Spirou: A Esperança Nunca Morre 3, de Émile Bravo.
A ASA publica esta semana Spirou: A Esperança Nunca Morre 3, de Émile Bravo. Foi em 2006 que a editora Dupuis inaugurou uma série intitulada Uma Aventura de Spirou e Fantásio por…, mais tarde também denominada como O Spirou de… O propósito era o de certos autores serem convidados para, não estando dependentes da cronologia do personagem, conceberem o “seu” Spirou.
O primeiro álbum foi publicado em Portugal em julho de 2007 pela ASA, numa coleção dedicada a Spirou lançada com o jornal Público. De seu título Os Gigantes Petrificados, foi assinado pelo duo de autores Yoann e Vehlmann.
Quinze anos volvidos, a ASA regressaria à série, publicando o 4.º volume, subintitulado O Diário de um Ingénuo, da autoria de Émile Bravo (originalmente, editado em 2008). Após este volume, Bravo prosseguiu a história do mesmo, realizando a subsérie A Esperança Nunca Morre… em 4 partes dentro daquela série (que correspondem aos volumes 13, 14, 18 e 19 da série belga, publicados entre 2018 e 2022).
A ASA tinha iniciado a edição desta tetralogia em novembro de 2022, com o lançamento da primeira parte. Quatro meses depois, foi publicada a segunda parte, a qual teve direito a 3 nomeações para os Prémios Bandas Desenhadas no 1.º trimestre deste ano. E, este mês, é publicada a terceira parte, a qual foi originalmente editada no mercado francófono em 2021.
Escrita por uma das figuras mais destacadas do atual panorama da banda desenhada em França, esta é uma obra de grande fôlego (sendo este o terceiro volume de quatro), que constitui um verdadeiro romance literário em BD onde se misturam ação, humor, verdades históricas e reflexões filosóficas.
Émile Bravo nasceu em 1964, em Paris, de pais espanhóis. Cresceu a ler todo o panteão da BD franco-belga (Astérix, Spirou, Tintin, Lucky Luke…) e cedo se sentiu ligado a esse universo. Segue, no entanto, estudo técnicos. Contudo, quando descobre Pratt e toma consciência de que a vida é só uma, decide por fim lançar-se na banda desenhada. Depois de uma autoformação, Émile Bravo encontra o seu grande cúmplice, Jean Regnaud, com o qual publica o seu primeiro álbum de BD, Ivoire, em 1990. A dupla haverá de lançar vários outros álbuns ao longo das próximas décadas. Em 1992, juntou-se ao Atelier Nawak, com Lewis Trondheim, Christophe Blain, David B., Joann Sfar e Fabrice Tarrin. Mais tarde, em 1995, foi um dos fundadores do Atelier des Vosges, juntamente com a maioria dos membros do Atelier Nawak e Frédéric Boilet, Marjane Satrapi e Marc Boutavant. Próximo de vários autores importantes da Editora L’Association, Émile Bravo distingue-se pelo grande respeito que nutre pela tradição e pelos cânones da BD de aventuras para jovens, nomeadamente pelos princípios da linha clara de Hergé, que contribui para reavivar. É aliás nesse contexto que publica em 2008 o incontornável Diário de Um Ingénuo, onde imagina as origens do famoso paquete de hotel criado por Rob-Vel 70 anos antes. Esta aventura narra as aventuras do jovem Spirou no dealbar da Segunda Guerra Mundial e cativou tanto o público como a crítica, não só pela frescura gráfica e narrativa mas também pela sua virulenta e muito pedagógica crítica à guerra. O álbum recebe inúmeros prémios e distinções e o autor decide dar-lhe continuidade em A Esperança Nunca Morre…, mais de 300 páginas divididas por 4 álbuns, que descrevem as aventuras de Spirou durante a ocupação nazi da Bélgica.
Spirou: A Esperança Nunca Morre… (terceira parte)
ÉMILE BRAVO
Editora: ASA
Páginas: 116, a cores
Encadernação: capa dura
Dimensões: 320 x 234 mm
ISBN: 9789892358475
PVP: 19,90€
Fundador e administrador do site, com formação em banda desenhada. Consultor editorial freelance e autor de livros e artigos em diferentes publicações.