Lydie: Há nomes que nos marcam para toda a vida!

Lydie: Há nomes que nos marcam para toda a vida!

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Análise de Lydie.

Lydie!

Há nomes que nos marcam para toda a vida. Ou que esperam pacientemente por nós, para nos marcarem. Mas, na verdade, são as pessoas por trás deles a fazê-lo.

Lydie!

Um nome por si só pouco vale. É preciso que se encha de vida, de acções, de sentimentos. E é imprescindível que a conjugação destes crie algo de especial de modo a que esse nome nos marque para toda a vida.

E ainda assim, em alguns casos, é preciso que os Grandes Urdidores o saibam preencher de coisas belas ou de atrocidades indescritíveis. E depois há que tecer ainda o destino da vida, ao estilo enigmático das Nornas ou Fiandeiras nórdicas.

Lydie!

Por trás deste nome está uma mulher simples, com tudo para ser feliz, mas a que esses Grandes Urdidores que são Zidrou (argumento) e Jordi Lafebre (desenho) resolveram cortar um fio de vida no tecido do destino.

Dos dois conhecemos já editada em Portugal pela Arte de Autor a magnífica série Verões Felizes. E de Lafebre a emocionante obra Apesar de Tudo (ver artigo De Tudo o que é Belo…!) Agora, numa parceria Arte de Autor/A Seita, chega ao nosso País Lydie (cf. sinopse e previews da edição portuguesa aqui), título aparentemente pouco apelativo. Mas não se deixe enganar e veja como este nome é preenchido por Zidrou e Lafebre e como, muito provavelmente o vai acompanhar, caro leitor, para o resto da sua vida.

Vamos à história!

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Mesmo no fim do beco Barão Van Dick há muito que foi pintado um mural publicitário para sabão. Anos depois, pela calada da noite, alguém se lembrou de pintar uns bigodes pretos e farfalhudos no bebé sorridente da publicidade. E a coisa pegou! O Barão Van Dick caiu no esquecimento e o beco passou a ser conhecido como “O Beco do Bebé com Bigode”.

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É aqui que vive Camille, uma boa rapariga, ainda que simplória de espírito. E com ela o seu pai Augustin, também conhecido por Papá Tchu-Tchu por ser maquinista de locomotivas.

Um dia Camille aparece grávida e as línguas viperinas que frequentam o café do beco logo se põem a trabalhar.

Mas naquela manhã, Camille vive o pior dia da sua vida. Apesar de todos os esforços do Dr. Fabian, o bebé nasce morto, um bebé que até já tinha nome: Lydie.

Inconsolável, com o desespero a esmagar-lhe o coração, Camille prostra-se diante do nicho que adorna a fachada de uma das casas do beco e que que contém a imagem da Nossa Senhora do Filho Perdido. A chuva cai copiosamente enquanto Camille, ignorando a tempestade, fixa o olhar tresloucado na virgem, como que à espera de um milagre.

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