DC Comics

DC Comics

BD² – Base de Dados de Banda Desenhada

DC Comics

Atividade: 1934 – presente
Sede: Burbank, Califórnia, EUA

A DC Comics é a editora norte-americana de banda desenhada da DC Entertainment, uma propriedade da WarnerMedia.

Em 1934, Malcolm Wheeler-Nicholson fundou a National Allied Publications. A sua primeira publicação denominou-se New Fun: The Big Comic Magazine #1  (fevereiro de 1935), que passaria a designar-se More Fun Comics em 1936. Esta série tem como principal interesse ser a primeira revistas de BD norte-americana a conter material original, ao invés do que era praticado – até então, as revistas continham tiras que tinham sido previamente publicadas nos jornais. Foi também nesta série que se estrearam Jerry Siegel e Joe Shuster em outubro de 1935. O seu Doutor Oculto (Richard Occult) é considerado o personagem mais antigo a ser utilizado atualmente no Universo DC.

A segunda série da editora denominava-se New Comics, datando o 1.º número de dezembro de 1935. Em janeiro de 1937, o título seria alterado para New Adventure Comics e, em novembro de 1938, para Adventure Comics. É no #12 desta série que surge Jor-L pela primeira vez.

Wheeler-Nicholson cria ainda uma terceira série, Detective Comics. No entanto, devido às suas dívidas para com Harry Donenfeld, responsável pela impressão e distribuição das revistas, é criada a empresa Detective Comics, Inc., formada por Wheeler-Nicholson, Donelfed e o contabilista de Donenfeld, Jacob S. Liebowitz, para ser publicado o Detective Comics #1 em março de 1937. Com a continuação dos problemas de fluidez financeira, a falência da National Allied Publications é inevitável e Wheeler-Nicholson é forçado a abandonar a Detective Comics, Inc., que adquire os bens daquela.

Em junho de 1938, é lançado Action Comics #1, onde é publicado pela primeira vez uma BD do Super-Homem, a primeira do subgénero que ficará conhecido por BD de super-heróis.

A National Comics Publications é fundada em 30 de setembro de 1946, fundindo definitivamente a National Allied Publications à Detective Comics, Inc. Incorpora ainda a All-American Publications de Max Gaines e Jack Liebowitz, que tinham criado personagens como Átomo, Flash, Lanterna Verde, Gavião Negro e Mulher-Maravilha. Em 1961, a empresa passou a ser denominada de National Periodical Publications e foi cotada na bolsa de valores. Registe-se, contudo, que, apesar da sua designação oficial, a companhia era conhecida por Superman-DC e mais tarde por DC Comics, antes de adotar essa denominação em 1977.

Com a popularidade dos super-heróis a desvanecer no final da década de 40, a editora focou-se nos géneros de ficção científica, westerns, humor e romance. Apesar de também publicar BD dos géneros policial e terror, graças aos outros géneros e uma mão-cheia das suas séries mais populares de super-heróis, como Action Comics e Detective Comics, conseguiu evitar o foco dos detratores do meio na década de 50 nos EUA.

Na década de 50, a editora começou a processar editoras concorrentes, alegando infrações dos direitos autorais por imitação. Entre elas, processou a Fox Comix (que vendeu os direitos do Besouro Azul à Charlton Comics antes de falir) e a Fawcett Comics. O resultado da litigação com a Fawcett foi a dissolução desta e suspensão de todas as publicações de super-heróis, incluindo as do Capitão Marvel (Billy Batson). Em 1972, a futura DC adquirira os direitos do personagem.

Em 1956, a DC experimentou lançar a série Showcase, onde era apresentado um novo personagem ou uma reinvenção de um antigo personagem, de modo a avaliar a recetividade dos leitores. Foram nas páginas destas revistas que surgiu um novo Flash (Barry Allen) ou um novo Lanterna Verde (Hal Jordan).

Os crossovers entre os personagens levaram a que os fãs batizassem a aparente continuidade de “Universo DC”. Em 1961, uma banda desenhada de Flash introduz o conceito de Terra-1 (onde vivem os heróis reimaginados) e Terra-2 (onde habitam os heróis clássicos da denominada Era Dourada), as bases para o que viria a ser conhecido por Multiverso DC.

