O 11.º volume de Clássicos da Literatura em BD.
Um dos elementos da campanha de marketing da coleção Clássicos da Literatura em BD da Levoir, em parceria com a RTP, foi o anúncio da inclusão de dois clássicos portugueses na mesma. Deste modo, a anunciada série de 14 números publicaria 12 livros selecionados da coleção de 48 tomos da série francesa Les grands classiques de la littérature en bande dessinée da Glénat com o periódico Le Monde e a rádio France Bleu, bem como esses dois inéditos baseados em romances portugueses.
Os Maias de Eça de Queirós é o primeiro deles e foi inicialmente anunciado como o 5.º volume da série, que seria publicado em novembro de 2020. Com um atraso de 9 meses e ostentando afinal o número 11 na lombada, Os Maias é finalmente distribuído no dia 24 de agosto.
O ilustrador contratado para o adaptar, desenhar e colorir foi Canizales. Nascido em Cali, Colômbia, em 1972, estudo Belas Artes no seu país natal e animação em Espanha, o país onde reside. A maioria da sua bibliografia está ligada a livros infantis ilustrados, tendo já sido galardoado com diversos prémios nessa área (incluindo a obra Bonita, editada em Portugal pela Livros Horizontes em 2019). Professor de ilustração e desenho gráfico na Escola de Arte e Desenho de Palma de Maiorca, dedicou-se também à direção de arte, animação, publicidade e desenho de personagens, bem como à banda desenhada. No que toca à BD, participou em diversos números de publicações antológicas, como Rifirafe (Ultima Hora), Coma (Recerca Editorial), Esquitx (APPEC – Associació de Publicacions Periòdiques en Català) ou TOS (Astiberri). Participou ainda no livro antológico Cada dibujante es una isla (Inreve Ediciones, 2008). O seu primeiro álbum de BD a solo foi Amazona (Nuevo Neve, 2019). É ainda o autor da obra Como Elaborar Cómics con Perspectiva de Género: ilustrando la realidad de la población refugiada de Palestina (UNRWA Illes Balears, 2018).
Tal como os restantes livros desta coleção, este volume também apresenta um dossier final, com a biografia do autor do clássico adaptado, o percurso da obra e o contexto histórico, tendo o mesmo sido elaborado por José Vieira e as imagens constantes do dossier sido cedidas pela Fundação Eça de Queiroz e pelo Museu Rafael Bordalo Pinheiro.
Não é de estranhar que a primeira obra portuguesa escolhida para integrar a coleção tenha sido Os Maias, publicada integralmente em 2 volumes (com um total de 925 páginas) pela portuense Livraria Chardron (atual Lello) em 1888. Tendo esta obra sido integrada no currículo do ensino secundário há décadas, não tinha disponível uma adaptação em BD no mercado. Inclusivamente, o nosso site já tinha sido contactado há alguns anos por um dos principais grupos editoriais nacionais, para confirmar esse facto. Basta pensar na quantidade de obras adaptadas que, por exemplo, Os Lusíadas tem tido no mercado nacional (sejam livros infantis, juvenis, ilustrados, BD, etc), para facilmente se perceber o interesse potencial das editoras por estas adaptações. Mesmo que apenas aflorem a obra original em questão…
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Eis a sinopse da editora:
Três gerações de Maias, a família cujo destino seguimos nesta obra maior da literatura portuguesa, uma mão-cheia de personagens extraordinárias, com as suas virtudes e os seus (muitos!) defeitos, e a sociedade burguesa da Lisboa de finais de século XIX, simultaneamente tão próxima e tão distante da Lisboa moderna, são a matéria de que é feito este grande romance. Eça de Queirós chamou-lhe “o livro em que pus tudo o que tinha num saco”, sem se dar conta de que tinha assinado o maior romance da literatura portuguesa do seu século, retrato fiel, e por vezes cruel, de uma sociedade bloqueada pela hipocrisia e pelos valores do Romantismo.
Os Maias (baseada na obra de Eça de Queirós)
Canizales
Editora: Levoir
Páginas: 64, a cores
Encadernação: capa dura
Dimensões: 21 x 28,5 cm
ISBN: 9789896828806
PVP: 10,90€
Fundador e administrador do site, com formação em banda desenhada. Consultor editorial freelance e autor de livros e artigos em diferentes publicações.
Um Colombiano?! Não existem autores Portugueses para desenhar esta obra? Levoir cada vez mais a fazer de Portugal uma província espanhola.