A Esperança Nunca Morre – Do horror a uma doce nostalgia

A Esperança Nunca Morre – Do horror a uma doce nostalgia

A Esperança Nunca Morre

Análise de A Esperança Nunca Morre…, Terceira Parte.

Terror e ternura. Modernidade e nostalgia. Regra geral, quando algo é uma coisa não é a outra. Mas é isso que Émile Bravo continua a fazer nesta terceira parte de A Esperança Nunca Morre uma verdadeira odisseia de Spirou e Fantasio numa Bélgica ocupada pelos alemães durante a Segunda Guerra Mundial.

Apesar de relatar os horrores da guerra e as suas consequências, Émile Bravo continua a oferecer-nos nesta sua tetralogia uma história narrada num tom terno e nostálgico.

Na sequência de Diário de um Ingénuo (nomeado na categoria de Melhor Argumento Estrangeiro nos Prémios Bandas Desenhadas 2022) e das duas primeiras partes de A Esperança Nunca Morre… (ver artigo “Spirou – A Esperança… Apesar de Tudo!“), cuja segunda parte se encontra nomeada nas categorias de Melhor Publicação Estrangeira e Melhor Argumento Estrangeiro nos Prémios Bandas Desenhadas 2023, as Edições ASA continuam a publicação desta imprescindível obra que tem agora como subtítulo Uma partida para o fim (cf. sinopse e previews da edição nacional aqui).

Vamos à história!

A Esperança Nunca Morre

Verão de 1942. Algures na Bélgica.

O luar lança sobre a paisagem a luz dos românticos. A locomotiva puxa uma infinidade de carruagens que cortam a noite com o seu som ritmado e anestesiante. A bordo do comboio, estranhamente apinhado para aquela hora da noite, vão deportados – sobretudo judeus de várias nacionalidades. Mas também vai Spirou e as duas crianças suas amigas – o Louis Pequeno e a Suzanne.

A Esperança Nunca Morre

Exaustos e com fome, os três interrogam-se sobre o que lhes reserva o destino. Mas é só ao conversarem com outros passageiros, que como eles ostentam a estrela de David na lapela, que percebem que o comboio se dirige a um campo de trabalho na Silésia. Uns estão conformados com a sua sorte, mas outros há que se recusam submeter aos nazis.

É só então que Spirou atinge o alcance daquela viagem. Todas aquelas pessoas marcadas com a estrela amarela estão a ser levadas para o Leste para algo bem pior que um campo de trabalho. Spirou sabe que tem de sair dali e levar as duas crianças com ele. Mas as portas e janelas do comboio estão trancadas. Com a ajuda de um pequeno canivete, Spirou consegue destrancar a janela no preciso momento em que a locomotiva abranda ao passar uma ponte. Agarrando nos miúdos, os três saltam no vazio, acabando por cair de cabeça num riacho. Os soldados alemães julgam-nos mortos e o comboio prossegue a viagem. Mas eles acabam por recuperar os sentidos, apenas doloridos e com algumas nódoas negras.

A Esperança Nunca Morre

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