Wild West: Calamity Jane

Wild West: Calamity Jane

Nova série da Ala dos Livros.

O outrora démodé género western na banda desenhada tem sido uma aposta constante de algumas editoras nos últimos anos no nosso país. A série de western mais recente é Wild West, da autoria de Thierry Gloris e Jacques Lamontagne, publicada entre nós pela Ala dos Livros e originalmente editada pela Dupuis.

O primeiro número foi lançado no mercado franco-belga em 24 de janeiro de 2020, tendo o segundo volume sido publicado a 5 de março deste ano.

No primeiro livro, Calamity Jane, os autores romanceiam a origem de Martha Jane Canary-Burke (1852-1903), a lendária mulher do Velho Oeste.

Clique nas imagens para as visualizar em toda a sua extensão:

Eis a sinopse da editora:

Após a Guerra Civil, o movimento em direcção ao Oeste era imparável. Para alguns, o vasto território era sinónimo de riqueza e novas oportunidades. A linha férrea, em construção, significava novas oportunidades e enriquecia muitos. Mas nem todos os que se aventuravam na travessia do vasto continente americano conseguiam chegar ao seu destino.
Num bordel em Omaha, Martha tem 16 anos e está suficientemente desesperada para se tornar prostituta. É então que conhece o caçador de recompensas Wild Bill Hickok, que lhe revela uma verdade simples: o Velho Oeste não é lugar para quem tem um coração mole. Mas em contrapartida, a liberdade está ao alcance de todos. Basta um colt, alguns cartuchos e vontade de usá-los. Com isso, até uma donzela aparentemente frágil se pode libertar das garras de um proxeneta corpulento.
E assim começa a incrível história de Martha Cannary, que viria a ficar conhecida como Calamity Jane, uma das grandes lendas do Velho Oeste.

Thierry Gloris (n. 1974), nascido em Franche-Comté, França, passa a infância a sonhar diante dos álbuns de Astérix, de Gaston Lagaffe ou de Sylvain et Sylvette, dizendo a si mesmo que os seus antepassados eram definitivamente ruivos e muito inteligentes. Depois de um bacharelado científico que tirou para tranquilizar os pais, matricula-se na Faculdade de História onde obtém um DEA (diploma de estudos aprofundados). Reconhecendo que a História, tal como a literatura do século XIX, com autores como Zola, Balzac, Edgar Allan Poe e Maupassant, são uma das suas principais fontes de inspiração, concluirá que, se escrever é fácil, o talento não é inato. Um clique ocorre com o nascimento da sua filha e Thierry Gloris decide realizar o seu sonho de infância: escrever argumentos de banda desenhada. Depois de ter visto o trabalho de Mickaël na net e de ter ficado seduzido pelo seu universo, Thierry envia-lhe um argumento: surgem assim as primeiras pranchas da futura série Codex Angelique, que será publicada pela editora francesa Delcourt. A partir de então, Gloris irá colocar toda a sua imaginação em séries muitas vezes alimentadas pela História e todas elas caracterizadas pela inventividade. São de sua autoria obras como Waterloo 1911, Malgré nous, Missi Dominici, Souvenirs d’un Elficologue, Aspic, Détectives de l’Étrange (com os primeiros 3 livros ilustrados por Jacques Lamontagne), Tokyo Home, Meridia, Champs d’honneur, Une Génération Française ou Bushido. Com mais de 40 álbuns no seu curriculum, Thierry Gloris tem demonstrado um certo gosto pela História, pelo fantástico, mas também por alguns temas como a identidade e o mistério.

Jacques Lamontagne (n. 1961), natural de Quebeque, no Canadá, começa por desenhar nos cadernos escolares. Em vez de puni-lo, as freiras responsáveis pela sua educação pedem-lhe que represente cenas religiosas no quadro! Um primeiro contrato editorial que lhe rendeu um salário em doces, mas acima de tudo o vírus da publicação. Depois de confirmado o seu gosto pelos livros ilustrados, o pequeno Jacques viaja com Tintin, ri com Gaston, descobre Spirou e considera o presente dos seus autores favoritos como uma espécie de poder mágico inatingível. Jacques descobre rapidamente que também possui esse poder, mas opta por não o exercer imediatamente na banda desenhada. Começa por colaborar em agências de publicidade, onde chega a diretor artístico, mas escolhe desistir para se tornar ilustrador freelance. Trabalha depois com agências de publicidade, editoras e revistas da América do Norte e Europa. Essa multiplicidade de contratos é uma oportunidade para experimentar vários estilos gráficos. Um cliente mostra-lhe o trabalho de um ilustrador popular? Jacques mostra-se capaz de reproduzir a sua técnica, o que rapidamente lhe rendeu uma sólida reputação de artista ultraversátil. Com o seu desenho por vezes realista, por vezes mais redondo, a sua abordagem é semelhante à de Uderzo, um artista que o inspira, capaz de passar do humor à aventura com uma facilidade desarmante… No final dos anos 90, Jacques trabalha para a revista humorística Safarir, onde realiza “Bertrand le rêveur”, um personagem capaz de transformar qualquer cena da vida quotidiana em cena de cinema. Assina igualmente Les Contes d’Outre-Tombe, uma série fantástica que lhe rendeu fãs incondicionais. Trabalhando em simultâneo em capas de vários romances (por exemplo, a série Amos Daragon), Lamontagne impõe-se um outro desafio: tornar-se autor de banda desenhada a tempo inteiro. A internet permite-lhe fazer viajar o seu trabalho e Jacques efectua propostas a editoras europeias. O sucesso da sua primeira série é imediato – Les Druides, publicada pela Soleil, que conta com argumento de Jean-Luc Istin. Em 2009, ainda na Soleil, Jacques Lamontagne faz o argumento da primeira aventura da série Yuna, colocada em imagens pelo desenhador chinês Ma Yi. Em 2010, o primeiro volume da série Aspic, détectives de l’étrange surgiu com a chancela da Quadrants. Escreve, em simultâneo, o argumento de Van Helsing contre Jack l’Éventreur para a coleção 1800. Este díptico irá valer-lhe o prémio Albéric Bourgeois. Jacques Lamontagne publica depois três álbuns de Shelton & Felter nas edições Kennes. Em 2020, na Dupuis, assina o desenho do primeiro volume do western Wild West, com argumento de Thierry Gloris, emprestando o seu traço poderoso a uma certa Martha Jane Canary, que ficará para a história como Calamity Jane…

Wild West vol. 1: Calamity Jane
Thierry Gloris & Jacques Lamontagne
Editora: Ala dos Livros
Páginas: 56, a cores
Encadernação: capa dura
Dimensões: 235 x 310 mm
ISBN: 9789895303991
PVP: 14,90€

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