Parcos

Parcos

O segundo zine d’ Os Positivos de 2020.

A propósito da edição do fanzine …Previously #12 no início de 2018, escrevemos “o autor anónimo criador d’ Os Positivos tem vindo a apresentar um conjunto de reflexões sobre a arte e a banda desenhada, frequentemente incidindo na temática do artsy fartsy.”

Subintitulado Parcos de Cerimónias, este segundo zine de 2020 d’ Os Positivos, republica precisamente 12 dos textos originalmente escritos em janeiro de 2018 sobre essa temática, dando, desta forma, um corpo físico à crítica / ensaio sobre banda desenhada e áreas com as quais se cruza, realizado então. Desengane-se, contudo, quem presuma que os mesmos não se encontram atuais, dois anos volvidos.

No entanto, de modo a ilustrar o zine, o autor seleciona um conjuntos de tiras de BD e cartoons d’ Os Positivos publicados online entre 2017 e 2020, os quais, foram, portanto, retirados de outros artigos onde se discutiam outros assuntos. Se em Marcos 2020, as bandas desenhadas presentes tinham sido extirpadas dos artigos anteriormente publicados online e desafiavam o leitor a validar as BD per se, em Parcos (atente-se no autor ter alterado somente a inicial do título entre os 2 fanzines) é-lhe dada novamente a função de ilustração de artigos, mas não aqueles para os quais foram inicialmente criadas.

Mais uma vez, tratando-se aparentemente de um fanzine impresso a preto e branco (com exceção óbvia da capa), o leitor ir-se-á aperceber que o uso do vermelho é um elemento repetido ao longo da obra.

Por outro lado, ao contrário do multitemático zine anterior, em Parcos o autor seleciona bandas desenhadas com um tema que propositadamente não compilou em Marcos 2020, a própria banda desenhada.

Desta forma, o zine causou, embora não intencionalmente, um desafio ao Bandas Desenhadas quanto à sua catalogação, cuja maior importância será a estatística nacional mais completa e credível das publicações de e sobre banda desenhada, realizada por nós. Ao dividirmos as diferentes obras em publicações de banda desenhada (com 50% ou mais de BD nas suas páginas), com banda desenhada (inferior a 50%) ou sobre banda desenhada, não equacionámos a possibilidade de uma obra mista que fosse sobre a área mas também uma compilação de bandas desenhadas. No entanto, atendendo ao modo como Parcos foi estruturado, com a BD quase sempre relegada a um papel secundário ao dos artigos sobre BD, classificámos esta publicação como uma obra sobre banda desenhada, não deixando de considerar irónico que as bandas desenhadas d’ Os Positivos dedicadas à própria temática da BD tenham sido compiladas, nesta nossa perspetiva, num zine sobre BD, ao contrário das BD de outras temáticas, compiladas no zine de BD Marcos 2020.

Clique nas imagens para as visualizar em toda a sua extensão:

Eis a sinopse do autor:

Tempo e repetição, dissemos. Voltamos atrás no tempo e continuamos a compilar entradas d’ OS POSITIVOS: depois do MARCOS fev 2020 publicamos PARCOS, um especial BD (como em: “especialmente-intencionado-a-aborrecer-quem-gosta-de-BD”, artsy BD, ie.) Neste reunimos rants na intersecção dos comics com arte, salpicados das funny pictures que nos conhecem.
No zine anterior tratámos de “(quase todos) os temas” habituais d’ OS POSITIVOS, intencionalmente excluindo do rol um que nos é muito particular e sentido: banda desenhada. Mil diatribes e um milhar de rants perfazem uma parte substancial da literatura com que têm de batalhar no nosso espaço, repetidos neste meia dúzia de gatos pingados que embirramos em permanência porque não há outros que possamos (in)dignar à vossa atenção, e se encontrarem um autor de BD português que não tenhamos ainda importunado, esse escapou-se à nossa. Impossibilitados de compilar toda a verborreia que o tema arrebata, seguimos com uma composição de peças posteriores ao ON BEING NEGATIVE jun 2014, o último zine exclusivamente dedicado à crítica. Com tanta fartura de escolha, e mantendo paridade ao MARCOS fev 2020, selecionamos um slice-of-zeitgeist janeiro 2018 desencadeado por uma sucessão de artigos das mais diversas origens coincidentes num tópico comum: artsy. O texto que resulta (*) foi instigado por leituras tão dispares mas entrelaçadas como o “The Importance of Being ‘Published: A Comparative Study of Different Comics Formats” de Pascal Lefèvre, a divulgação / crítica no TCJ por Frank Santoro à obra do John Pham, instalações BD por Ben Jones onde também abordam a importância da web, uma entrevista no Yellow Fast Crumble a Jared Gardner, autor do história dos comics e storytelling no século XX, um “Case Study: Breaking the Sequence” em art-experimental-poetry-digital comics, múltiplas entradas da Kim Jooha e os seus levantamentos de good (art) comics, e principalmente, sobretudo, um longo Historieta y vanguardia, un debate a propósito dos anti-literários por Horacio Muñoz Fernández e Gerardo Vilches. Destes hermanos devemos ter excertado com tamanha gana que metade do zine podia passar por uma transcrição pura e dura desses e obrigar à rescrita por citações para agradar aos peers… não fosse este zine destinado exclusivamente aos peeps ou tivessemos contido juízos a cada parágrafo.
(*) originalmente espalhados pelos a) but is it art? b) art comic c) Art. Et Comics? d) Art, not comics. e) Ar-too? f) Ar-not. g) anti-literários h) contemporaneidades i) inovações j) à margem k) marginais l) art$$$y

Parcos
autor anónimo
Edição: Os Positivos
Páginas: 36, a cores
Dimensões: A5
Encadernação: agrafes

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