
Undertaker 5: O Índio Branco, de Xavier Dorison e Ralph Meyer.
A Ala dos Livros prossegue a série Undertaker, da autoria de Xavier Dorison e Ralph Meyer, com a publicação do quinto volume, intitulado Undertaker 5: O Índio Branco, o qual tinha sido originalmente editado no mercado francófono em 31 de outubro de 2019. Deste modo, a editora portuguesa vai-se aproximando das edições francesas da Dargaud, tendo sido publicados 6 volumes até ao momento no mercado francófono.




Josephine Barclay, a mulher mais rica de Tucson, está decidida a recuperar o cadáver de Caleb Barclay, o seu filho. Raptado pelos Apaches há já alguns anos e recentemente assassinado, Caleb está enterrado num cemitério Apache, bem no centro das terras interditas do Arizona. Para levar a bom termo tão delicada missão, escolhe o seu futuro marido, Sid Beauchamp que, por sua vez, recorre ao seu antigo colega, Jonas Crow, o único homem suficientemente louco para profanar um túmulo em pleno território índio…
Com Undertaker 5: O Índio Branco, inicia-se um novo ciclo daquele que é já considerado um dos maiores westerns da BD europeia actual. Esta série, difundida em 14 países, entre os quais se inclui Portugal, obteve desde o início da sua publicação em França, em 2015, numerosos prémios e distinções. Salientam-se, o Prix Saint Michel 2015 du Meilleur Dessin, o Prix Le Parisien 2015 de la Meilleur BD, o Prix 2015 des rédacteurs de scenario.com e ainda a distinção Album preferé des lecteurs de BD Gest 2015.
Xavier Dorison nasceu em 1972. Depois de três anos numa escola profissional, durante os quais lançou um Festival de BD, começou a escrever o argumento para o primeiro volume de Troisième Testament (Terceiro Testamento), série desenhada por Alex Alice e publicada pela Glénat. Foi um sucesso. Seguiu-se o trabalho com Mathieu Lauffray no primeiro volume da série Prophet (Les Humanoides Associés, 2000) e, depois, com Christophe Bec, na série Sanctuaire (Les Humanoïdes associés, 2001). Xavier Dorison estabeleceu, em muito pouco tempo, um estatuto firme no mundo da banda desenhada franco-belga, um estatuto confirmado com W.E.S.T. (Dargaud), que escreveu em parceria com Fabien Nury para um dos maiores nomes atuais do realismo, o desenhador Christian Rossi. Mas Dorison não se limitou ao universo da BD. Em 2006, foi lançado o filme Les Brigades du Tigre, uma adaptação da série de TV com o mesmo nome, que Dorison voltou a escrever em parceria com Nury. Em 2007, trabalhou uma vez mais com Mathieu Lauffray em Long John Silver, granjeando de novo um enorme sucesso. Em 2008, a Dargaud convidou Xavier Dorison para escrever o argumento do primeiro volume do Mistério XIII, uma sequela da famosa série XIII. O desenho foi confiado a Ralph Meyer, o que deu início a uma outra colaboração prolífica. Foi então que o par criou a épica história Viking Asgard (Dargaud). E em 2014, com Thomas Allart, Dorison produziu H.S.E. (Dargaud; Europe Comics 2017), um enredo de suspense sobre a possível queda em espiral de uma sociedade ultraliberal. Trabalhador incansável, dedica-se simultaneamente a várias séries, para além de continuar a escrever argumentos para a TV e o cinema. Passando com facilidade do argumento para as séries já mencionadas, e ainda para Le Chant du Cygne (2014, Le Lombard), Red Skin (2014, Glénat) e o seu último e enorme sucesso Undertaker (Dargaud 2015, Europe Comics 2016), Dorison provou a sua habilidade para trabalhar em diferentes géneros, que vão do western ao drama histórico, sem nunca perder a força do argumento e a solidez estrutural que caracteriza o seu trabalho. Não é por isso de admirar que tenha sido chamado a continuar a série Thorgal (Le Lombard), um dos maiores ícones da BD franco-belga de todos os tempos.
Ralph Meyer, nascido em Paris em 1971, era muito novo quando começou a cultivar a sua aptidão e interesse pelo desenho e por histórias. Quando chegou a altura de decidir o que fazer da sua vida, pareceu-lhe natural escolher a banda desenhada. Enquanto insaciável jovem leitor, apreciava o humor de Gaston Lagaffe e as aventuras de Black e Mortimer, bem como os problemas existenciais dos super-heróis vestidos à maneira que povoam as edições mensais de Strange. A sua descoberta do trabalho de Giraud (também Moebius) durante a sua adolescência terá mais tarde uma grande influência no seu próprio trabalho. Com 20 anos, deixou Paris e mudou-se para a Bélgica para seguir o curso de ilustração no Instituto Saint-Luc, em Liège. Após três anos e finalizado o curso, começou a apresentar-se a várias editoras com um número variado de projetos, mas sem sucesso. Em 1996, decidiu apresentar o seu trabalho ao escritor Philippe Tome. Este apresentou a Meyer um argumento particularmente sinistro para trabalhar. Um ano mais tarde, lançam o primeiro volume de Berceuse Assassine, uma trilogia (1997 Dargaud, 2016 Europe Comics). Meyer fundou entretanto, com alguns outros autores, a “Parfois j’ai dur” workshop. Foi aí que realizou Des Lendemains sans Nuages (Le Lombard; Cinebook), que coilustrou com Bruno Gazzotti, sob argumento de Fabien Vehlmann. A seguir, ainda com Vehlmann, iniciou as séries de ficção científica IAN (Dargaud; Cinebook), a qual relata as aventuras de um ser de inteligência artificial, completado com pele e nervos humanos. Em 2008, com Xavier Dorison lançou o primeiro volume da série XIII-Mistery, uma coleção da Dargaud pela qual recebeu, em Bruxelas, o Prémio St. Michel. O ano de 2010 pareceu representar para Meyer uma reviravolta gráfica, ao efectuar Page Noire, com argumento de Denis Lapière e Frank Giroud. Em 2012, ele e Xavier Dorison voltaram a trabalhar juntos nas paisagens nórdicas do díptico Asgard, seguindo-se posteriormente a terceira colaboração na série Undertaker, a qual continua a conhecer junto dos leitores de vários países um crescente sucesso.
Undertaker 5: O Índio Branco
XAVIER DORISON, RAPLH MEYER
Editora: Ala dos Livros
Páginas: 64, a cores
Encadernação: capa dura
Formato: 235 x 310 mm
ISBN: 978-989-9108-21-9
PVP: 17,90€

Fundador e administrador do site, com formação em banda desenhada. Consultor editorial freelance e autor de livros e artigos em diferentes publicações.