade, eram cerca de 20 mil em 1854, ano em que foi posto em prática o primeiro programa de adoção, conhecido por “Orphan Train Riders”. O sistema adquiriu rapidamente uma dimensão e eficácia quase industrial. Quando a iniciativa terminou, em 1929, cerca de 250.000 crianças haviam sido enviadas para o Oeste.
Eis a sinopse da editora:
Kansas — 1991
Há festa na quinta do velho Jim que acaba de casar com a doce Bianca. À mesa, a única sombra é a cruel ausência de Joey, o seu irmão mais novo, o qual perdera de vista depois da sua adoção, há 70 anos.
Cowpoke Canyon — 1991
Apesar da idade e da doença, Lisa decidiu ir à reunião anual dos Orphan Train Riders. Ela insiste para que Joey a acompanhe, mas o seu amigo de longa data tem fobia aos comboios.
Middle West — 1920
Para escapar ao casamento que Effron lhe quer impor, a jovem Lisa foge na companhia do pequeno Joey, acabando ambos por chegar a Nova Iorque onde têm esperança de encontrar o seu irmão, Jim. Os primeiros dias em Nova Iorque são difíceis. Mas o futuro parece ser promissor quando os dois amigos dão de caras com Mr. Coleman, cujo jogo duplo ignoram…
Phillipe Charlot (argumentista), escritor de canções e novelas, cruzou estas experiências com a BD. O seu primeiro projeto relaciona-se com o percurso de um homem de jazz de nome Bourbon Street, tendo sido desenhado por Alexis Chabert. Publicado pela Grand Angle/Bamboo em 2 tomos, foi bem recebido pela crítica e vence o Prémio de Álbum no ano de 2012 no Festival Internacional de Chambéry. Participou em diversos álbuns coletivos (Game Over T4, 5 e 8 – Dupuis/Mad Fabrik e À vous Cognacq-Jay T1 e 2 – Delcourt). O Comboio dos Órfãos é a sua série com mais números. A sua mais recente colaboração com Fourquemin, novamente na Bamboo, é uma série de 2 tomos intitulada Le Cemitière des Innocents. Na Bamboo, publicou ainda Gran Café Tortoni (desenhos de Winoc) e Les Sœurs Fox (desenhos de Grégoory Charlet). É ainda coargumentista da série Karma Salsa da Dargaud e de Harmonijika da Glénat.
Xavier Fourquemin (desenhador) frequentou o curso de BD na Academia de Belas Artes de Tournai. Em 1996, publica na revista Gotham editada pela Vent-d’Ouest, L’immonde Bête. Em 1997, pré-publica Alban, a sua 1.ª série com argumento de Dieter, na revista Golem (editora Le Téméraire), que viria a ter direito a 6 álbuns. Entre 2001 e 2005 são editados os álbuns da série Outlaw, novamente escritos por Dieter. Trabalhou em diversos álbuns coletivos, bem como em Miss Endicott e La Légende du Changeling publicadas pela Lombard, antes de se aliar à Bamboo/Grand Angle em O Comboio dos Órfãos, com argumento de Charlot. A obra mais recente desta parceria é Le Cemitière des Innocents, também publicada na Bamboo. Em 2016, ilustrou o 3.º álbum de Communardes! para a Vents d’Ouest.
O Comboio dos Órfãos – Ciclo II: Lisa e Joey
Philippe Charlot & Xavier Fourquemin
Editora: Arcádia
Páginas: 96
Dimensões: 476 x 320 x 12 mm, a cores,
Encadernação: capa dura
ISBN 978-989-28-0087-5
PVP: 22,00€
Fundador e administrador do site, com formação em banda desenhada. Consultor editorial freelance e autor de livros e artigos em diferentes publicações.
Eu gosto muito desta série, mas sinceramente: é sempre algo subjectivo, mas se 22 EUR por 96 páginas é um preço justo … é que 22 EUR num comic que se lê rapidamente, mesmo que se releia várias vezes e se queira ficar com ele para colecção.. enfim, acho que neste caso há algo de errado na politica de pricing, se querem que estas séries de qualidade cheguem a mais pessoas e não fiquem nas prateleiras.
Pois.éou vende pouco porque é caro,ou é caro porque vende pouco!!???