Prémios Bandas Desenhadas 2021: Nomeações de Verão

Prémios Bandas Desenhadas 2021: Nomeações de Verão

As Nomeações de Verão 2021 dos Prémios Bandas Desenhadas.

Como tínhamos anunciado, desvendamos hoje a terceira lista de Nomeados dos Prémios Bandas Desenhadas 2021. As obras elegíveis para as Nomeações de Verão são as constantes dos relatórios mensais referentes ao 3.º trimestre do ano do site Bandas Desenhadas. Apesar das exaustivas avaliações, não foi possível aceder à totalidade das 78 obras publicadas nesse período, estando salvaguardado o direito de poder vir a considerá-las para as Nomeações Extemporâneas finais.

Após muita ponderação, o júri deliberou em nomear a obra Umbigo do Mundo vol. 1: Alma Mãe de Penim Loureiro e Carlos Silva, editada por A Seita, para a categoria de Melhor Obra Nacional com Distribuição Comercial, uma obra de ficção científica que, embora inspirada num grande conjunto de obras em diferentes meios que a antecederam, se destaca pelo cuidado na planificação e ilustração, o que lhe valeu também a nomeação para Melhor Ilustração em Obra Nacional.

Quanto à nomeação para a categoria de Melhor Obra Nacional com Distribuição Alternativa, os jurados nomearam Little Girl de André Caetano, em edição de autor. A fluidez do pincel de Caetano alia-se à sua estreia enquanto argumentista de um livro de banda desenhada numa versão extremamente original do Capuchinho Vermelho, ficando, no final, o leitor a aguardar ansiosamente por mais voos a solo do autor.

No que toca à nomeação de Melhor Argumento em Obra Nacional, a escolhida foi A Aranha, da autoria de Carlos Pais, numa edição da Escorpião Azul. O facto desta fábula ter começado por ser um conto é notório na composição formal desta banda desenhada, o que, em nada, lhe retira valor, sendo ainda de salutar se tratar do primeiro livro de BD do autor.

A obra Ditirambos vol. 2: Abismo, com trabalhos de André Caetano, Carlos Drave, Diogo Carvalho, Francisco Ferreira, Joana Afonso, Nuno Filipe Cancelinha, Raquel Costa, Ricardo Baptista, Sofia Neto e Sónia Mota, revelou-se uma antologia equilibrada quanto às suas diferentes propostas. Em somente 4 páginas, cada autor ou duo de autores explorou géneros, técnicas e abordagens diferentes, que são capaz de provocar o riso, o enternecimento ou a surpresa num pequeno carrossel de emoções. Mais difícil foi eleger entre as diferentes propostas desse livro a nomeada para Melhor BD curta editada em Antologia, acabando os jurados por optar por “Mise en Abyme”, da autoria de Nuno Filipe Cancelinha e Raquel Costa, com a demência como tema.

Quanto às obras estrangeiras, a nomeação para a Melhor Obra Estrangeira foi para 1984 (baseada na obra de George Orwell), de Xavier Coste, editado pela Relógio d’Água. Num formato incomum e com um grafismo por um lado inovador e por outro apelativo, bem como com um ritmo narrativo a roçar a perfeição, Coste criou a sua obra-prima. Se as mensagens de Orwell mantêm-se importantes na estruturação das sociedades atuais, o trabalho gráfico do autor valeu-lhe também a nomeação para Melhor Ilustração em Obra Estrangeira.

No que toca ao Melhor Argumento em Obra Estrangeira, após muita discussão, o júri nomeou a banda desenhada O Combate Quotidiano vol. 1, da autoria de Manu Larcenet e coeditada pela Arte de Autor e A Seita. Trata-se de uma das obras mais importantes do autor, que origina uma clivagem no seu percurso na banda desenhada, com as temáticas abordadas a ultrapassar facilmente as fronteiras do seu país de origem.

A nomeação de Melhor Publicação de Humor recaiu em Diários do Corona #2, da autoria de Bruno Borges, coeditada pela Fojo e O Gorila. Borges continua a brindar os leitores com um dos registos mais interessantes que se podem ler no que toca à epidemia de COVID-19 em Portugal, oferecendo desta vez também a oportunidade de o acompanhar na sua função de professor. Como sempre, acutilante e simultaneamente divertido e preocupante, entre o esgar e o espanto.

A nível da nomeação para Melhor Série, os jurados optaram por Monstress, da autoria de Marjorie Liu e Sana Takeda, editada pela Saída de Emergência. A publicação nacional tem acompanhado paulatinamente a edição norte-americana deste casamento feliz entre a art déco e a manga com os comics norte-americanos, onde, entre a invocação do folclore e a cultura popular asiática – em especial, a chinesa de Liu e japonesa de Takeda -, bem como do género fantástico em geral e o steampunk em particular, num universo de personagens repletas de ambiguidades morais e em que a sobrevivência requer um poderoso desejo de viver, é explorada a criação de mulheres agressivas que desejam ser livres para se expressarem como entenderem.

Quanto à Melhor Edição, os jurados nomearam Os Olhos do Gato, da autoria de Alejandro Jodorowsky e Moebius, numa coedição da Arte de Autor e A Seita, atendendo não só à edição de uma importante narrativa gráfica que permanecia inédita no nosso país, mas também às dimensões da publicação, a cor do papel e os textos que a acompanham.

