Arte de Autor em 2022

Arte de Autor em 2022

Os resultados de 2021 e o plano para 2022.

O ano de 2021 foi aquele em que a Arte de Autor atingiu o seu próprio recorde de livros de banda desenhada publicados, atingindo um total de 18 lançamentos, 3 deles em coedição. Tal foi suficiente para que, após se ter ausentado do top 5 das editoras que mais BD editaram em 2020, ter regressado ao mesmo, não para o 5.º lugar, como em 2019, mas para o 4.º lugar. A propósito de tal, “foi uma surpresa“, confessa a editora Vanda Rodrigues. “O nosso plano foi e continua a ser o de publicar bons livros e não o maior número de livros.

O ano de 2021

Quanto aos livros mais vendidos de 2021, de acordo com os dados que a editora dispõe no momento, o álbum duplo Verões Felizes vol. 3: A Fuga | As Giestas de Zidrou e Jordi Lafebre foi a grande escolha do público. Quanto ao Corto Maltese de Martin Quenehen e Bastien Vivès, “o Oceano Negro destaca-se pelo número de livros que temos distribuídos, mas só teremos vendas apuradas durante o 1º semestre deste ano“, adverte Vanda Rodrigues. “Mas acreditamos que vai estar no nosso top 3“.

Quanto à obra que em 2021 não correspondeu às expectativas da editora, foi No Início, Eram Dez… de Pascal Davoz e Callixte, da coleção Agatha Christie. “Pensamos que as vendas estão aquém do esperado por não ser de um dos detetives mais conhecidos – Hércule Poirot e Miss Marple“, refere Vanda Rodrigues. “Aconteceu o mesmo com Os Beresford – Mr Brown, o que demonstra que o grande público prefere claramente os livros dos detetives mais conhecidos, embora estes sejam das melhores adaptações para BD“.

O plano editorial para 2022

Quanto ao plano editorial para 2022, “este semestre, vamos publicar mais 2 livros da Agatha Christie – Hércule Poirot: Crime no campo de Golf, já em janeiro, adaptado pelos mesmos autores do livro Os Crimes do ABC, e Miss Marple: Hotel Bertram pela mesma dupla que adaptou Um Cadáver na Biblioteca“, revela Vanda Rodrigues. Seguir-se-ão Spaghetti Bros 3 de Trillo e Mandrafina, Duke vol. 6: Além da pista, Branco em Redor de Lupano e Fert, Corto Maltese: As Helvéticas e , “bem como a reedição da Balada do Mar Salgado e ainda A vingança do Conde Skarbeck de Rosinski e Yves Sente“.

Quanto à parceria com a cooperativa editorial A Seita, “tem corrido muito bem e certamente será para continuar“, afirma Vanda Rodrigues. “Por agora, temos prevista a publicação em março do segundo volume duplo de O Combate Quotidiano.

Sobre o volume anual de edição de obras em tempo de pandemia, Vanda Rodrigues refere que “os tempos são os que são, mas o nosso plano atual ronda a publicação de 12 a 15 livros por ano. Neste momento, não conseguimos estimar se o mercado de BD vai crescer e a que ritmo, pelo que são importantes as coedições que nos permitem partilhas de custos de experiências e de públicos.

A Arte de Autor, foi, inclusivamente, uma das editoras que não parou de publicar periodicamente banda desenhada desde que a epidemia de COVID-19 atingiu o nosso país. Após 2 anos de experiência, “a aposta foi ganha pois somos das editoras que continuaram a publicar regularmente durante a pandemia e ultrapassado o ano de 2020, que foi extremamente difícil, planeamos 2021 e 2022 com base na experiência adquirida“, afirma Vanda Rodrigues. “O fecho das grandes superfícies e livrarias foi extremamente penalizador, mas o nosso público passou a comprar muito mais online e a encomendar em pequenas papelarias ou livrarias de rua, pelo que temos sentido que o nosso público está estabilizado, confirmando que a nossa aposta foi ganha. O nosso catálogo de publicações centra-se em continuar a publicar as séries em curso e alguma eventual novidade como o integral A vingança do Conde Skarbeck de Rosinski e Yves Sente“.

As nossas vendas pré-pandemia eram dominadas pela Fnac, que representava quase 50%.”, revela Vanda Rodrigues. “Com o encerramento das grandes superfícies, as vendas de 2020 gatinharam e aprenderam a andar impulsionadas pelo online. As de 2021 começaram a correr, pois os leitores voltaram às livrarias assim que abriram, maioritariamente para ver os novos livros e as novas coleções“.

Quanto à realização dos festivais internacionais de BD de Beja e Amadora em 2021, Vanda Rodrigues afirma que “os Festivais permitem o contacto com os leitores, artistas e público em geral e foram claramente uma mais valia a nível de vendas“.

O futuro

Quanto ao seu catálogo não conter obras originais portuguesas, Vanda Rodrigues informa que “claramente, existem editoras com muito mais experiência neste campo que nós e que estão a realizar excelente trabalho a publicar e divulgar os artistas portugueses. Não excluímos essa hipótese, mas não é nem será certamente a nossa aposta“.

Questionada se está nos planos a Arte de Autor voltar a publicar obras de BD de origem não europeia, Vanda Rodrigues salienta que, “por agora a nossa atenção está centrada no franco-belga, mas estamos abertos a novos projetos“.

Quanto ao futuro imediato, com 10 das obras a editar em 2022 já confirmadas, existe ainda espaço para a editora presentear os leitores com revelações sobre as restantes obras que editará este ano.

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