A Adopção: O Toque Zidrou! Ou Como Se o Destino Estivesse Escrito nas Estrelas!

A Adopção: O Toque Zidrou! Ou Como Se o Destino Estivesse Escrito nas Estrelas!

Análise de A Adopção: Qinaya | A Garua

Sabem quando tudo encaixa?
Ou quando tudo dá certo?
Sabem quando nos deixamos maravilhar e não nos arrependemos?
Ou quando a satisfação é tal que queremos repetir a dose?
Sabem quando nos sentimos irremediavelmente confortáveis e felizes?

Pois arrisco-me a dizer que é tudo isto (e muito mais) que irão sentir ao ler A Adopção, um álbum sabiamente escrito por Zidrou, o argumentista de Banda Desenhada conhecido por dar às histórias aparentemente simples aquele toque soberbo de maravilhoso que nos mantém encantados pela vida.

Para além de ter lançado as novas aventuras de Ric Hochet após a morte de Tibet, Zidrou é mais conhecido no nosso País pelas séries Verões Felizes e A Fera (ver artigo Marsupilami: Cruel… Ternurento… Poético!), conseguindo sempre aliar-se a desenhadores de primeira água que conseguem exprimir na perfeição toda a emoção das suas histórias.

E é precisamente isso que acontece com a arte de Arno Monin e que podemos contemplar no álbum A Adopção que a Ala dos Livros acaba de publicar (cf. apresentação e previews do lançamento nacional aqui).

Diz o adágio que a vida dá muitas voltas, e é em cada volta, em cada pormenor, que essa vida se revela um contínuo, como se o destino estivesse escrito nas estrelas…

Vamos à história!

O dia começou ensolarado e pacato. Era a hora da missa. Sem se fazer anunciar, um terramoto devasta a cidade de Arequipa, no sul do Perú. Entre homens, mulheres e crianças, são 37 559 as vítimas mortais.

Do outro lado do Atlântico, a notícia não afecta particularmente o quotidiano de Gabriel, o velho talhante reformado. Na sua acolhedora casa, entre a leitura do jornal e o comentário à mesa do jantar na cozinha, ele e a sua mulher Rysette rapidamente esquecem a tragédia peruana e passam para a segunda dose de rosbife.

A vida dá muitas voltas!

E, rapidamente, a novidade promete alterar-lhes a pacatez dos seus dias. É que o seu filho Alain e a mulher, Lynette, acabam de realizar o seu sonho de ter um filho. A pequena Qinaya viu os pais morrerem no terramoto de Arequipa e agora, órfã, desembarca com Alain e Lynette num aeroporto parisiense. À espera da pequena peruana de olhos grandes e negros está a sua nova família. Todos a recebem calorosamente. Todos? Não!

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