Banda Desenhada portuguesa.
A Colecção Comic Heart é uma coleção da cooperativa editorial A Seita, destinada à publicação de obras de autores portugueses. Após a reformulação da G. Floy em 2019, com a mudança dos negócios para a empresa polaca de Christine Meyer, a Mucha Comics, A Seita prosseguiu com o lançamento dos projetos exclusivos para Portugal, que orbitavam José Freitas na G. Floy, incluindo as coedições com a Comic Heart de Bruno Caetano, pertencendo todos esses livros atualmente ao catálogo de A Seita.
No último trimestre de 2022, A Seita editou mais 6 títulos desta coleção, nomeadamente O Bestiário da Isa de Joana Afonso, Quero Voar de Kachisou, Dragomante vol. 2: Prova de Fogo de Filipe Faria e Manuel Morgado, Macho-Alfa: Parte 2 de Filipe Pina e Osvaldo Medina, A Rainha dos Canibais: Tomo 1 de Miguel Rocha e Uma Chama Imensa de Ricardo Venâncio.
Entretanto, no que toca a séries desta coleção iniciadas em 2021 que não conheceram novos volumes em 2022, a editora já tranquilizou os seus leitores, afirmando que em 2023 surgirão novos volumes de Umbigo do Mundo e Um Homem de Lugar Nenhum.
Bestiário da Isa
Em 2021, Joana Afonso já tinha sido galardoada com o Prémio de Melhor Fanzine / Edição Independente no festival Amadora BD com Bestiário de Isa, uma espécie de preview do que viria a ser o seu próximo livro, onde estava incluído o primeiro capítulo do mesmo. Curiosamente, comparativamente com o zine, o livro mudou ligeiramente o título com o de a dar lugar a da.
Nem sempre é fácil fazer o que se gosta, que o diga a Isa, trabalhadora precária numa firma de controlo de pragas e… monstros, que sonha ser investigadora dos animais bizarros e míticos que povoam o mundo fantástico em que vive. Um dia, recebe Miguel, o seu sobrinho, e irá partilhar com ele uma aventura cheia de acção, terror e sobressaltos, onde só a paixão por estas criaturas os poderá ajudar. Será que no fim deste dia o sonho de Isa estará mais próximo de ser realizado?
O regresso de Joana Afonso, uma das mais aclamadas autoras de BD nacionais, desenhadora de O Baile (com argumento de Nuno Duarte), Living Will (com André Oliveira), autora de Zahna e muitos outros títulos, que assina aqui um álbum de BD divertido e ritmado por uma sequência estonteante de páginas dinâmicas e cheias de surpresas. O Bestiário da Isa é quase que um espelho perfeito onde se reflectem os interesses e os entusiasmos da autora, o seu gosto de desenhar criaturas fantásticas e de nos servir uma banda desenhada que apela a leitores de todos os segmentos e de todas as idades. O primeiro capítulo de O Bestiário da Isa (dos três que a autora tinha concebido) foi inicialmente auto-publicado por Joana Afonso em 2020, e venceu o Prémio Amadora BD para Melhor Edição Independente em 2021.
Este livro é um dos oito títulos incluídos no projeto «Garantir BD», apresentado pela cooperativa editorial A Seita e co-financiado pelo programa Garantir Cultura, que permitiu terminar o álbum e consolidar os três capítulos planeados pela autora num só álbum.
Joana Afonso nasceu em 1989, e é atualmente uma das mais aclamadas autoras de BD portuguesa. Desde muito cedo começou a desenhar e a ler BD, tendo seguido estudos de arte, licenciando-se em Pintura, e mais tarde doutorando-se em Desenho pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, onde leciona. Depois de participar em inúmeros fanzines com curtas de BD, desenha o seu primeiro trabalho maior, o álbum O Baile, com argumento de Nuno Duarte, que venceu venceu o prémio de Melhor Álbum no Amadora BD em 2013. Em 2014, editou o seu primeiro álbum a solo, Deixa-me Entrar, assinou ainda a série Living Will (números 1 a 3, 5 e 7), com argumento de André Oliveira, e lançou em 2018 o álbum Zahna. Fez durante muitos anos parte do coletivo de artistas The Lisbon Studio, tendo participado em alguns dos livros do TLS Series editados pel’A Seita.