A concorrência da Marvel a partir de 1961, foi inicialmente subvalorizada até os lucros das vendas das revistas da DC se reduzirem substancialmente. Com a série televisiva de Batman em 1966 e diversas animações de super-heróis ao sábado de manhã, ao invés de apostar em argumentos mais elaborados e ilustrações mais inovadoras como a Marvel, a editora tentou tornar as revistas mais próximas dos produtos televisivos, tornando-os mais superficiais.

Em 1967, Carmine Infantino, o então diretor de arte da empresa, é promovido a diretor editorial. Com a ameaça da Marvel passar a liderar a indústria de banda desenhada norte-americana, Infantino tenta focar o rumo em personagens com sensibilidades menos infantis, dirigidos a um emergente grupo etário mais velho de fãs de revistas de BD de super-heróis, graças aos esforços da Marvel em conquistar os leitores do secundário e universitários. Recrutou também o cocriador do Homem-Aranha Steve Dikto e autores promissores como Neal Adams e Denny O’Neil, bem como colocou artistas como Joe Kubert e Dick Giordano em funções de edição numa tentativa de ser dada uma atenção mais artística aos produtos.

É também em 1967 que a National Periodical Publications é comprada pelo grupo empresarial Kinney National Company. No mesmo ano, a produtora Seven Arts Productions adquire a Warner Bros., passando a desginar-se Warner Bros.-Seven Arts. Esta é adquirida em 1969 pela Kinney National Company. Em 1972, após um escândalo financeiro relacionado com os seus parques de estacionamento, a empresa dividiu-se na Kinney National Corporation (concentrando tudo o que não era entretenimento) e na Warner Bros.

Entretanto, em 1970, Jack Kirby deixa a Marvel para trabalhar na DC, tendo-lhe sido dada carta branca. O resultado é a criação do Quarto Mundo e de séries como New GodsMister Miracle e The Forever People. Apesar de serem personagens e conceitos que ainda permanecem no Universo DC, na altura não tiveram a receção esperada dos leitores e colegas, tendo Kirby acabado por regressar à Marvel em 1976.

Em janeiro de 1976, Infantino é substituído por Jenette Khan, antiga editora de revistas infantis. Nesta altura, um dos principais focos da editora é combater o sucesso da Marvel. A estratégia é a de inundar o mercado com séries, sejam novos personagens ou géneros diferentes dos super-heróis. Cinco meses antes da estreia do filme Super-Homem de 1978, Khan planeou a “DC Explosion”, aumentando ainda mais o número de séries, bem como o número de páginas de revistas (através de histórias secundárias) e o seu preço. A estratégia falhou e muitas séries foram canceladas, bem como outras iniciativas realizadas.

Na década de 80, procurando novas formas de melhorar a quota de mercado, o vice-presidente Paul Levitz e o editor Giordano propõem que a editora comece a oferecer uma percentagem das vendas aos autores, ao invés da habitual prestação de serviços, combatendo deste modo a instabilidade da contratação de autores e promovendo um incentivo no sentido de trabalharem para o sucesso. A implementação deste sistema e o autoritarismo de Jim Shooter na Marvel contribuíram para que autores como Roy Thomas, Gene Colan, Marv Wolfman e George Pérez fossem trabalhar para a DC. Estes últimos criariam o sucesso The New Teen Titans.

Paralelamente, emulando a moda das minisséries televisivas e combatendo o excesso de séries que são canceladas poucos números após o seu início, a DC criou o conceito de série limitada. A primeira foi World of Krypton em 1979. O seu sucesso, originou mais séries limitadas e projetos mais ambiciosos como Camelot 3000, em 1982.

A bem sucedida revitalização dos Titãs, levou a editora a desejar o mesmo para o Universo DC. A Wolfman e Pérez é dada essa missão, sendo o resultado a série limitada de 12 números Crise nas Terras Infinitas (1985-1986), o que deu à editora uma oportunidade de lidar com o passado complicado de alguns personagens e as discrepâncias na continuidade. Para além de mortes importantes, que definiram o Universo DC durante décadas, a série definiu ainda uma cronologia distinta para as publicações da DC pré e pós-Crise.

Entretanto, as séries de terror e outros géneros que não super-heróis estavam a sofrer uma revitalização. Alan Moore estava a escrever The Saga of The Swamp Thing e outros argumentistas britânicos, como Neil Gaiman e Grant Morrison, estavam a escrever BD de terror e fantasia mais sofisticada. Isto originou a criação da chancela Vertigo para “leitores maduros”, que não estava sujeita ao Comic Code Authority.

