Duas edições e uma reedição com nova capa.
Em outubro, a Arte de Autor editou três novas propostas, sendo uma delas uma reedição com uma nova capa.
Corto Maltese: Nocturno Berlinense
Lançado pela Casterman em setembro deste ano, o 16.º volume da série Corto Maltese, subintitula-se Nocturno Berlinense. Trata-se do quarto volume do duo de autores espanhóis Juan Díaz Canales e Rúben Pellejero, que têm estado incumbidos de prosseguir as aventuras e desventuras do famoso marinheiro de Hugo Pratt desde 2015.
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Eis a sinopse da editora:
Alemanha, 1924. Corto Maltese vagueia pelas ruas de Berlim com o escritor Joseph Roth quando descobre a morte de um velho amigo. O marinheiro seguirá a pista o assassino sobre o pano de fundo de um país convulsionado pela bancarrota, a guerra, o assassinato político, os golpes de Estado e a ameaça incipiente do nazismo. O argumentista Juan Díaz Canales (Blacksad) e o desenhador Rubén Pellejero (Dieter Lumpen) projectam as luzes e sombras da Alemanha entre guerras sobre a silhueta mítica do marinheiro criado por Hugo Pratt.
Juan Díaz Canales nasceu em Madrid em 1972. Desde muito novo que gosta de banda desenhada. Aos 18 anos, começou a trabalhar num estúdio de desenhos animados de nome “Lápiz Azul”, onde conhece Juanjo Guarnido, com quem trava uma grande amizade. Juan continuou a viver em Espanha enquanto Juanjo é contratado pelo novo estúdio que a Disney abriu em Paris. Apesar da distância, começam ambos a realizar um projecto comum que obtém um êxito fulgurante: Blacksad, série da qual acabam por publicar seis volumes e a qual obteve, em Espanha, o Prémio Nacional del Cómic 2014.
Entretanto, Canales estuda Belas Artes na Universidade Complutense de Madrid, tendo decidido, em 1996, fundar a sociedade “Tridente Animación” juntamente com Teresa Valero e outros dois amigos. Desde então, a sua atividade profissional divide-se entre a sua faceta de desenhador de pré-produção para séries de televisão e longas-metragens de animação, e a de argumentista de banda desenhada, a qual inclui obras como Los Patricios (desenhos de Gabor) ou Fraternity (desenhos de José Luis Munuera).
É da sua autoria o livro de BD Como Viaja a Água.
Sob o Sol da meia noite, Equatória e Dia de Tarowean são os títulos já publicados das novas aventuras de Corto Maltese em que presta homenagem à obra de Hugo Pratt, mas integrando o seu cunho pessoal.
Rubén Pellejero nasceu em Badalona (Barcelona – Espanha), em 1952. Desenhador profissional desde 1970, dedica-se à BD a partir de 1982 com a publicação de Historias de una Barcelona. Com argumento de Jorge Zentner, assina as histórias As Memórias de Mr. Griffaton e, mais tarde, FM em Frequência Modulada. Dieter Lumpen surge em 1985. Em 1996, publica O Silêncio de Malka, obra que no ano seguinte obtém, em Angoulême, o Alph’Art para o Melhor Álbum Estrangeiro. Publica ainda L’Impertinence d’un été (com Denis Lapière) e Loup de pluie (com Jean Dufaux), antes de retomar Corto Maltese em parceria com Juan Díaz Canales.
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Corto Maltese: Nocturno Berlinense
Juan Díaz Canales & Rubén Pellejero
Editora: Arte de Autor
Páginas: 72, a cores
Encadernação: capa dura
ISBN: 978-989-9094-15-1
PVP: 22,00€
Os Filhos de El Topo vol. 3: Abelcaim
O terceiro e último volume do tríptico Os Filhos de El Topo, da autoria de Alejandro Jodorowsky e josé Ladröon, foi editado concomitantemente em outubro em França (pela Glénat) e Portugal, cerca de seis anos após o seu início. Relembre-se que o filme El Topo (1970), realizado e interpretado por Alejandro Jodorowsky foi filmado e produzido no México. É considerado um acid western, isto é, um western que combina as ambições metafóricas de westerns conceituados da década de 50 com os excessos do western spagetthi e a contracultura da década de 60. El Topo é recordado pelos seus bizarros personagens, pelas altas doses de simbolismo cristão e de filosofia asiática ou pela polémica cena da violação. Há décadas que Jodorowsky tentava produzir uma sequela do filme. Inicialmente denominado Los Hijos del Topo, o projeto passou a denominar-se a certa altura AbelCaín. A sequela materializou-se em 2016, não nas salas de cinema, mas em banda desenhada, pela mão da editora Glénat, com ilustrações de José Ladrönn. Intitulada Les Fils d’El Topo (Os Filhos de El Topo, em português), constitui-se enquanto uma trilogia, tendo os primeiros dois volumes se denominado Caim e Abel e o terceiro AbelCaim.