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Bestiário da Isa
JOANA AFONSO
Editora: A Seita
Páginas: 72, a cores
Encadernação: capa dura
ISBN: 978-989-53349-3-3
PVP: 16,50€
Quero Voar
Quando, em 2020, a autora algarvia Kachisou, pseudónimo de Cátia Sousa, venceu o Concurso literário Bubok-ptAnime, que se traduziu na publicação do seu livro Weak, apesar das suas conquistas no Japão, era, ingratamente, um nome pouco conhecido em Portugal, seja no que toca aos leitores de banda desenhada em geral, seja aos leitores de manga e BD inspirada nesta em particular. A publicação de Quero Voar, o novo livro de Kachisou, permite que um conjunto maior de leitores tome contacto com o trabalho desta autora.
Kyle sente-se preso, acorrentado pelo seu pai autoritário, numa família religiosa e severa, sente que não consegue abrir as suas asas, ganhar espaço… Voar! O reencontro com o seu amigo de infância, Jack, vai ser o momento da libertação, da fuga. Mas vai ser também o início de algo mais, de uma viagem daquelas que nem sempre acabam bem.
Kachisou, uma autora de banda desenhada vencedora de vários prémios de mangá no Japão, apresenta aqui a sua primeira obra de longo fôlego, um drama de adolescência com um sabor ao mesmo tempo doce e amargo, num estilo entre o realista e a linguagem do mangá japonês. Um livro num registo a preto e branco que inclui algumas das mais belas páginas da BD portuguesa contemporânea.
Este livro é um dos oito títulos incluídos no projeto «Garantir BD», apresentado pela cooperativa editorial A Seita e apoiado pelo programa Garantir Cultura.
Kachisou, nascida em 1994, é uma ilustradora e autora de banda de desenhada nascida em Faro. Totalmente autodidacta, leitora de BD desde muito nova, aos 15 anos descobre as mangas, e depois de ler uma entrevista com a autora Hino Matsuri, decide ser artista de manga. No Japão, arrecadou inúmeros prémios: em 2017 uma primeira conquista, com um Award nominee no Silent Manga Audition 7 (SMA7), e em 2018 no SMA8, atinge o grau de Grand Prix Runner-up. Este último prémio permitiu-lhe a entrada no SMA Masterclass, organizado pela editora COAMIX. Em 2019 voltou a ganhar outros dois prémios no SMA, desta vez num “round Extra”, o prémio Excellence Award Runner-up no SMAEx4, e um Grand Prix Runner-up no SMAEx5. Em 2019, em Portugal, foi a vencedora do concurso Universo Manga 2019 organizado pela Bubok e pelo ptAnime, o que lhe permitiu a publicação do seu primeiro livro, Weak, uma antologia de histórias curtas.
Quero Voar
KACHISOU
Editora: A Seita
Páginas: 124, a preto e branco
Encadernação: capa dura
Dimensões: 16,5 x 24 cm
ISBN: 978-989-53349-2-6
PVP: 15,00€
Dragomante vol. 2: Prova de Fogo
Após o álbum de banda desenhada Talismã (Devir, 2005), Filipe Faria e Manuel Morgado retornariam a sua colaboração no primeiro álbum de Dragomante, intitulado Fogo de Dragão (G. Floy | Comic Heart, 2018). Quatro anos mais tarde, surge o segundo álbum da trilogia Dragomante, Prova de Fogo.
O fogo que outrora ardeu nos dragões ferve agora nas veias dos seus cavaleiros, os Dragomantes, que, com a ajuda dos fiéis Escudeiros, servem como protectores dos reinos. Nereila é uma rara Dragomante que aprendeu a controlar os impulsos que podem fazer dela perigosa — mais perigosa do que qualquer outro. Mas alguém está decidido a levá-la ao limite, e, a menos que Ékión, o seu Escudeiro, lhe possa valer, o mundo irá arder… Este é o segundo volume da trilogia de fantasia heróica, cujo primeiro volume venceu o Galardão Comic Con Portugal BD para Melhor Desenho.
Filipe Faria é um autor português com a fantasia no sangue – jogador fanático de Dungeons & Dragons desde a mais tenra adolescência, começou a escrever aos 16 anos a saga de mais de 600 páginas que lhe viria a valer em 2001 o Prémio Branquinho da Fonseca, e seria publicada no ano seguinte pela Presença sob o título de A Manopla de Kharastan. O sucesso deste primeiro volume acabaria por transformar a primeira história numa série de sete volumes, As Crónicas de Allaryia, já publicadas também no mercado latino-americano, e cujo regresso se adivinha para breve. A convite de Manuel Morgado, Filipe Faria escreveria a história de Dragomante para os desenhos que o artista tinha idealizado antes.
