Prémios Bandas Desenhadas: Nomeações de Verão 2023

Prémios Bandas Desenhadas: Nomeações de Verão 2023

Nomeações de Verão 2023

As Nomeações de Verão 2023 dos Prémios Bandas Desenhadas.

Como tínhamos anunciado, desvendamos hoje a terceira lista de Nomeados da 5.ª edição dos Prémios Bandas Desenhadas. As obras elegíveis para as Nomeações de Verão 2023 são obras lançadas no 3.º trimestre, identificadas pelo Observatório do site Bandas Desenhadas até à presente data. Apesar das exaustivas avaliações, não foi possível aceder à totalidade das obras publicadas nesse período, estando salvaguardado o direito de poder vir a considerá-las para as Nomeações Extemporâneas finais.

Em primeiro lugar, gostaríamos de fazer uma consideração relativamente à obra Carne para Canhão #1, com trabalhos publicados de 40 Ladrões, Alexandra Saldanha, André Lemos, Amanda Baeza, Ângela Cardinhos, Francisco Sousa Lobo, João Carola, Luís Barreto, Marcos Farrajota, Nuno Pereira de Sousa, Nunsky, Rodolfo Mariano e Rui Moura, editada pela Chili Com Carne, devido à possibilidade de um eventual conflito de interesses com um dos jurados dos Prémios Bandas Desenhadas. Apesar de, nas antologias, bem como nas demais obras de banda desenhada, os jurados analisarem somente as bandas desenhadas e não os demais trabalhos que eventualmente as acompanhem nessa mesma obra (como textos em prosa ou outras ilustrações) e a contribuição do Nuno Pereira de Sousa para esse jornal ser com uma análise a uma obra de banda desenhada e não com uma BD, optou-se por, dado existir essa contribuição de um dos jurados na publicação, não a tornar elegível para as Nomeações de Verão 2023 dos Prémios Bandas Desenhadas na categoria de Melhor Antologia. Espera-se, contudo, que outros galardões nacionais equacionem a mesma. Pelo contrário, de modo a não prejudicar nenhum dos autores de banda desenhada presentes em Carne para Canhão #1, as bandas desenhadas curtas presentes foram consideradas elegíveis para a categoria de Melhor Banda Desenhada Curta em Antologia.

O júri deliberou em nomear O Breve Passado e Outras Histórias de Miguel Santos, uma edição da Escorpião Azul, para a categoria de Melhor Obra Nacional. Esta obra reúne um conjunto de bandas desenhadas curtas do autor com ambiências de ficção científica, algumas delas inspiradas na cultura africana. Como é habitual neste género, quando bem explorado, a obra obriga a uma reflexão não só sobre o presente mas também para onde desejamos caminhar. A obra tem ainda a particularidade de apresentar um generoso conjunto de extras sobre a forma de ilustração, bem como textos introdutórios da autoria de Santos a cada uma das bandas desenhadas compiladas. Os jurados nomearam ainda a obra na categoria de Melhor Argumento em Obra Nacional.

No que toca à Melhor Ilustração em Obra Nacional, a escolha recaiu em Luís Louro em O Corvo VI: O Silêncio dos Indecentes, editada pela Ala dos Livros. Se a competência do trabalho gráfico de Louro já em nada surpreende o leitor de banda desenhada, destaca-se a potencialidade que o seu traço tem para atrair novos leitores para este meio de expressão artística. Ressalva-se ainda a existência de um dossier introdutório à obra.

Quanto às publicações estrangeiras, a nomeação para a Melhor Obra Estrangeira foi para Assombrada de Shaghayegh Moazzami, editada pela Levoir. A autoria iraniana cria um alter ego sob a forma de uma idosa assustadora, personagem digna de aterrorizantes pesadelos, que está constantemente a denegri-la e a mantê-la cativa no país que abandonou. À importante temática, alia-se uma história bem construída e um traço a que o leitor não fica indiferente.

A nomeação para Melhor Argumento Estrangeiro foi para Feynman, escrita por Jim Ottaviani (com ilustrações de Leland Myric), editada pela Gradiva. Esta obra biográfica sobre Richard P. Feynman mostra como é possível construir bandas desenhadas veramente interessantes neste género. O leitor fica não somente a conhecer melhor este Prémio Nobel da Física, como ao seu trabalho e à sua abordagem às questões que o inquietavam, numa obra que não é condescendente para com o leitor.

No que toca à Melhor Ilustração Estrangeira, a banda desenhada Uma Estrela de Algodão Preto, desenhada por Steve Cuzor (e com argumento de Yves Sente), editada pela Ala dos Livros, destacou-se pelo fantástico jogo de sombras que o ilustrador cria, ainda mais visível no dossier final sem a aplicação de cor.

A obra Há Quem Queira que a Luz se Apague, com argumento de Mário Freitas, desenho de Derradé e cores de Beatriz Duarte, editada pela chancela Mário Breathes Comics da editora Kingpin Books, foi nomeada para Melhor Publicação de Humor. Se Freitas tenta homenagear com esta obra os autores de banda desenhada portugueses Derradé e Álvaro enquanto representantes nacionais do humor na BD, a verdade é que a própria banda desenhada se torna uma obra incontornável do género, ademais enriquecida pelas ilustrações do próprio Derradé.

