Releitura de O Amor Infinito que te Tenho e outras histórias de Paulo Monteiro.
Quando reli os contos de Paulo Monteiro comoveu-me a relação entre o amor e a morte. Como andam tão ligados nos seus contos. Em quase todos. Fiquei a cismar nas várias formas de amor e como nos distanciamos quase inconscientemente por medo. E talvez seja mesmo por medo do “fim”. Como tal, refugiamo-nos nas várias formas de fuga para não o sentir. Bom, é pessoal. Foi o que senti. Não vou falar da história dos contos pois vale a pena ler sem nada saber. Sentir.
Uma excepção, talvez o conto “Fico com as minhas baratas”, as suas recordações, as memórias.
O que fica para além do fim. As nossas baratas. Eternas sobreviventes… De coisas boas e coisas más. Ah, o amor! Nunca será barato.
As suas ilustrações são muito bonitas. É muito vago escrever assim, mas são mesmo bonitas. Poéticas, soltas, que falam também. Não necessariamente sempre, mas evocam sensações. Algumas rotineiras como no conto “Para lá dos montes”, outras etéreas como n´”O Amor Infinito que te tenho”. Existe um elo pés na terra e cabeça no ar na sua forma de nos “contar” uma história. Assim me parece.
A saudade de alguém está prestes a partir.
A vida que passa.
e
“Um coração para amar”
Belo livro.
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Relembra-se a sinopse da editora:
Este é o primeiro livro de banda desenhada de Paulo Monteiro. Reúne um conjunto de histórias curtas efectuadas entre 2005 e 2010 e mostra de forma clara e concisa o percurso de maturação de um autor que vive intensamente as histórias que conta e desenha. Já se tornou, com toda a justiça, no livro mais traduzido de sempre da BD portuguesa. A 3.ª edição inclui, como novidade, um álbum de fotografias do autor.
Paulo Monteiro nasceu em Vila Nova de Gaia, em 1967. A partir dos 13 anos fez várias exposições de ilustração, ilustrou fanzines de poesia e desenhou cartazes e murais. Pós-graduou-se em História de Arte em 1993, ano em que foi viver para Beja.
Teve (e tem) interesses e ocupações muito diversas: escreveu para a rádio e para os jornais, passou filmes de terra em terra, compôs canções, tocou guitarra em lares, trabalhou nas vindimas, foi professor de Ciências da Natureza e de Geografia, foi agente de campo em muitas vilas e cidades, realizou ateliês de azulejaria, banda desenhada e ilustração, participou em escavações arqueológicas, fez teatro de fantoches, teatro de sombras chinesas, cenografia e figurinos, comissariou dezenas de exposições em vários domínios…
Escreveu e editou 3 fanzines de poesia: Poemas, Poemas a andar de carro e Poemas Japoneses. A partir de 2005 passou a fazer a direção da Bedeteca de Beja e do Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja. Tem percorrido o sul de Portugal para falar de banda desenhada em centenas de escolas.
Desde 2005 que se dedica exclusivamente à banda desenhada, como autor.
Fez várias dezenas de exposições de pintura, ilustração e banda desenhada, quase todas em Portugal, mas também em Espanha, França, Brasil, Polónia, Roménia e Itália.
Tem um filho, Manuel.
O Amor Infinito que te Tenho e outras histórias (3.ª edição)
Paulo Monteiro
Editora: Polvo
Ano: 2013 (1.ª edição: 2005 | 2.ª edição: 2010)
Páginas: 64, preto e branco
Encadernação: capa mole
Dimensões: 16,5 x 22 cm
ISBN: 9789899518070
PVP: 8,90€
Costumava desenhar de joelhos, com os braços em cima da cama quando era pequenita e mais tarde numa mesa de escola. Os joelhos agradeceram. Cresci com banda desenhada e criei o fanzine “durtykat” em 2001. Viajei quase à pala e fui colaborando e comunicando através de desenhos, nascendo assim as Nits, em 2014. Voltei a desenhar de joelhos mas eles não se têm queixado. A última exposição foi na Galeria Mundo Fantasma, no Porto, no ano de 2019.