Manuel Morgado, o artista, empenhou-se na arte fantástica há mais de uma década, e tem-se vindo a notabilizar como autor de BD e ilustrador. Depois de ter colaborado com Filipe Faria no livro Talismã, a sua primeira história juntos (editada pela Devir), Manuel Morgado lançou-se recentemente no mercado francês, tendo assinado para a Dargaud Gréldinard, um álbum para uma das mais famosas séries de fantasia de sempre em França, Chroniques de la Lune Noir, com François Marcela-Froideval como argumentista.
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Dragomante vol. 2: Prova de Fogo
FILIPE FARIA, MANUEL MORGADO
Editora: A Seita
Páginas: 56, a cores
Encadernação: capa dura
Dimensões: 21 x 27 cm
ISBN: 978-989-53349-4-0
PVP: 16,00€
Macho-Alfa: Parte 2
Um ano após o lançamento do primeiro volume da tetralogia Macho-Alfa, da autoria de Filipe Pina e Osvaldo Medina, A Seita disponibiliza o segundo volume da saga.
David é o super-herói Macho-Alfa, a única pessoa com superpoderes em todo o mundo, mas… é desempregado, não tem amigos, e foi renegado por uma sociedade que sempre se aproveitou dos seus poderes para travar as suas guerras e tratar dos seus problemas mais complicados. David caiu numa espiral de depressão… será que alguma vez será aceite pela sociedade? Haverá lugar no mundo para um super-herói reformado? E a terapia, será uma solução para os seus super-problemas? E… Pior que tudo… Os super-heróis têm mesmo de pagar segurança social?? O segundo volume de Macho-Alfa apresenta-nos novos protagonistas, mais eventos estranhos, novas situações bizarras… E o mesmo super-herói deprimido e desiludido de sempre!
Osvaldo Medina, nascido em Angola, em Novembro de 73, chega a Portugal no verão de 75. Vive em Lisboa desde então. Começa a desenhar e a ler as BD que havia em casa muito antes de começar a primária. Ainda no ensino secundário começa a fazer “biscates” de ilustração que uma das suas professoras angariava. Em 1997, faz um pequeno curso de animação na produtora Animanostra (onde trabalha até hoje). Lança a sua primeira BD em 2009, A Fórmula da Felicidade, escrita por Nuno Duarte, e desde então assinou alguns dos títulos mais emblemáticos da Nona Arte nacional, entre os quais se podem salientar os dois volumes de Kong the King, e esta série do Macho-Alfa. Começa a dar aulas de animação em 2016 na Universidade Lusófona, sem deixar nunca de trabalhar em animação, publicidade, ilustração e em, basicamente, tudo o que envolva desenho.
Filipe Duarte Pina nasce em 1979 e cedo pôs as mãos em videojogos, programando em BASIC algumas experiências para o ZX Spectrum. Cofundador da Seed Studios e da Nerd Monkeys, produziu e lançou videojogos para Playstation, Nintendo DS, PC e mobile. Foi um dos pioneiros da moderna BD portuguesa, na sua qualidade de escritor e argumentista, com destaque para BRK, a BD que assinou com arte de Filipe Andrade e que marcou os anos 2000 do mercado da BD nacional. Mais recentemente, venceu o Prémio Amadora BD para Melhor Argumento de Álbum Português, pela sua curta Monstros (publicada na antologia The Lisbon Studio Series vol. 2: Silêncio), em conjunto com o desenhador Nuno Lourenço Rodrigues, para além de ter assinado esta série do Macho-Alfa.
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Macho-Alfa: Parte 2
FILIPE DUARTE PINA, OSVALDO MEDINA
Editora: A Seita
Páginas: 64, a cores
Encadernação: capa dura
Dimensões: 20 x 28 cm
ISBN: 978-989-53837-1-9
PVP: 16,00€
A Rainha dos Canibais: Tomo 1
Após o reconhecimento da banda desenhada Salazar, Agora, na Hora da sua Morte, com argumento de João Paulo Cotrim e ilustrações de Miguel Rocha (Parceria A. M. Pereira, 2006), o trabalho de Rocha na BD restringiu-se aos livros A Noiva que o Rio Disputa ao Mar, novamente com argumento de Cotrim (C. M. Portimão, 2009), Hans, O Cavalo Inteligente, uma adaptação de Rocha da peça de teatro homónima de Francisco Campos (Polvo, 2010) e A Valquíria e o Inominável, novamente em duo com Cotrim, baseado no filme O Anjo Exterminador de Luis Buñuel (Ao Norte, 2010), para além de participar na obra coletiva Objectivos do Milénio: Vencer os Medos, com argumento de Cotrim (Assírio & Alvim, 2008). Se é verdade que em 2015, a obra Beterraba: A Vida numa Colher foi alvo de reedição (lançada originalmente pela Polvo, em 2003), há 12 anos que não era editada nenhuma obra original sua, o que contrastava drasticamente com a multitude de trabalhos editados nos finais dos anos 90 e primeiro quinquénio do milénio. Esta situação é finalmente alterada com o primeiro tomo da série A Rainha dos Canibais.