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Eis a sinopse da editora:
Enquanto Abel viaja pelo árido Oeste com Lilith e satisfaz os seus desejos extravagantes, eles caem nas mãos dos terríveis homens do Coronel. Este último quer aplacar a sua raiva e infligir-lhes um castigo impiedoso antes de partir de novo para a Ilha Sagrada e os seus menires dourados… Entretanto, Caim, que embarcou numa busca desesperada para curar uma jovem rapariga de uma doença estranha, percebe que a única esperança de a salvar também está na Ilha Sagrada! O destino reunirá os dois filhos de El Topo para uma viagem final, um movido pelo ódio, o outro pelo amor…
Alejandro Jodorowsky, artista polivalente, é um dos maiores argumentistas de banda desenhada, com contribuições maiores nos géneros do fantástico e da ficção científica e na criação de universos místicos inesquecíveis. Simultaneamente escritor, argumentista e poeta místico, Alejandro Jodorowsky nasceu a 17 de fevereiro de 1929 em Iquique, uma pequena cidade chilena. Filho de emigrantes judeus russos em fuga aos pogroms. Deixou o Chile em 1951, indo para Paris. Aí frequenta os surrealistas, escreve rábulas para o Mimo Marceau e também para Maurice Chevalier. Criou o grupo Panique com Roland Topor e Fernando Arrabal, movimento artístico provocador e burlesco, em 1962. Em 1965, Jodorowsky vai viver uma dezena de anos no México. Aí roda dois filmes, El Topo e La Montagne Sacré. Lá inicia também a sua carreira de argumentista de banda desenhada, criando a personagem Anibal 5, desenhada por Manuel Moro. Em 1978, Jodorowsky e Moebius assinam juntos o seu primeiro álbum comum, Les Yeux du Chat, e é dois anos mais tarde que se lançam em Les Aventures de John Difool. Jodorowsky depressa se tornará um dos mais célebres argumentistas de banda desenhada com as séries Alef-Thau (como Arno), Le Lama Blanc, o remake de Anibal 5 e Juan Solo (com Georges Bess), John Difool avant l’Incal (com Zoran Janjetov), Face de lune (com Boucq), La Caste des Méta-Barons (com Juan Gimenez), para citar apenas alguns… Jodorowsky recebeu o Alph’art de Melhor Argumento em 1996, em Angoulême, pelo primeiro volume de Juan Solo. Criou, em 2001, a série de sucesso Bouncer, desenhada por Boucq, cujos volumes 8 e 9 são publicados pela Arte de Autor. Em 2004, começou a aparecer, na Albin Michel e depois na Glénat, a série Borgia, desenhada por Manara. Em 2008, termina a séria Megalex, e inicia um novo ciclo de Alef-Thau, com o desenhador Marco Nizzoli. A partir de 2010, realiza com o desenhador chinês Dongzi Liu a sua nova série Sang Royal, cujo terceiro volume apareceu em 2013. Em abril de 2020, a Arte de Autor completou a edição integral da saga Os Cavaleiros de Heliópolis, com desenhos de Jérémy.
José Ladrönn nasceu no México, em 1967. Entre as leituras que o marcaram, cita as Fables Paniques de Jodorowsky ou o Necromicon de H.R. Giger, mas também L’Incal de Jodorowsky e Moebius (que é, para ele, uma obra mágica). Para além da banda desenhada, consagra uma boa parte do seu tempo a uma outra paixão: a pintura. Pinta obras gigantescas, terríveis, sobrenaturais. Em 1996. começa a trabalhar para a Marvel com uma história curta de Blade. Seguir-se-ão Spider-Boy, Cable, Thor, Fantastic Four, e Inhumans, entre muitos outros trabalhos para numerosos editores. Perdidas todas as ilusões perante o ritmo alucinante imposto pelo sistema de produção editorial norte-americano, rompe com os grandes grupos e trabalha para uma publicação independente: Hip Flask. Durante o ano 2000, em Los Angeles, teve um encontro miraculoso como Jodorowsky, de onde sairá a história curta Les Larmes d’or que apareceu no Metal Hurlant n.º 145 em 2004, mas também a realização de um sonho: retomar a personagem de John Difool para um novo ciclo de aventuras. Renova a sua colaboração com o autor chileno, em 2008, para o ciclo Final Incal nos Humanoïdes Associés.
