BD² – Base de Dados de Banda Desenhada

René Goscinny
Nascimento: 14 de agosto de 1926
Naturalidade: Paris, França
Falecimento: 5 de novembro de 1977
Com dois anos, muda-se com a família para Buenos Aires, na Argentina. Um dos seus trabalhos é como aprendiz de desenhador numa agência de publicidade. Em 1945, vai para Nova Iorque e entra em contacto com inúmeros ilustradores, dos quais se destaca Harvey Kurtzman (antes de fundar a Mad), John Severin e Will Elder, identificando-se em particular com o humor anglo-saxão.
Durante umas férias em França, descobre que um certo autor de banda desenhada denominado Jijé vive em Coneticute, nos EUA. É através dele que conhece Morris em Nova Iorque em 1949. É também através de Jijé que conhece Georges Troisfontaines, diretor da World Press Agency, que trabalha em estreita colaboração com a editora Dupuis, aquando de uma visita daquele a Nova Iorque. Após não conseguir publicar uma BD da sua autoria em Nova Iorque, Goscinny visita a World Press em Bruxelas, onde conhece Jean-Michel Charlier, o diretor artístico, que fica impressionado com os seus argumentos (e menos com os seus desenhos). A sua BD Dick Dicks é publicada na revista La Wallonie e diversos periódicos belgas. É na World Press que no inverno de 1951 conhece Albert Uderzo, que desenha então a sua série Belloy, cujo argumento tinha passado a ser assinado por Charlier. É o início de uma amizade que os tornará num dos mais importantes duos criativos.
No que toca à banda desenhada, paralela a uma quantidade infindável de artigos e novelas para diferentes publicações, Goscinny concentra-se no argumento (a última tentativa no desenho é com a série Le Capitaine Bibobu entre 1955 e 1956). Com Uderzo, cria João Pistolão em 1952 e Luc Junior e Bill Blanchart em 1954. Durante dois anos é responsável pelos argumentos de Sylvie do autor Martial. Para o mesmo autor, colabora também na sua BD Alain et Christine entre 1953 e 1954. Benjamin et Benjamine, inicialmente da autoria de Ric, é revitalizada por Goscinny e Uderzo entre 1957 e 1959. Goscinny colabora ainda no argumento de As Mais Belas Histórias do Tio Paulo, desenhada por Eddy Paape e Pierre Dupuis, Pantoufle, desenhada por Raymond Macherot, e num episódio de Jerry Spring de Jijé.
Em 1955, começa a escrever os argumentos para o Lucky Luke de Morris. Até 1977, escreverá mais de 35 das aventuras do cowboy mais rápido do que a sombra. Em 1955, cria a BD Pistolin, desenhada por Victor Hubinon sob o pseudónimo de Victor Hugues. Em 1956, cria com Sempé O Menino Nicolau.
A partir de 1956, Goscinny inicia uma colaboração com Le Journal de Tintin, com o objetivo de implementarem mais humor no periódico, à semelhança do concorrente Le Journal do Spirou. Goscinny trabalha com diversos desenhadores, como Jo Angenot (Mottie la marmotte), Noël Bissot (Coccinelle le trappeur), Albert Weinberg (Le Professeur est distrait), Tibet (Globul le Martien, Alphonse e o episódio “La Bonne mine de Gog Bull” de Chick Bill), Rol, Coutant, Jo-El Azara, Raymond Macherot, Maurice Maréchal (Prudência Cautelosa), Dino Attanasio (Spaghetti), Berk (Strapontam), Bob de Moor (Monsieur Tric) e Franquin (alguns gags para Modeste et Pompon). Goscinny também tem alguns trabalhos seus com Uderzo no periódico – La Famille Cokalane e Poussin et Poussif – antes de decidirem reformular um personagem que tinham criado em 1951 e que se tornará uma das criações mais importante do duo, Humpá-Pá.
A 29 de outubro de 1959 é lançado o primeiro número do periódico Pilote, com a equipa nuclear a ser constituída por Charlier, Uderzo, Goscinny, Raymond Joly (o chefe de redação da Radio Luxembourg) e o publicitário François Cleauteaux. No primeiro número, estreia a sua série mais famosa, Astérix, desenhada por Uderzo. Goscinny regressa à escrita do Menino Nicolau e João Pistolão, bem como se dedica a novas séries nos anos seguintes, como Les Divagations de Monsieur Sait-Tout com Martial, La Potachologie e Le Potache est servi com Cabu; Les Dingodossiers com Gotlib (1965-1967) e La Forêt de Chênebeau com Mic Delinx.
Paralelamente, Goscinny escreve Aventures du docteur Gaudéamus, desenhada por Coq entre 1960 e 1967, à qual se segue La fée Aveline até 1969.
Em 1962, Goscinny cria com Jean Tabary a série Iznogoud.
Desde 1961, Goscinny começa a colaborar esporadicamente em guiões cinematográficos. Em 1967, surge a adaptação para longa-metragem do primeiro filme de Astérix, produzido pela Belvision. Goscinny estreia-se na realização com o filme de animação Lucky Luke: Daisy Town (1971), coescrito por si. Os Studios Idéfix são criados em 1974 por Goscinny, Uderzo e o editor Georges Dargaud, os quais produzem os filmes Os 12 Trabalhos de Astérix (1976) e Lucky Luke: Balada dos Dalton (1978), que Goscinny já não vê estrear no grande ecrã.
Obras publicadas em Portugal
Séries
- Astérix
- Bill Blanchart
- Humpá-Pá
- Iznogoud
- João Pistolão
- Lucky Luke
- Prudência Cautelosa
- Rantanplan
- Spaghetti
- Strapontam
- Valentim, o Vagabundo
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Fundador e administrador do site, com formação em banda desenhada. Consultor editorial freelance e autor de livros e artigos em diferentes publicações.