Em 1986, duas séries limitadas, Batman: The Dark Knight Returns de Frank Miller e Watchmen de Moore e Dave Gibbons, receberam a atenção da imprensa generalista pela complexidade psicológica e a promoção do anti-herói. Estas duas séries contribuíram para que a banda desenhada passasse a ser melhor aceite em alguns círculos, incluindo a crítica literária, abrindo também as portas à indústria de BD norte-americana para as compilações em livro.

Nesta altura, são canceladas pela DC as séries de banda desenhada sobre guerra, criadas na década de 60 e com mais de 100 números cada uma, nomeadamente Sgt. RockG.I. CombatThe Unknown Soldier e Weird War Tales.

Em março de 1989, a Warner Communications fundiu-se com a Time, Inc., sendo criado o conglomerado Time Warner. Em junho, estreou nos cinemas o primeiro filme do Batman realizado por Tim Burton e a DC começou a republicar em capa dura a série DC Archive Editions, republicando números antigos e creditando os seus autores.

No início da década de 90, a indústria de banda desenhada norte-amerciana teve um breve boom, devido à combinação da aquisição especulativa e a diversas BD terem ganho a atenção da media generalista. As longas sagas em que o Super-Homem morreu, o Batman ficou paralítico e o Lanterna Verde foi possuído pelo vilão Parallax tiveram excelentes vendas, mas o incremento gerado foi temporário. Por outro lado, a DC, tal como as demais editoras de BD, sofreu bastante com a grande descida das vendas na indústria de banda desenhada norte-americana.

Para além da Vertigo, a DC criou outras chancelas (p.e., Piranha Press, Helix, Impact, Paradox Press), numa tentativa de facilitar simultaneamente a diversificação e a compartimentação, com soluções específicas (contratualizações, marketing, compilações em livros, graphic novels originais, etc) para cada uma delas.

O contrato editorial com a Milestone Media, permitiu à DC diversificar o escopo cultural e racial da sua linha de super-heróis. Apesar de ter sido cancelada pouco anos depois, deu origem à animação popular Static Shock.

Em 1998, a DC adquiriu a WildStorm Comics, a chancela de Jim Lee editada via Image Comics, continuando a publicá-la por muitos anos como uma chancela e universo ficcional distinto. Como resultado desta aquisição, começou também a publicar as subchancelas da Wildstorm, incluindo as BD da America’s Best Comics (ABC) de Alan Moore (The League of Extraordinary GentlemenTom Strong e Promethea), para desagrado deste.

Em março de 2003, a DC adquiriu os direitos da série de fantasia Elfquest, anteriormente autopublicada pelos criadores Wendy e Richard Pini. Posteriormente, adquiriu os direitos da série T.H.U.N.D.E.R. Agents da Tower Comics. Em 2004, adquiriu temporariamente os direitos para edição norte-americana de bandas desenhadas da 2000 AD e Humanoids. As revistas da DC dirigidas a um público mais novo passaram a ostentar a mascote Johnny DC (até abril de 2008) e a chancela CMX foi criada para publicar manga (2004-2010). Com o encerramento da Kitchen Sink Press, a DC adquiriu os direitos de muitos trabalhos de Will Esiner, como The Spirit e outras obras.

Em 2004, a DC começou a trabalhar numa sequela de Crise nas Terras Infinitas, tendo também em conta Zero Hour, e prometendo alterar drasticamente mais uma vez o Universo DC. O resultado foi Infinite Crisis em 2005, após o qual a DC saltou cronologicamente um ano na sua continuidade e lançou a série semanal 52, onde era relatado o que tinha acontecido naquele ano. Foi também esta altura que a DC perdeu os direitos do Superboy, apesar de reter a sua marca, para os herdeiros de Siegel. Foi criada uma nova linha All-Star, evocando a publicação homónima da década de 40, protagonizadas por personagens populares da editora.

Em 2011, após Flashpoint, a editora realizou mais um reboot do Universo DC. Esta fase foi denominada de Os Novos 52. Em abril de 2015, iniciou-se a minissérie Convergence. Neste ano, a sede da DC Comics muda de Nova Iorque para Burbank, na Califórnia.

Em maio de 2016, o Universo DC é relançado com DC Rebirth, onde a continuidade pré-Flashpoint é restaurada em conjunto com a continuidade de Os Novos 52.

Séries publicadas em Portugal

One-shots publicados em Portugal

Chancelas da DC Comics

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