Lugares – uma releitura de Safe Place.
Quando comprei este livro, reparei logo nos retratos de Paula Almeida que estão nos versos da capa e contra capa. São tão bonitos! Mais tarde, pego no livro de novo e observo que desenho figuras com narizes e ouvidos semelhantes às personagens do Safe Place de André Pereira e penso com os meus botões:
– Caramba, vou escrever sobre este livro. Existe uma conexão!
Uma história suburbana, com putos fixes que porventura pertencem e esperam putos também eles fixes e importantes. Na minha visão, claro! Putos da fantasia mas sem serem todos um Peter Pan, apenas putos da fantasia. Contudo, obviamente, “eles” (os putos fixes) parecem pertencer a uma civilização ultra-avançada que maneja a física quântica como ninguém. E sonham.. Com “eles”? Talvez. Por isso os esperam. “Eles” quem? “Eles”…não sei. Talvez seja como uma história suburbana: nem sempre acontece, nem sempre aparecem.
Desenhos e ilustrações muitíssimo bem conseguidos e estruturados. Desenho virtuoso e quase perfeccionista nas sombras, planos e ritmo. Terminando com um acordar algo mais tosco e selvagem por Paula Almeida onde fica em aberto um sonho, sonho esse que ficamos a imaginar, e fica a rolar no ar essa possível “magia”.
Lançado no Festival de BD de Beja a 31 de maio de 2014, foi o vencedor do Prémio Melhor Álbum Português em Língua Estrangeira no evento municipal AmadoraBD 2014.
Safe Place
André Pereira, com Paula Almeida
Editora: Kingpin, em colaboração com Clube do Inferno
Páginas: 24, a preto e branco
Encadernação: agrafes
Dimensões: 19,3 x 27,6 cm
Costumava desenhar de joelhos, com os braços em cima da cama quando era pequenita e mais tarde numa mesa de escola. Os joelhos agradeceram. Cresci com banda desenhada e criei o fanzine “durtykat” em 2001. Viajei quase à pala e fui colaborando e comunicando através de desenhos, nascendo assim as Nits, em 2014. Voltei a desenhar de joelhos mas eles não se têm queixado. A última exposição foi na Galeria Mundo Fantasma, no Porto, no ano de 2019.
tirando a triste menção a prémios inúteis, esta foi a melhor peça escrita pela Ana Ribeiro até agora de obra merecida…
boa!