Reedição de Blake e Mortimer: A Conspiração Voronov, da autoria de Yves Sente e André Juillard.
A ASA reedita a banda desenhada Blake e Mortimer: A Conspiração Voronov. Trata-se do 14.º volume da série, escrito por Yves Sente e desenhado por André Juillard.
Lançada originalmente em 22 de janeiro de 2000 pela Éditions Blake et Mortimer, trata-se da 3.ª vez que esta banda desenhada é lançada em Portugal em álbum (tendo também sido serializada na 2.ª série da revista Selecções BD). Tendo sido publicada pela Meribérica em 2000, já tinha sido republicada numa coleção dedicada à série em 2009, resultante de uma parceria da ASA com o Público.
Esta 3.ª publicação em álbum mantém a ilustração da capa da 2.ª edição, apesar do diferente design. A capa é dura, não estando presente a lombada em tecido da coleção ASA/Público (nem, obviamente, o desenho da lombada daquela coleção). Neste novo álbum, também não estão presentes extras.
1957: EUA e URSS se envolvem em uma guerra impiedosa para serem os primeiros no espaço. No cosmódromo de Baikonur, e apesar do perigo das chuvas de meteoros, o general Oufa, comandante militar da base, obriga o professor Llioutchine, chefe do projeto científico, a lançar um foguete. Atingida por meteoritos, a nave cai. A equipa encarregada de resgatar os destroços é exterminada por um vírus misterioso. Moscovo ordena destruir todos os vestígios da praga. Mas o Dr. Voronov, chefe da clínica KGB da base, isola a estirpe que veio do espaço. Ele planeia utilizá-la para assassinar os mestres do Kremlin, segundo ele traidores do pensamento do grande Estaline, e os chefes de estado ocidentais. O seu assistente contrabandeia uma amostra do vírus mortal para o Ocidente. Uma terrível luta contra o tempo começa entre os heróis do mundo livre, o Professor Mortimer e seu amigo Capitão Blake, e o sinistro Voronov, que possui outra arma secreta: um certo Coronel Olrik…
Yves Sente nasceu em Bruxelas em 1964. Com 6 anos de idade, Yves Sente descobre o álbum Tintin no Congo e, aos 11 anos, A Marca Amarela.
Em 1983, termina o curso secundário na High School Arlington Heights, em Chicago, EUA. Em 1986, na Bélgica, obtém o diploma em Direito e publica alguns cartoons. Foi chefe de redação das revistas Hello BD, Jet, Kuifje (a revista Tintin holandesa) e diretor editorial das Éditions du Lombard.
Em 1997, sob anonimato, envia à Dargaud um argumento para a série Blake e Mortimer. Não demorou muito tempo até a identidade deste talentoso argumentista ser descoberta.
Em 2000, é publicado o 14.º álbum da série Blake e Mortimer – A Conspiração Voronov, com argumento de Yves Sente e desenho de André Juillard, que foi muito bem recebido pelo pelo público e pela crítica.
O autor confirma o seu talento de argumentista com A Vingança do Conde Skarbek, desenhado por Rosinsky, pelo qual recebe em 2005 o Prix Meilleur Scénario da Chambre Belge des Experts en Bandes Dessinées. Por proposta de Jean Van Hamme, assume depois Thorgal, também com Rosinsky, e Les mondes de Thorgal – Kriss de Valnor, ilustrado por Giullio De Vita. Continua as histórias de Blake e Mortimer com André Juillard, começando também a série O Guardião, com François Boucq.
Em 2011, deixa as funções na Dargaud-Lombard para se dedicar em exclusivo à escrita, depois de lhe ser confiado por William Vence o novo ciclo de XIII, com Iouri Jigounov. No final de 2017, lança Il S’appelait Ptirou pela Dupuis com Laurent Verron, e Uma Estrela de Algodão Preto com Steve Cuzor.
Em 2018 e 2019, com Peter van Dongen e Teun Berserik, criou os tomos 1 e 2 da aventura de Blake e Mortimer O Vale dos Imortais.
André Juillard nasceu em Paris em 9 de junho de 1948. Muito rapidamente, a paixão do desenho apoderou-se dele. Ainda criança, devora o semanário Tintin. A leitura de Hergé, Jacobs, Martin e Bob De Moor da época de ouro fazem dele um especialista, ainda inconsciente, da linha clara. O manual de história da turma do sexto ano será a sua segunda grande influência, em especial as páginas consagradas à Antiguidade. Ainda não o sabe, mas a sua paixão pela linha clara, a História e as histórias farão dele um autor moderno, sem nunca se esquecer das lições do passado.
