
Análise de Go West Young Man
“Vai para Oeste, rapaz!” Este era o incitamento que se ouvia e se lia na propaganda que corria o Leste dos Estados Unidos da América na última metade do século XIX. Era o slogan que impelia os mais jovens a cavalgarem para o Oeste longínquo, o Faroeste, por terras selvagens em direcção à Califórnia. Era o grito que parecia prometer aos imigrantes chegados a Nova Iorque o seu quinhão do sonho americano.
Mas Go West Young Man foi também o título de vários filmes de Hollywood e é hoje o título da obra mais recente de Tiburce Oger, escritor e desenhador francês, aficionado do Western e que, tal como o fizeram muitos imigrantes no século XIX, cavalga agora com o seu grupo de cowboys da 9.ª Arte em direcção ao Oeste selvagem.
Go West Young Man, que a Gradiva agora publica em Portugal (cf. apresentação e previews do lançamento nacional aqui), é um álbum fora do comum. Nele acompanhamos o percurso de um relógio de bolso do Leste para o Oeste americano ao longo de 175 anos, de 1763 a 1938.
Mas o motivo da história não é a única coisa fora do comum. É que, embora o escritor seja sempre o mesmo, o tal grupo de cowboys acima mencionado é composto por alguns dos melhores desenhadores de Western do mercado franco-belga que aqui ilustram 13 histórias a que se acrescenta uma espécie de prefácio e de epílogo a cargo da pena artística do magnífico Paul Gastine já conhecido em Portugal pelo seu álbum O Último Homem (ver artigo Até ao Derradeiro Segundo).
Sigamos então o tique-taque deste relógio de bolso e…
Vamos à história!

1938. Novo México.
A Grande Depressão ainda se faz sentir.
Um carro apressa-se por uma estrada empoeirada, num território que há muito não vê chuva a cair. Dirige-se para um rancho que já viu melhores dias. Do automóvel sai um homem anafado, de ar próspero e testa suada. É um leiloeiro. Espera-o o jovem rancheiro que está prestes a abdicar do sonho da sua vida. Entre os pertences a leiloar está um relógio de ouro que chama a atenção do endinheirado Sr. Clarkston que se interroga sobre as muitas histórias que aquele objecto poderia contar.

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Amante da literatura em geral, apaixonado pela BD desde a infância, a sua vida adulta passa-a toda rodeado de livros como editor. Outra das suas grandes paixões é o cinema e a sua DVDteca.