Para a categoria de Melhor Manga foi nomeada Tomie vol. 1 de Junji Ito, editada pela Devir. Com esta publicação, a editora apaga o constrangimento da obra fundadora de Ito, um dos mestres de manga em geral e do terror em particular, se encontrar inédita no nosso país.

Quanto à Melhor BD Infantil, optou-se pela nomeação de Homem-Cão vol. 10: A Mãe dos Vendavais de Dav Pilkey, editada pela chancela Marcador da Editorial Presença. Tal como os restantes volumes da série, este volume contém elementos que são tanto do agrado das crianças, para além da própria banda desenhada: gadgets e invenções, o piscar de olho à BD do subgénero dos super-heróis, violência cartoonesca q.b., flip-o-oramas (animações cíclicas com base em desenhos presentes em 2 páginas, geradas pelo virar para frente e para trás de uma folha), aprender a desenhar personagens passo-a-passo e, claro, o humor, frequentemente repleto de nonsense, para gáudio dos leitores. São ainda abordados temas como o bullying, a perda de um ente querido e o amor nas suas diferentes dimensões – maternal/paternal, amizade e romance.

A obra Stranger Things: O Túmulo de Ybwen de Greg Pak e Diego Galindo, editada pela ASA, foi eleita para ser nomeada na categoria de Melhor BD Juvenil. Os jurados optaram por esta obra que mistura os géneros da ficção especulativa e aventura, numa narrativa original baseada na série televisiva homónima, na qual valores como os da amizade se revelam de grande importância.

Para a Melhor Série foi nomeado Colecção Novela Gráfica VII. É um facto que se trata de uma coleção destinada primordialmente às bancas a um preço que tenta ser moderado, onde a qualidade do papel e, por vezes, as dimensões do formato original são sacrificados. No entanto, saúda-se, após 3 anos, o regresso da coleção, graças à escolha dos títulos, evidenciando que os mesmos não foram selecionados pelas demais editoras nacionais ao longo destes 3 anos, o que, per se, mostra a importância da existência da série.

No que toca à Melhor Antologia, foi nomeada BD Bordalo: Antologia de BD do curso no Museu Bordalo Pinheiro, com trabalhos de Celina AdrianoFrancisco LançaJosé BandeiraLuís GamaMarcius AssisPatrícia FurtadoPedro Rodrigues e Yuri Borgen. Compilando trabalhos produzidos no âmbito do Curso de Banda Desenhada no Museu Bordalo 2023, demonstra o potencial destes agora ex-formandos, ficando os jurados atentos a futuros trabalhos que venham a apresentar.

Pela sua importância, relevância e ausência de resposta da entidade organizadora, os jurados elegeram “Páginas do Meu Diário” de Amanda Baeza na categoria de Melhor BD Curta Editada em Antologia. A banda desenhada foi publicada em Carne Para Canhão #1, editada pela Chili Com Carne. A BD narra a discriminação recente de que Baeza foi alvo. Os que desejarem saber mais sobre o assunto poderão ler o elucidativo artigo de Pedro Moura aqui.

Mau Género, da autoria de Chloé Cruchaudet, editada pela chancela Iguana, foi a obra nomeada para a Melhor Edição. Apesar de apresentar dimensões do formato ligeiramente inferiores à da obra original, salienta-se a qualidade do papel e a presença do caderno de extras com as ilustrações da autora, bem como os importantes excertos de diário e cartas publicados, para além de um posfácio da autoria de Fabrice Virgili e Danièle Voldmane, autores do ensaio histórico La Garçonne et l’Assassinhistoire de Louise et de Paul, déserteur travesti dans le Paris des années folles, a obra em que Cruchaudet se baseou para elaborar a banda desenhada.

Por fim, a categoria de Melhor Reedição das Nomeações de Verão 2023 teve como obra nomeada o 4.º volume da série O Mercenário, subintitulado O Sacrifício, da autoria de Vicente Segrelles. Para além dos acabamentos da edição desta icónica BD pintada a óleo, destaca-se o dossier de 16 páginas, repleto de ilustrações e apontamentos do autor.

Apresenta-se de seguida a lista completa das Nomeações dos Prémios Bandas Desenhadas 2023. Atendendo a que se trata da terceira listagem do ano, estão presentes, para além das Nomeações de Verão 2023, as Nomeações de Inverno e Primavera, estando também anunciadas as datas de divulgação das próximas nomeações.

Nomeações de 2023

Nomeações de Verão 2023
Nomeações de Verão 2023
Nomeações de Verão 2023
Nomeações de Verão 2023
Nomeações de Verão 2023
Nomeações de Verão 2023
Nomeações de Verão 2023
Nomeações de Verão 2023
Nomeações de Verão 2023
Nomeações de Verão 2023

Próximas Datas

Nomeações de Outono dos Prémios Bandas Desenhadas 2023

Entretanto, continuamos a trabalhar na 5.ª edição dos Prémios Bandas Desenhadas, referentes às obras publicadas em 2023. Como é habitual, a data de anúncio dos nomeados referentes às obras publicadas no 4.º trimestre de 2023 mantém-se a 22 de janeiro de 2024. Relembramos os editores e autores que a data-limite para a receção das obras editadas entre 01 de outubro e 31 de dezembro de 2023 é o dia 15 de janeiro de 2024. Para qualquer esclarecimento, podem entrar em contacto com o nosso site.

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