As Muitas Mortes de Laila Starr: A grande aventura da vida!

As Muitas Mortes de Laila Starr: A grande aventura da vida!

As Muitas Mortes de Laila Starr

Análise de As Muitas Mortes de Laila Starr.

Há quem fale da vida sem mencionar a morte. E há quem fale da morte ignorando a vida.

Mas que vale pensarmos na morte se ignorarmos a vida? A ausência de uma anula a existência da outra. E passaríamos a estar ou a ser ou a flutuar num simples “Nada”.

Por isso, não há vida sem morte, e esta só pode existir na presença da vida.

E assim, tudo parece óbvio, inevitável, predestinado até, nem que seja pelo destino final que nos aguarda a todos.

Mas, e se a morte morresse? Se deixasse de existir? Se todos os prematuros sobrevivessem, as doenças não nos afectassem e os nossos corpos e mentes fossem imunes a desastres, guerras e quejandos?

E a própria Morte, enquanto entidade, o que seria dela?

Pois é a algumas destas questões que responde a dupla de Ram V (argumento) e Filipe Andrade (desenho) na magnífica obra As Muitas Mortes de Laila Starr, publicada originalmente nos EUA pela Boom! Studios em cinco comics e lançada agora em Portugal num único volume pela G. Floy (a sinopse e previews da edição nacional pode ser visualizada aqui).

Mergulhemos então na frenética Bombaim… ou na eficaz empresa que gere todo o panteão dos deuses Hindu e deixemo-nos maravilhar pelo inesperado…

Vamos à história!

As Muitas Mortes de Laila Starr

Final da tarde em Bombaim, no 12.º dia do 12.º mês.

A Sra. Shah está prestes a dar à luz dentro de um táxi apanhado pela hora de ponta no viaduto BKC.

Ao mesmo tempo, a turma de Tecnologias de Informação faz a sua festa de finalistas no sexto andar das Asia Towers. É o último momento em que todos estarão juntos antes de cada um seguir o seu destino. Há uma hora que Dhiraj fala com a bela e distante rapariga. Mas ela parece ausente e os seus pensamentos andam à deriva, imitando o fumo do seu cigarro.

Muito acima das nuvens dos mortais ergue-se a torre de marfim. Sede do panteão dos deuses hindus, é conhecida pelo seu modernismo e pela sua eficácia corporativa. Nesse dia, a Morte sobe no elevador até ao último andar da Torre. Foi chamada, inusitadamente, pelo Provedor de tudo o que era bom. O deus das muitas faces tem uma notícia simples a dar-lhe. Parece que está para breve o nascimento da criança que inventará a vida eterna. Por essa razão, os serviços da morte são dispensados. Depois de muito vociferar, não lhe resta mais do que a resignação. É-lhe atribuído um corpo mortal de modo a que possa viver uma vida mortal após a divindade, envelhecer, sentir dor e gozar dos prazeres da vida.

Entretanto, a Sra. Shan dá à luz na entrada do hospital Amravati. O bebé terá o nome de Darius e está-lhe destinado criar um novo futuro para a Humanidade.

As Muitas Mortes de Laila Starr

Ao mesmo tempo, ainda de cigarro no canto dos lábios, a rapariga da festa atira-se da janela do sexto andar e embate no pavimento com uma violência mortal. É dada como morta no mesmo hospital. Mas vinte minutos depois, a Morte chega ao mundo dos mortais e toma posse do seu corpo. Segundo a identificação que tem no pulso, o seu nome é Laila Starr e agora o seu objectivo é matar o pequeno Darius, antes que ele invente a vida eterna…

As Muitas Mortes de Laila Starr

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