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Os Filhos de El Topo vol. 3: Abelcaim
Alejandro Jodorowsy & José Ladrönn
Editora: Arte de Autor
Páginas: 96, a cores
Encadernação: capa dura
Formato: 232 x 310 mm
ISBN: 978-989-9094-17-8
PVP: 22,50€
Verões Felizes vol. 1: Rumo ao Sul | A Calheta (2.ª edição)
Três anos depois do lançamento em Portugal, a Arte de Autor reedita o seu primeiro álbum duplo (cf. sinopse e previews aqui) da série Verões Felizes, o qual compila os álbuns originais Rumo Ao Sul e A Calheta, A única novidade nesta 2.ª edição é a nova capa. Se a primeira edição ostentava a capa original do 1.º volume, nesta nova edição a editora portuguesa opta por colocar não a capa da 2.ª edição francófona de 2019 mas sim a capa do volume integral francófono que compila os 6 álbuns, lançado pela Dargaud em junho deste ano.
Zidrou (Benoît Drousie) nasceu em 1962, em Bruxelas. Foi professor e, no início dos anos 1990, dedicou-se à escrita de livros e de canções para crianças. Em 1991, conheceu o desenhador Godi com quem criou As Lições do Toninho / O Menino Boavida (L’Elève Ducobu). Começou assim a sua carreira de argumentista de banda desenhada! Assinou diversas séries para crianças e adolescentes, de Crannibales a Tamara, de Scott Zombi a Sac à Puces, e assegurou a continuação de La Ribambelle. É também autor de obras mais realistas, mas não menos sensíveis, como La Peau de l’ours, Lydie, Folies Bergères, La Mondaine, Les 3 Fruits. Em 2015, Zidrou regressou com três novos álbums: em agosto, Le Bouffon, com Francis Porcel; em setembro, uma nova série familiar, Verões Felizes, com Jordi Lafebre; e, em outubro, com P. Berthet, um policial nas regiões remotas da Austrália, Le crime qui est le tien. Em 2016, continuou a escrever as recordações de férias da família Faldéraut em Verões Felizes e anunciou o fim de Veneza em Marina. Em 2017, Zidrou começou a nova série Shi, desenhada por Homs. Em março, escreveu Natures Mortes para o desenhador Oriol. Em Junho, voltaram os Verões Felizes com Jordi Lafebre, para uma terceira recordação de férias. Em setembro, Zidrou narrou as aventuras do Chevalier Brayard, num estilo Monthy Python, desenhadas por Francis Porcel. Em 2018, encontramo-lo na Dargaud com dois volumes de Verões Felizes (um deles, uma surpresa invernal), o terceiro tomo de Shi e também L’obsolescence programmée de nos sentiments com desenhos de Aimée de Jongh.
Jordi Lafebre nasceu em 1979, em Barcelona, onde estudou banda desenhada e belas-artes, antes de dar os seus primeiros passos como desenhador, em 2001. Foi publicado em diversas revistas espanholas, sobretudo na Mister K, dirigida ao público jovem, na qual assinou El mundo de Judy, em colaboração com o argumentista Toni Front. O seu encontro com Zidrou foi decisivo: depois de alguns desenhos na revista semanal Spirou, participou numa obra colectiva escrita pelo argumentista de Ducobu, La vieille dame qui n’avait jamais joué au tennis et autres nouvelles qui font du bien. Em 2010, ambos lançaram um álbum aclamado, Lydie. Em 2014, sempre com Zidrou, lançou La Mondaine, e em 2015, a série Verões Felizes, publicada em setembro. Os volumes 4 e 5 da série familiar protagonizada pelos Faldérault foram publicados em junho e novembro de 2018. Em 2020, é lançado o seu álbum a solo Apesar de Tudo.
Verões Felizes vol. 1: Rumo ao Sul! | A Calheta (2.ª edição)
Zidrou & Jordi Lafebre
Editora: Arte de Autor
Páginas: 112, a cores
Encadernação: capa dura
ISBN: 978-989-9094-16-1
PVP: 23,50€
Fundador e administrador do site, com formação em banda desenhada. Consultor editorial freelance e autor de livros e artigos em diferentes publicações.