Entrevista a Nuno Plati, a propósito de Métanoïde

Entrevista a Nuno Plati, a propósito de Métanoïde

O autor de BD português Nuno Plati é publicado pela primeira vez na Glénat.

No dia 8 de janeiro, a Glénat editou no mercado franco-belga o livro Métanoïde, com argumento de David Boriau e desenhos de Nuno Plati. Após termos entrevistado Plati no início de 2007 e moderado o painel que lhe foi dedicado na Comic Con Portugal em 2017, este lançamento foi o mote perfeito para realizarmos uma curta entrevista ao autor português.

À conversa com Nuno Plati

Bandas Desenhadas: Como surgiu esta proposta?
Nuno Plati: Eu conheci o David Boriau através do meu querido amigo Ricardo Tércio, que tragicamente faleceu neste outubro passado. O David gostou do meu trabalho e começamos a falar sobre a possibilidade de fazermos um projeto juntos. Foi algo que se arrastou por bastante tempo, começamos por fazer outro pitch que interessou a várias editoras franco-belgas, mas que acabou por não seguir em frente. No entanto, abriu-nos a porta na Glénat e então avançamos finalmente com o pitch do Métanoïde. É de mencionar que isto tudo levou pelo menos 6 ou 7 meses, se não estou em erro.

BD: O que te atraiu no argumento? 
NP: Foi acima de tudo a possibilidade de fazer um álbum de sci-fi apontado a um público relativamente jovem.

BD: Como decorreu o processo colaborativo entre ti e o David Boriau?
NP: Foi muito interessante e devo dizer que adorei o processo. Basicamente, o David deu-me uma espécie de “storyboard” com todo o texto e desenhado num registo quase “paus e bolas”, mas em que se percebia o que ele queria na página. A partir daí, eu tinha liberdade para mudar o que achasse bem em termos de layout, e assim se fizeram 137 páginas. 

BD: Foi a primeira vez que quer tu quer o David Boriau publicaram na Glénat. Como comparas a Glénat com a tua experiência com a Marvel?
NP: São ambas editoras grandes e muito profissionais, que, no geral, cuidam bem das partes logísticas do processo. Os ritmos são muito diferentes, porque na Marvel geralmente trabalhamos em títulos mensais, com tudo o que isso implica. Já na Glénat, trabalhamos no Métanoïde durante vários meses. Ironicamente, como aceitei fazer a mini série Orphan Age para a editora americana AfterShock Comics em simultâneo, acabei por ter 2 meses em que fazia duas páginas por dia, e, sendo autocrítico, acho que se sente um pouco em algumas partes do álbum. Mas estamos sempre a aprender.

BD: Que razões levaram a optar por um álbum de 144 páginas a preto e branco? 
NP: A ideia original era ter algumas páginas a cores no início dos capítulos, e o resto a preto e branco e cinzento, a puxar a coisa para um look meio manga. Acabou por ficar todo a preto, branco e cinzento. A razão original talvez tenha sido que iria ser o lançamento de um novo label na Glénat com um formato diferente do A4, e quiseram um look marcante e diferente.

BD: Que atividades tens agendadas para a promoção do álbum na 47.ª edição do Festival Internacional de Banda Desenhada de Angoulême?
NP: Sexta-feira, dia 31 de janeiro, das 10h00 da manhã às 12h00 na Glénat. Sábado, dia 1 de fevereiro, das 10h00 da manhã às 12h00 na livraria do «Musée de la BD». Domingo, dia 2 de fevereiro, das 13h00 às 15h00 na Glénat.

BD: Há outros projetos em que estejas a trabalhar que possas dar a conhecer aos nossos leitores?
NP: Neste momento, estou a dar uma ajuda no título “Marvel Action Avengers” da IDW/Marvel, onde desenho algumas páginas a começar no número 10 e a terminar no 12. Em paralelo, tenho várias hipóteses em aberto para o mercado franco-belga e para o americano, mas que ainda não estão confirmadas, sendo prematuro avançar com nomes. Quem tiver interesse em seguir o meu trabalho pode espreitar o meu instagram

Clique nas imagens para as visualizar em toda a sua extensão:

Eis a sinopse da editora:

« La découverte du siècle est un accident ! »

Condamné à passer le reste de ses jours en fauteuil roulant, le jeune Josh s’évade à travers les merveilles de la science. Et avec son ami Jorgen, scientifique illuminé du quartier, ils ont une passion : observer les étoiles en quête d’une forme de vie extraterrestre. Jusqu’au jour où l’impensable se produit lorsqu’ils captent la réponse à un signal émis par Jorgen 20 ans auparavant. C’est la découverte du siècle : les aliens existent donc bel et bien ! Reste à savoir comment l’oncle de Josh, sheriff irascible du comté, sa femme qui ne jure que par les miracles de Jésus et le reste de leur petite communauté au moins aussi ouverte d’esprit vont accueillir la nouvelle. Alors que le signal se fait de plus en plus intense, une collision semble inéluctable entre eux et cette forme de vie venue d’ailleurs. Une collision qui va changer la vie de Josh à tout jamais.

David Boriau et Nuno Plati revisitent le thème de la rencontre du troisième type et nous racontent comment le destin d’un jeune garçon handicapé va être bouleversé par sa rencontre avec un ailleurs. Un récit initiatique et touchant sur la nécessité de croire en ses rêves malgré le poids des liens communautaires.

Métanoïde
David Boriau & Nuno Plati
Editora: Glénat (França)
Páginas: 144, a preto e branco e cinza
Encadernação: capa dura
Dimensões: 215 x 293 mm
ISBN: 9782344031100
PVP: 16,90€ (França)

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