“…Não se ponha agora com medos, estes são os territórios virgens! Iremos encontrar toda a espécie de bichos inimagináveis…”
Bárbara acaba de cair numa África sem tempo nem lugar fixos, onde rapidamente se entranhará por territórios misteriosos e míticos, que são também os territórios maravilhosos da imaginação. Aí, ela encontrará K’Merit, uma amazona negra, tribos selvagens e feras bestiais, e, bem mais perigosos e cínicos, colonos, soldados, o seu marido Armando e toda a trupe dos representantes da civilização colonialista com o seu racismo, sobranceria e incompreensão das realidades distantes. Tudo numa sequência arrebatante de aventuras e acção, exotismo e humor, onde vemos também toda a homenagem que o autor faz à BD de aventuras e dos pulps da sua juventude.
Depois de quase uma década passada sobre o seu último livro, Miguel Rocha, um dos maiores e mais aclamados autores de BD nacionais regressa com este seu A Rainha dos Canibais, uma viagem através do colonialismo e do império português, da África imaginada e romantizada, e de um exotismo que lembra o dos pulps, onde este livro vai buscar muita da sua inspiração. Uma viagem feita num espectacular desenho a preto e branco, solto e vibrante, que respira as cores da África mesmo sem que elas apareçam nas páginas do livro, num estilo surpreendentemente novo do autor. Um livro de um humor sardónico e mesmo sarcástico, frequentemente imbuído de nonsense, cheio de crítica mordaz e demolidora aos portugueses do tempo do colonialismo, e à sua hipocrisia e crueldade.
Poderemos ler, então, A Rainha dos Canibais como uma ode, ou antes uma cantiga de escárnio, ao imaginário euro-colonialista, paternalista, imperalista e chauvinista que tanto tempo pautou estas produções. (…) Em suma, o livro de Rocha vasculha todo um corpo de ficções que foram eficazes na construção daquilo que Edward Said chamou de “geografias imaginárias” e que nutrem muitas das ideias feitas ou distorcem a percepção dos factos mesmo nos dias de hoje. A Rainha não é uma “revisitação” tão-somente, “homenagem” ou “recuperação”, mas antes um gesto de desmontagem sarcástica desse mesmo imaginário através de uma estrutura quase absurda.
– Pedro Moura
Miguel Rocha, publicitário, ilustrador e autor de banda desenhada, nasceu em 1968, em Lisboa. Frequentou um curso de Artes e Técnicas na Escola António Arroio e o curso de Desenho da Sociedade Nacional de Belas Artes. Começou por trabalhar em artes gráficas e publicidade como ilustrador. Só no fim dos anos 90 publicou livros que o revelaram como um dos mais inovadores autores de banda desenhada portuguesa, álbuns como por exemplo As Pombinhas do Sr. Leitão, Borda d’Água, Eduarda, etc… Ao longo dos anos, a solo e em colaboração, desenhou alguns dos livros de BD mais marcantes da atualidade, entre os quais devemos citar Beterraba, que arrebatou os prémios para Melhor Livro e Melhor Desenho no Festival de BD da Amadora de 2004, ou Salazar, Agora, na Hora da sua Morte, em 2006 (com argumento de João Paulo Cotrim). Hans, o Cavalo Inteligente e A Valquíria e o Inominável, ambos de 2010, foram as suas últimas BD durante mais de dez anos, até este A Rainha dos Canibais.
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A Rainha dos Canibais: Tomo 1
MIGUEL ROCHA
Editora: A Seita
Páginas: 208, a preto e branco
Encadernação: capa dura
Dimensões: 200 x 285 mm
ISBN: 978-989-53349-6-4
PVP: 24,00€
Uma Chama Imensa
Uma Chama Imensa, de Ricardo Venâncio, não é uma obra original d’A Seita. Esta banda desenhada tinha já sido publicada na bélgica pela Dupuis na sua coleção Sport Collection, onde distintos autores produziram álbuns baseados nos clubes futebolísticos Arsenal, Barcelona e Standard de Liège. O álbum de Venâncio é o mais recente da coleção, tendo sido originalmente editado em abril de 2022 e sendo dedicado ao S. L. Benfica. É de salientar que em relação à edição francesa, a edição d’A Seita inclui mais 8 páginas de esboços e estudos, bem como uma entrevista com o autor.
