Prémios Bandas Desenhadas 2020: Nomeações de Outono

Prémios Bandas Desenhadas 2020: Nomeações de Outono

As Nomeações de Outono 2020 dos Prémios Bandas Desenhadas.

Como tínhamos anunciado, desvendamos hoje a quarta lista de Nomeados dos Prémios Bandas Desenhadas 2020. As obras elegíveis para as Nomeações de Outono são as constantes dos relatórios mensais referentes ao 4.º trimestre do ano (1 de outubro a 31 de dezembro de 2020) do site Bandas Desenhadas. Apesar das exaustivas avaliações, não foi possível aceder à totalidade das obras publicadas nesse período, estando salvaguardado o direito de poder vir a considerá-las para as Nomeações Extemporâneas finais, as quais serão anunciadas dentro de cerca de 1 mês.

Planeta Psicose de Ricardo Santo, editada pela Escorpião Azul, conquistou o júri com a sua sátira à sociedade contemporânea, tendo tido direito a 3 nomeações – Melhor Publicação Nacional com Distribuição ComercialMelhor Argumento Nacional e Melhor Ilustração Nacional.

No que toca à Melhor Publicação Nacional com Distribuição Alternativa, a nomeação recaiu em Planeta Satélite número 2 de Ricardo Baptista, numa autoedição do autor. Baptista tem uma voz narrativa ímpar que certamente merece um público mais vasto.

A edição integral de Shangai Dream, com argumento de Philippe Thirault (baseado numa história de numa história de Edward Ryan e Yang Xie) e ilustrações de Jorge Miguel, coeditada pela Arte de Autor e A Seita, valeu-lhe 2 nomeações, a de Melhor Publicação Estrangeira e Melhor Ilustração Estrangeira. A propósito da última categoria, gostar-se-ia de salientar que a nacionalidade em causa é a da obra e não a do ilustrador, não impedindo (imerecidamente) autores de nacionalidade nacional serem nomeados em categorias referentes a obras estrangeiras.

Quanto ao Melhor Argumento Estrangeiro, a escolha do júri recaiu em Pulp, escrita por Ed Brubaker e editada em Portugal pela G. Floy, com o seu olhar sobre a terceira idade.

Quanto à Melhor Publicação de Humor, a nomeação foi para Vida de Adulta: Histórias para Rir da Triste Vida de uma Jovem Precária, sem Paciência e sem Dinheiro, da autoria de Raquel Sem Interesse, editada pela Suma de Letras.

Quanto à Melhor Série, a nomeação dos jurados foi para Deuses Americanos, graças à fantástica adaptação de P. Craig Russell do romance de Neil Gaiman, ilustrada por Scott Hampton e publicada no nosso país pela Saída de Emergência.

No que toca à Melhor Edição, o júri nomeou Druuna Tomo 5: Aquela que Vem do Vento de Paolo Eleuteri Serpieri, editada pela Arte de Autor, não só devido às características físicas da edição mas também ao material extra que a compõe.

Por fim, Alice: Edição Especial, da autoria de Luís Louro, editada pela Ala dos Livros, foi nomeada na categoria de Melhor Reedição, por razões semelhantes. Apesar de alguns dos materiais extra não irem de encontro à preferência dos jurados nem às expetativas que teriam de uma edição comemorativa dos 25 anos da obra, a realização de uma reedição mais digna de material português atualmente de difícil acesso merece o devido destaque.

O júri não atribuiu nomeações nas categorias de Melhor Antologia nem Melhor BD Curta em Antologia.

Apresenta-se de seguida a lista completa das Nomeações dos Prémios Bandas Desenhadas 2020 até ao momento:

Nomeações de 2020

Melhor Publicação Nacional com Distribuição Comercial

  • Inverno: O Penteador – Paulo J. Mendes (Escorpião Azul)
  • Primavera: Desvio – Ana Pessoa & Bernardo P. Carvalho (Planeta Tangerina)
  • Verão: Balada para Sophie – Filipe Melo & Juan Cavia (Tinta da China)
  • Outono: Planeta Psicose – Ricardo Santo (Escorpião Azul)
  • Extemporânea:

Melhor Publicação Nacional com Distribuição Alternativa

  • Inverno: Marcos 2020 – autor anónimo (Os Positivos)
  • Primavera: Weak – Kachisou (Bubok)
  • Verão: Ciclos de Sono – Lucas Moreira (ed. autor/Blurb Books)
  • Outono: Planeta Satélite número 2 – Ricardo Baptista (Planeta Satélite)
  • Extemporânea:

Melhor Argumento Nacional

  • Inverno: O Penteador – Paulo J. Mendes (Escorpião Azul)
  • Primavera: Desvio – Ana Pessoa (Planeta Tangerina)
  • Verão: Balada para Sophie – Filipe Melo (Tinta da China)
  • Outono: Planeta Psicose – Ricardo Santo (Escorpião Azul)
  • Extemporânea:

Melhor Ilustração Nacional

  • Inverno: O Penteador – Paulo J. Mendes (Escorpião Azul)
  • Primavera: Weak – Kachisou (Bubok)
  • Verão: Balada para Sophie – Juan Cavia (Tinta da China)
  • Outono: Planeta Psicose – Ricardo Santo (Escorpião Azul)
  • Extemporânea:

Melhor Antologia Nacional

  • Inverno: Pentângulo #3 (Chili Com Carne)
  • Primavera: TLS Series vol. 4: Raízes (A Seita)
  • Verão: Umbra n.º 2 (Umbra)
  • Outono: (não atribuído)
  • Extemporânea:

Melhor BD Curta Nacional editada em Antologia

  • Inverno: “Construção” – Francisco Sousa Lobo (Pentângulo #3 – Chili Com Carne)
  • Primavera: “Sem Cuecas nem Soutien” – Nuno Saraiva (TLS Series vol. 4: Raízes – A Seita)
  • Verão: “Uma aventura C.O.I.J.A.: Camping Gás” – Filipe Abranches, Pedro Moura e Bárbara Lopes (Umbra n.º 2 – Umbra)
  • Outono: (não atribuído)
  • Extemporânea:

Melhor Publicação Estrangeira

  • Inverno: O Pacto da Letargia – Miguelanxo Prado (Ala dos Livros)
  • Primavera: O Castelo dos Animais vol. 1: Miss Bengalore – Xavier Dorison & Félix Delep (Arte de Autor)
  • Verão: Descender vol. 8: A Guerra das Máquinas – Jeff Lemire & Dustin Nguyen (G. Floy)
  • Outono: Shangai Dream – Philippe Thirault & Jorge Miguel (Arte de Autor/A Seita)
  • Extemporânea:

Melhor Argumento Estrangeiro

  • Inverno: A História de uma Serva: novela gráfica (baseada na obra de Margaret Atwood) – Renée Nault (Bertrand)
  • Primavera: O Castelo dos Animais vol. 1: Miss Bengalore – Xavier Dorison & Félix Delep (Arte de Autor)
  • Verão: Descender vol. 8: A Guerra das Máquinas – Jeff Lemire (G. Floy)
  • Outono: Pulp – Ed Brubaker (G. Floy)
  • Extemporânea:

Melhor Ilustração Estrangeira

  • Inverno: O Pacto da Letargia – Miguelanxo Prado (Ala dos Livros)
  • Primavera: Mattéo: Terceira Época (Agosto de 1936) – Jean-Pierre Gibrat (Ala dos Livros)
  • Verão: Monstress vol. 4: Os Escolhidos – Sana Takeda (Saída de Emergência)
  • Outono: Shangai Dream – Jorge Miguel (Arte de Autor/A Seita)
  • Extemporânea:

Melhor Publicação de Humor

  • Inverno: Bia e o Unicórnio vol. 7: Chapéus Há Muitos, Unicórnio! – Dana Simpson (Nuvem de Letras)
  • Primavera: Memórias de um Homem em Pijama – Paco Roca (Levoir)
  • Verão: Baby Blues vol. 37: Vá para Fora cá Dentro – Rick Kirkman e Jerry Scott (Bizâncio)
  • Outono: Vida de Adulta – Raquel sem Interesse (Suma de Letras)
  • Extemporânea:

Melhor Série de Publicações

  • Inverno: Descender – Jeff Lemire & Dustin Nguyen (G. Floy)
  • Primavera: Verões Felizes – Zidrou & Jordi Lafebre (Arte de Autor)
  • Verão: Harrow County – Cullen Bunn & Tyler Crook (G. Floy)
  • Outono: Deuses Americanos (baseada na obra de Neil Gaiman) – P. Craig Russell & Scott Hampton (Saída de Emergência)
  • Extemporânea:

Melhor Edição

  • Inverno: Druuna Tomo 4: Planeta Esquecido | Clone – Paolo E. Serpieri (Arte de Autor)
  • Primavera: Blake e Mortimer: O Último Faraó – François Schuiten, Jaco Van Dormael & Thomas Gunzig (ASA)
  • Verão: Rever Paris (edição integral) – Benoît Peeters & François Schuiten (Levoir)
  • Outono: Druuna Tomo 5: Aquela que vem do Vento – Paolo E. Serpieri (Arte de Autor)
  • Extemporânea:

Melhor Reedição

  • Inverno: O Morro da Favela – André Diniz (Polvo)
  • Primavera: Batman: Asilo Arkham – Grant Morrison & Dave McKean (Levoir)
  • Verão: Corto Maltese: Fábula de Veneza – Hugo Pratt (Arte de Autor)
  • Outono: Alice: Edição Especial – Luís Louro (Ala dos Livros)
  • Extemporânea:

O anúncio das Nomeações Extemporâneas dos Prémios Bandas Desenhadas 2020 será realizado no início de março de 2021.

One thought on “Prémios Bandas Desenhadas 2020: Nomeações de Outono

  1. Boa tarde, Nuno.

    Começo por parabenizar-te por um dos blogs portugueses de referência sobre BD. Além das tuas opiniões, que estimo e valorizo, desde há vários anos.
    Contudo, não entendo o comentário à edição especial da “Alice” e, por mera “curiosidade académica” de um interessado da BD, gostaria de perceber como é que “extras” não vão de encontro às preferências de alguém (neste caso os jurados)… Um “extra”, por definição, é algo que, abnegadamente, autor(es) e editor(es) disponibilizam aos leitores além da obra per se.
    No caso da “Alice” são 16(!) páginas, com uma montagem harmoniosa de esboços, fotografias, notas manuscritas, etc. Para mim (e seguramente para a maioria dos leitores), não há melhor “extra” do que aquele que me permite conhecer um bocadinho do processo criativo do(s) autore(s). E nisso, bem como noutras coisas, aquelas 16 páginas constituem um puro deleite.
    Existe, ainda a interactividade que foi fomentada com a possibilidade dos fãs interagirem com o autor, colocando perguntas sobre a obra. E vê-las publicadas.
    A qualidade da encadernação, a capa em tecido, debruada a prata, o poster, o fotolito…
    Sinceramente, não percebo e gostaria que me esclarecesses esta dúvida “académica”: se esta não é uma reedição memorável, o que é que eu ando a perder?
    Gostaria que me desses um exemplo de uma reedição de BD mais cuidada e com melhores extras que a “Alice”. E até “dou de barato” não ser portuguesa. Porque (infelizmente!), portuguesas… Convenhamos…
    Aguardo o teu esclarecimento, deixando-te saudações bedéfilas.

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