Depois de ter acabado o secundário, em 1967, matricula-se nas Artes Decorativas de Paris, onde conhece Martin Veyron e Jean-Claude Denis. Em 1974, estreia-se na Formule 1, com um western com roteiro de Claude Verrien. Este último, escreve para ele Les Aventures chevaleresques de Bohémond de Sanit-Gilles. Os entusiastas esclarecidos adivinham nele já uma grande esperança da banda desenhada realista. Em 1978, desenha «Les Cathares» para a Djinn antes de iniciar uma frutuosa colaboração com Patrick Cothias ao publicar «Masquerouge» em Pif Gadget.
Em 1982, como o mesmo argumentista, publica as primeiras páginas das Sept Vies de l’Épervier que o fazem entrar diretamente para a secção «clássicos da BD contemporânea». Como Jacques Martin fez no seu tempo com Alix, Juillard criou uma nova área da BD histórica realista. Muitos se inspiram nela, alguns verdadeiros talentos, muitos apenas imitadores. Ele, humilde, continua o seu caminho. Como todos os grandes desenhadores, sente que tem asas para, de vez em quando, escrever a história que em seguida desenhará. Principalmente porque, às vezes, sente necessidade de fugir da História, a sua amante preferida. Para À Suivre publica o intimista Cahier bleu que lhe valeu, em Janeiro de 1995, o Prémio de melhor álbum no Festival de Angoulême. No ano seguinte, receberá o Grande Prêmio do mesmo festival.
O primeiro ciclo das Sept Vies de l’Épervier foi concluído após sete álbuns editados pela Glénat. A falta da bela Arianne de Troil é sentida tanto pelos seus criadores como pelo público. A necessidade impõe a sua lei: ela regressará na série Plume-aux-vents, na Dargaud. Se o primeiro ciclo decorre em França, a continuação (4 volumes) apresenta uma América que poderia ter sido francesa. Em 2014, Quinze anos depois, um novo álbum das aventuras de «L’Épervier» inicia um terceiro e novo ciclo da série. Em 2021, sai o segundo título deste ciclo, o último que Juillard desenha antes de o entregar a Milan Jovanovic.
A sombra de Blake e Mortimer acerca-se gradualmente de Juillard. No final dos anos oitenta, as edições Blake e Mortimer contactaram-no para produzir o segundo volume de As 3 Fórmulas do Professor Sato. Mas ele ainda não se sente preparado para um tal desafio. Entretanto, em 1998, criou na Dargaud, com o seu antigo cúmplice Didier Convard, a colecção «Le dernier chapitre», contando a última aventura dos mais famosos heróis da época de ouro da banda desenhada. Obviamente, uma das obras será reservada a Philip Mortimer e Francis Blake.
O momento da verdade chega quando, em 2000, desenha, com base num roteiro de Yves Sente, A Conspiração Voronov. Em 2003, a mesma equipa publica o primeiro volume do díptico Os Sarcófagos do 6.º Continente, seguido um ano depois pelo segundo volume. Juillard continua o seu percurso, criando na mesma coleção O santuário de Gondwana. Em 2016, será lançada uma nova obra de As Aventures de Blake e Mortimer, sempre com a cumplicidade de Yves Sente: O Testamento de William S.
Além de sua participação na série Blake e Mortimer, trabalha com muitos grandes argumentistas como Pierre Christin (Lena, cujo terceiro volume foi lançado em 2020) ou Yann (Mezek e Double 7). Como ilustrador, distinguiu-se sobretudo nas edições Beaulet e também com Daniel Maghen, que publicou uma autobiografia em imagens, Entracte. O seu talento foi celebrado no festival BDFIL de Lausana, em 2008, onde foi o convidado de honra. Uma exposição «Destins-Dessins» foi também dedicada à sua obra.
Blake e Mortimer 14: A Conspiração Voranov
YVES SENTE, ANDRÉ JUILLARD
Editora: ASA
Páginas: 64, a cores
Encadernação: capa dura
Dimensões: 310 x 236 mm
ISBN: 9789892358857
PVP: 15,90€
Fundador e administrador do site, com formação em banda desenhada. Consultor editorial freelance e autor de livros e artigos em diferentes publicações.