Aos 17 anos, Yuri é considerado um médio defensivo muito promissor, e não está longe de assinar o seu primeiro contrato profissional com o Benfica. Infelizmente, uma grave lesão afasta-o dos relvados durante vários meses. Enquanto isso, a sua mãe fica desempregada, a namorada deixa-o, e o clube contrata um novo jogador para o seu lugar… tudo parece perdido. No entanto, uma pequena fagulha vai reacender a chama. Uma chama imensa.
Uma Chama Imensa é uma história sobre futebol, mas não só. É uma história sobre sonhos, mas não só. É uma história sobre pais e filhos, sobre legados, mas não só. É sobre a vida. Mas não só.
O cruzamento entre futebol e banda desenhada tem aqui um dos seus maiores lançamentos, um livro para fãs do Benfica e para fãs de futebol no geral, mas sobretudo para fãs de boa banda desenhada de autores portugueses. Ricardo Venâncio é um dos nomes importantes da BD nacional, e conta já com um título no catálogo d’A Seita, Hanuram: A Fúria, num registo totalmente diferente, o da fantasia heróica. Uma Chama Imensa revela-nos um Ricardo Venâncio completamente à vontade na construção de uma história passada no ambiente do Portugal contemporâneo e do meio futebolístico, mas girando à volta de um conjunto de personagens imediatamente reconhecíveis para os leitores, e com uma linha narrativa focada na vida do dia-a-dia e nos acontecimentos da vida de um jovem jogador de futebol.
Originalmente desenvolvido para a editora franco-belga Dupuis, para a sua prestigiosa colecção Sport, dedicada aos grandes clubes europeus, como o Barcelona, o Arsenal e, naturalmente, o Benfica, este livro permitiu ao autor explorar um estilo de arte mais realista, mais distante de muita da sua produção anterior, assinando aqui um álbum notavelmente bem desenhado e planificado.
E, para aqueles que não conseguem impedir-se de fazer já a pergunta (que todos esperavam), eis o que o Ricardo responde quando lhe perguntam se é fã do Benfica, o clube à roda do qual gira a história do livro:
“Eu sou adepto de dois clubes, Sporting e Belenenses, os dois por razões familiares. Dito isto, a minha “cor” foi completamente irrelevante no processo de criação do livro. Eu sou, antes de mais, um adepto de futebol, que consegue ser imparcial quando é preciso, e como profissional, o meu trabalho era criar uma história que reflectisse o espírito do clube. (…) O futebol sempre fez parte da minha vida. O meu avô jogou futebol amador no Alentejo, o meu pai e o meu irmão mais novo jogaram nas camadas jovens dos Belenenses. Eu podia também ter jogado na adolescência, mas, na altura, ligava a outras coisas e decidi ser artista, e talvez se tenha perdido aí um bom extremo-direito… Grande parte da inspiração para a história veio da experiência do meu irmão, ele sim benfiquista ferrenho, enquanto jogador jovem.”
Este livro é um produto oficial do S. L. Benfica e inclui uma extensa entrevista com o autor ilustrada com inúmeros esboços e estudos preliminares, inéditos na versão original.
Ricardo Venâncio, nascido em Lisboa, é um ilustrador com uma extensa experiência em storyboard de animação e publicidade, ilustração editorial, BD, e design conceptual, com trabalho publicado nos mercados francês, belga, americano e italiano, bem como no mercado nacional. Em 2017, venceu o Galardão BD da Comic Con Portugal para “Melhor Arte” pelo seu livro, Hanuram, o Dourado: A Fúria (editado pela Comic Heart). Este seu Benfica – Une Flamme Immense (no seu título original), publicado pela Dupuis, foi a sua mais recente incursão no mercado europeu de banda desenhada, depois das suas experiências nos últimos anos noutros mercados.
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Uma Chama Imensa
RICARDO VENÂNCIO
Editora: A Seita
Páginas: 72, a cores
Encadernação: capa dura
Dimensões: 20 x 26 cm
ISBN: 978-989-53669-1-0
PVP: 17,00€
Fundador e administrador do site, com formação em banda desenhada. Consultor editorial freelance e autor de livros e artigos em diferentes publicações.