A adaptação da peça homónima de Aristófanes.
Uma das linhas editoriais da cooperativa A Seita é herdeira da parceria existente entre a G. Floy e a ComicHeart, dedicada à edição de banda desenhada de autores portugueses. A sua primeira publicação de uma BD portuguesa inédita ocorreu em outubro, sendo a adaptação da obra de A Assembleia das Mulheres de Aristófanes por Zé Nuno Fraga, naquele que é o seu livro de estreia. Uma exposição dedicada à obra esteve patente no Amadora BD 2019, comissariada pela editora.
Clique nas imagens para as visualizar em toda a sua extensão:
Eis a sinopse da editora:
Um do mais originais e divertidos projectos de banda desenhada nacional dos últimos anos, A Assembleia das Mulheres é uma ambiciosa adaptação de uma peça de teatro grega clássica, Ecclesiazusae (Ἐκκλησιάζουσαι), de Aristófanes, uma das grandes comédias de todos os tempos e considerada como uma das fundadores do teatro moderno.
A ‘Assembleia das Mulheres’ é uma das onze peças sobreviventes do prolífico autor de comédia antiga grega Aristófanes (447 a.C. – 385 a.C.), cujas obras tinham um impacto societal semelhante ao dos média de hoje em dia, tornando-o temido pelas principais figuras atenienses. Zé Nuno Fraga adapta a peça à banda desenhada, num estilo caricato e rico de expressões cómicas e cores intensas, mantendo também o sabor (e o lado divertido) do texto original.
Aristófanes usa a sua profunda sagacidade sobre a natureza humana para explorar as consequências de uma hipotética ditadura das mulheres, introduzindo a ideia de um verdadeiro comunismo, quer material, quer sexual, e permitindo ao autor ridicularizar a política ateniense do seu tempo. Os efeitos desta revolução são mostrados de forma cómica, através das discussões e querelas entre personagens que se opõem politicamente, enquanto o autor parece nunca tomar partido claro por uma das posições, criando assim uma peça de comentário político mordaz, imparcial e intelectualmente honesto, rara mesmo nos dias de hoje.
Considerado o “Pai da Comédia”, Aristófanes foi também um fino crítico da sua Atenas natal e da sua vida política. As suas peças tinham um impacto imenso, suficiente para garantir que ele fosse acusado e processado por difamação e traição por mais de uma vez. Em A Assembleia das Mulheres, critica elementos da democracia ateniense de modo subtil e inteligente, apresentando argumentos a favor e contra, sem nunca explicitamente tomar partido.
Zé Nuno Fraga (MCMLXXXIV, D.C.) cedo manifestou interesse pelo desenho. Passava as aulas a encher os cadernos de sarrabiscos em vez de prestar atenção, e, para desespero do professorado, isso foi-se mantendo quando estudava Engenharia, até que finalmente lá abandonou tudo, incluindo o país, e foi como refugiado artístico para a vizinha Galiza, onde estudou a arte de sarrabiscar. Após realizar algumas obras de BD com as quais percebeu que não tem jeito nenhum para guionista, decide que mais vale adaptar o que gente mais inteligente escreveu, levando por fim à sua primeira BD decente, a brilhante Ecclesiasuzae de Aristófanes.
A Assembleia das Mulheres
Zé Nuno Fraga
Editora: A Seita
Páginas: 56, a cores
Encadernação: capa dura
Dimensões: 21 x 27,50 cm
ISBN: 978-98-95457-43-4
PVP: 14,00€
Fundador e administrador do site, com formação em banda desenhada. Consultor editorial freelance e autor de livros e artigos em diferentes publicações.
