Por Martin Quenehen e Bastien Vivès.
A Arte de Autor já tem à venda no seu site Corto Maltese: Oceano Negro, estando a sua distribuição no canal livreiro planeada para a próxima semana. Nas palavras da própria editora, trata-se de um álbum controverso, com argumento de Martin Quenehen e ilustrado por Bastien Vivès.
A controvérsia tem por base a premissa imaginada para uma nova série do mítico personagem criado por Hugo Pratt. Ao contrário de Juan Díaz Canalès e Rubén Pellejero, que produziram 3 álbuns cujas narrativas se encaixavam nas definidas por Pratt, o conceito para a nova abordagem por Quenehen e Vivès é outro.
Este novo duo criativo teve como função tornar o personagem contemporâneo com o século XXI, quebrando o fluxo cronológico. Existem muitos personagens na banda desenhada criados há décadas e décadas que pouco ou nada envelheceram nas suas estórias, apesar de vivenciarem as narrativas com realidades próximas das datas de edição das mesmas. Não era o caso de Corto, com uma cronologia plausível para as suas jornadas… Até agora!
Como seria de esperar, se houve quem aplaudisse a criação de um novo Corto para a realidade atual, atendendo às possibilidades que tal origina, houve também quem sentisse que este seria um caminho que nunca deveria ter sido trilhado. Lançado simultaneamente, a 1 de setembro de 2021, no mercado italiano pela Cong SA (a sociedade fundada por Pratt que tem o controlo exclusivo da sua obra) e no mercado franco-belga pela Casterman, a obra foi esta semana publicada no nosso país, podendo os leitores tirar as próprias conclusões sobre a mesma.
A edição nacional é idêntica à versão de luxo da Casterman, a qual incluir um dossier colorida com 14 páginas.
Clique nas imagens para as visualizar em toda a sua extensão:
Eis a sinopse da editora:
Nas águas do Mar da China, o perfil de um conhecido pirata assoma à sombra de uma cabine… Corto Maltese está de volta, embarcado num iate de luxo. Das movimentadas ruas de Tóquio aos picos da Cordilheira dos Andes, o cavalheiro da fortuna persegue um tesouro mítico, disputado por uma sociedade secreta nacionalista e narcotraficantes inescrupulosos… Mas, mais do que nunca, são os sentimentos que levarão o famoso marinheiro a mostrar a sua faceta romântica.
Martin Quenehen, autor de pesquisas históricas – sobre os merovíngios e os bairros populares – e de programas ecléticos de rádio para a cultura francesa (Joana d’Arc, Tupac, Ping Pong …), tem gosto pela investigação. Escreveu o romance Dias tranquilos e o documentário Na trilha dos falsificadores. Quatorze Juillet (Casterman, 2020) é seu primeiro argumento para uma banda desenhada, ilustrado por Bastien Vivès. Segue-se Corto Maltese: Oceano Negro, com o mesmo ilustrador.
Bastien Vivès, nascido em 1984, Bastien Vivès é o líder de uma geração de autores que misturam de bom grado banda desenhada, animação e videojogos. Com Le Goût du chlorlore (prémio Essentiel Revelation em Angoulême em 2009), impõe um estilo, confirmado pelo sucesso público e crítico de Polina (Grande Prémio da Crítica ACBD 2012), Uma Irmã, Le Chemisier e Quatorze Juillet, entre muitas outras obras.
Corto Maltese: Oceano Negro
Martin Quenehen & Bastien Vivès
Editora: Arte de Autor
Páginas: 180, a preto e branco (com caderno final de 14 páginas a cores)
Encadernação: capa dura
Dimensões: 285 x 196 mm
ISBN: 978-989-9094-00-0
PVP: 24,00€
Fundador e administrador do site, com formação em banda desenhada. Consultor editorial freelance e autor de livros e artigos em diferentes publicações.