
Adaptação por Mário André.
Após 3 anos, a chancela Kustom Rats está de regresso. Na verdade, Mário André não tem estado parado, seja enquanto elemento integrante do coletivo Tágide, seja na cocriação e coordenação da Fanzineteca da Biblioteca Municipal de Alpiarça.
A mais recente obra publicada do autor é A Implosão, uma adaptação do romance homónimo de Nuno Júdice, originalmente editado em 2013 pela Dom Quixote. O álbum é apresentado no 32.º festival Amadora BD, no dia 23 de outubro, às 19h30, com uma sessão de autógrafos marcada para o dia 24, entre as 18h00 e as 20h00.
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Eis a sinopse:
Em A Implosão, dois amigos, que há muito não se viam, encontram-se após uma manifestação (em 15 de setembro de 2012) e voltam ao café onde, durante a ditadura, um deles, que parece ser sósia de Lenine, anotava ideias em cadernos secretos, enquanto que o outro, conspirador, traçava planos de luta armada com amigos. Dirigindo-se a uma velha igreja, falam do passado e do presente, e recordam o tempo em que suspeitavam de todos e em que até os aliados mais próximos podiam ser culpados das prisões dos conspiradores. Num velório na igreja degradada, passam a noite a falar de armas escondidas, que visam recuperar para uma nova revolução; de Ângela, que ambos amavam, mas que era namorada de militante instruído no Leste europeu e que, ao voltar, foi preso e virado pela polícia; e do caixão, cujo conteúdo desconhecem – será Ângela? As armas? Ou será a própria Pátria?… Segredos urgentes de revelar pois, ao chegar a madrugada, tudo se irá precipitar!…
Publicado originalmente em 2013, pela D.Quixote, A Implosão foi uma reação do escritor e poeta Nuno Júdice às políticas de austeridade infligidas ao povo português na década passada, apresentando-se, ademais, como um tratado face à condição Europeia no novo milénio, enquanto que, em simultâneo, traça paralelos entre os novos desafios do país e os tempos vividos na ditadura do Estado Novo. Uma obra de teor acutilante e de forte carga simbólica, que pôs a nu os propósitos da política nacional e logrou refletir sobre o futuro sob o mais cru dos filtros, que é cada vez mais pertinente na Europa atual. Inspirado pela obra, Mário André assumiu o repto de levar este manifesto a um novo e mais jovem público através da BD, adaptando A Implosão à narrativa gráfica entre 2018 e 2019, e autoeditando a mesma num álbum.
Mário André é enfermeiro desportivo aposentado e dedica-se à banda desenhada desde 2015. Em 2017, cria o selo editorial Kustom Rats e publica os fanzines Doce Êmese Canibal #1 e #2, A Garra e Comic Pamphlet, colaborando também nos títulos antológicos Venham +5 #10, Ponte #1 e vários números de Outras Bandas, este último sendo uma série de zines editada pelo coletivo informal Tágide, que cofundou em 2019. No mesmo ano, idealizou a Fanzineteca de Alpiarça, que coordena em regime de voluntariado. Foi distinguido com duas menções honrosas nos concursos da BDteca: Salão de Banda Desenhada de Odemira, em 2017 e 2019, e foi nomeado na categoria Melhor Obra Curta do 2.º Prémio Bandas Desenhadas 2020. Atualmente, concluiu o 1.º volume de uma nova coleção de BD baseada em obras de Fernando Pessoa, a publicar em breve.
A Implosão (baseada na obra de Nuno Júdice)
Mário André
Editora: Kustom Rats
Páginas: 96, a preto e branco
Encadernação: capa mole
PVP: 12,00€

Fundador e administrador do site, com formação em banda desenhada. Consultor editorial freelance e autor de livros e artigos em diferentes publicações.