No que toca à Melhor Reedição, foi nomeada Corto Maltese vol. 10: Tango, de Hugo Pratt, editada pela Arte de Autor. um volume em capa dura, com papel e impressão de qualidade, impresso a preto e branco, com um dossier complementar colorido, ofuscando as anteriores edições nacionais desta importante obra da história da banda desenhada.

Nomeações de 2021

Melhor Obra Nacional com Distribuição Comercial

  • Inverno: Discórdia – Nani Brunini (Pato Lógico)
  • Primavera: Os Covidiotas – Luís Louro (Ala dos Livros)
  • Verão: Umbigo do Mundo vol. 1: Alma Mãe – Penim Loureiro & Carlos Silva (A Seita)
  • Outono:
  • Extemporânea:

Melhor Obra Nacional com Distribuição Alternativa

  • Inverno: Palácio n.º 2 – Francisco Sousa Lobo (ed. autor)
  • Primavera: Palácio n.º 3 – Francisco Sousa Lobo (ed. autor)
  • Verão: Little Girl – André Caetano (ed. autor)
  • Outono:
  • Extemporânea:

Melhor Argumento em Obra Nacional

  • Inverno: Palácio n.º 2 – Francisco Sousa Lobo (ed. autor)
  • Primavera: Palácio n.º 3 – Francisco Sousa Lobo (ed. autor)
  • Verão: A Aranha – Carlos Pais (Escorpião Azul)
  • Outono:
  • Extemporânea:

Melhor Ilustração em Obra Nacional

  • Inverno: Mnemosina – André Coelho (Bestiário)
  • Primavera: My Best Friend Lara – Joana Mosi (ed. autor)
  • Verão: Umbigo do Mundo vol. 1: Alma Mãe – Penim Loureiro (A Seita)
  • Outono:
  • Extemporânea:

Melhor Antologia

  • Inverno: Outras Bandas n.º 4 (Tágide)
  • Primavera: Querosene (Chili Com Carne)
  • Verão: Ditirambos vol. 2: Abismo (Ditirambos)
  • Outono:
  • Extemporânea:

Melhor BD Curta editada em Antologia

  • Inverno: “Menino Perdido” – Susana Resende (em Outras Bandas n.º 4 – Tágide)
  • Primavera: “Terra Queimada” – Sofia Neto (em Querosene – Chili Com Carne)
  • Verão: “Mise en Abyme” – Nuno Filipe Cancelinha & Raquel Costa (em Ditirambos vol. 2: Abismo – Ditirambos)
  • Outono:
  • Extemporânea:

Melhor Publicação Estrangeira

  • Inverno: O Castelo dos Animais 2: As Margaridas do Inverno – Xavier Dorison & Félix Delep (Arte de Autor)
  • Primavera: Fahrenheit 451 (baseada na obra de Ray Bradbury) – Tim Hamilton (Relógio d’Água)
  • Verão: 1984 (baseada na obra de George Orwell) – Xavier Coste (Relógio d’Água)
  • Outono:
  • Extemporânea:

Melhor Argumento Estrangeiro

  • Inverno: O Castelo dos Animais 2: As Margaridas do Inverno – Xavier Dorison (Arte de Autor)
  • Primavera: Fahrenheit 451 (baseada na obra de Ray Bradbury) – Tim Hamilton (Relógio d’Água)
  • Verão: O Combate Quotidiano vol. 1 – Manu Larcenet (Arte de Autor | A Seita)
  • Outono:
  • Extemporânea:

Melhor Ilustração Estrangeira

  • Inverno: O Burlão nas Índias – Juanjo Guarnido (Ala dos Livros)
  • Primavera: Apesar de Tudo – Jordi Lafebre (Arte de Autor)
  • Verão: 1984 – Xavier Coste (Relógio d’Água)
  • Outono:
  • Extemporânea:

Melhor Publicação de Humor

  • Inverno: Mika & Patata em D.A.D. – João Gordinho (Black Ink)
  • Primavera: Spaghetti Bros 2 – Carlos Trillo & Domingo Mandrafina (Arte de Autor)
  • Verão: Diários do Corona #2 – Bruno Borges (Fojo | O Gorila)
  • Outono:
  • Extemporânea:

Melhor Série de Publicações

  • Inverno: Rio – Louise Garcia & Corentin Rouge (ASA)
  • Primavera: Peter Pan – Régis Loisel (ASA)
  • Verão: Monstress – Sana Takeda & Marjorie Liu (Saída de Emergência)
  • Outono:
  • Extemporânea:

Melhor Edição

  • Inverno: O Burlão nas Índias – Alain Ayroles & Juanjo Guarnido (Ala dos Livros)
  • Primavera: O Mercenário vol. 10: Gigantes – Vicente Segrelles (Ala dos Livros)
  • Verão: Os Olhos do Gato – Alejandro Jodorowsky & Moebius (Arte de Autor | A Seita)
  • Outono:
  • Extemporânea:

Melhor Reedição

  • Inverno: Armazém Central vol. 1: Marie – Régis Loisel & Jean-Louis Tripp (Arte de Autor)
  • Primavera: O Mercenário vol. 1: O Fogo Sagrado – Vicente Segrelles (Ala dos Livros)
  • Verão: Corto Maltese vol. 10: Tango – Hugo Pratt (Arte de Autor)
  • Outono:
  • Extemporânea:

O anúncio das Nomeações de Outono dos Prémios Bandas Desenhadas 2021, referentes às obras editadas no 4.º trimestre, será realizado a 22 de janeiro de 2022.

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