Uma Estrela de Algodão Preto: Nem todos os fins acabam com um pôr-do-sol!

Uma Estrela de Algodão Preto: Nem todos os fins acabam com um pôr-do-sol!

Uma Estrela de Algodão Preto

Análise de Uma Estrela de Algodão Preto.

Uma Estrela de Algodão Preto? Quem gosta de História percebe nela uma certa lógica, uma espécie de padrão pelo qual se sucedem determinados acontecimentos que parecem não poder suceder-se de outra maneira.

Por exemplo, quando pensamos na Fundação da Nacionalidade, parece lógico que D. Afonso Henriques, após ter-se rebelado contra a sua mãe, tenha tomado posse do Condado Portucalense e que ao expandi-lo tenha criado um país. E que, para consolidar as suas fronteiras, tenha lutado contra os mouros e contra Castela. E que o seu filho Sancho I se lhe tenha seguido nos mesmos moldes.

Mas, e se tivesse havido um pacto secreto entre cristãos e muçulmanos que estipulasse a saída faseada destes de território português em troca da não interferência de D. Afonso Henriques e dos seus sucessores nas ambições mouras no resto do Al-Andalus? E se esse pacto escrito fosse agora descoberto? Com certeza que a História de Portugal teria de ser rescrita, pelo menos no que diz respeito aos seus primeiros cem anos.

Agora, imaginem que algo semelhante se tinha passado com a “Stars and Stripes”, a bandeira dos Estados Unidos. E que o segredo é descoberto num velho diário de 1777.

É com esta premissa que Yves Sente (experiente continuador dos argumentos de Thorgal, Blake e Mortimer ou XIII, e criador de O Guardião e de A Vingança do Conde Skarbeck) e o desenhador Steve Cuzor criam Uma Estrela de Algodão Preto, lançado agora em Portugal pela Ala dos Livros, numa cuidada edição que inclui um caderno extra com sete ilustrações do desenhador (cf. sinopse e previews da edição portuguesa aqui).

Convido-vos então a recuarem até Maio de 1944, nas vésperas do desembarque na Normandia e depois mais além, até Janeiro de 1776, meses antes do Dia da Independência.

Vamos à história!

Uma Estrela de Algodão Preto

Estamos em Maio de 1944, numa base Aliada algumas milhas a norte de Douvres, onde as tropas americanas estão estacionadas. E embora o tempo pareça correr lentamente nesta base em território inglês longe dos campos de batalha, desenrola-se uma operação secreta de engodo. O objectivo é manter a aparência que existe aqui um enorme exército apoiado por um grande número de carros de combate que se preparam para invadir França via Calais. Na verdade, os carros de combate não passam de insufláveis que pretendem enganar os aviões espiões alemães, desviando as atenções dos locais onde se darão os desembarques.

Uma Estrela de Algodão Preto

Ocasionalmente, a paz na base é perturbada pelas incursões relâmpago de aviões da Luftwaffe. Mas, não tão ocasionalmente, a paz é perturbada pelas tensões entre militares brancos e o contingente de militares negros estacionados na base. Para estes últimos, a segregação encontra-se a todos os níveis, desde a organização da vida quotidiana na base, à impossibilidade de combaterem e de se tornarem heróis de guerra.

Uma Estrela de Algodão Preto

Lincoln Bolton, Aaron Johnson e Tom Conor são três amigos que se alistaram voluntariamente no dia seguinte ao ataque a Pearl Harbor. Patriotas prestes a dar a vida pela Pátria, recebem da Pátria a segregação. Mas Lincoln está desejoso de mostrar que os negros são tão bons a combater quanto os brancos e o seu ânimo aumenta quando descobre uma notícia acerca da criação pelo presidente Roosevelt de um batalhão de carros de combate composto inteiramente por soldados negros.

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Entretanto, a milhares de quilómetros de distância, encontra-se a irmã de Lincoln, Johanna, estudante de História em Raleigh, na Carolina do Norte. Após a morte da tia, ela herda a sua modesta casa e entre os pertences da velha senhora encontra um diário datado de 1777 que poderá mudar a sua vida, a do seu irmão, a dos negros que combatem na Europa e a própria História dos Estados Unidos. Este diário escrito, por uma certa Angela Brown, conta a história da execução da primeira bandeira americana e do segredo que ela contém.

167 anos depois, em plena Segunda Guerra Mundial, cabe agora a Lincoln, Aaron e Johnson resgatar a bandeira das mãos do sádico Major das SS, Sigurt Schlupf.

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