Histórias de Fantasmas do Japão

Histórias de Fantasmas do Japão

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Benjamin Lacombe ilustra a obra Histórias de Fantasmas do Japão, da autoria de Lafcadio Hearn.

A Presença publica a obra Histórias de Fantasmas do Japão, da autoria de Lafcadio Hearn (1850-1904), numa edição ilustrada por Benjamin Lacombe. Este livro ilustrado foi publicado originalmente pela Soleil em 27 de novembro de 2019.

A imagem da capa aqui reproduzida não lhe faz justiça, dada a lombada (e um terço da capa e contracapa) ser em tecido..

Tal como The Electric State (ASA), é um livro cujo marketing o tem posicionado enquanto banda desenhada, apesar de não o ser. Como pode ser observado nestas imagens, Lacombe ilustra os dez contos de Hearn com páginas inteiras e páginas duplas que alternam com as páginas em prosa, ou com pequenas ilustrações numa ou noutra página:

Publicado pela Soleil, uma editora francesa que edita quase exclusivamente banda desenhada, este livro integra a coleção Métamorphose BD (existindo ainda uma outra coleção denominada Métamorphose Roman Grafique). A coleção Métamorphose, com a qual Lacombe tem vindo a colaborar com diversas obras, é dirigida por Barbara Canepa (argumentista publicada no nosso país com W.I.T.C.H. e Sky-Doll) e Clotilde Vu.

Da análise dos catálogos das duas coleções, não é simples perceber o que enquadram numa ou noutra designação. Afinal, da Métamorphose BD tanto consta a banda desenhada O Livro das Maravilhas como a obra ilustrada Histórias de Fantasmas do Japão.

Um livro único, de beleza rara, que celebra o Japão. Dez histórias que representam um país, a sua cultura e as suas tradições.
Lafcadio Hearn apaixonou-se de tal forma pelo Japão que ali se naturalizou e viveu, no final do século XIX, deixando um legado de valor incalculável: recolheu, fixou e escreveu as melhores histórias de fantasmas do folclore japonês. Também Benjamin Lacombe se apaixonou pelo Japão, oferecendo-nos agora uma viagem mágica pelas dez melhores daquelas histórias, através das suas ilustrações – delicadas e com uma força incrível, parecem flutuar entre as páginas de texto, espantando e assombrando o leitor.

Benjamin Lacombe é um autor e ilustrador francês nascido em Paris, em 12 de julho de 1982, é um dos principais expoentes da nova ilustração francesa. Em 2001, entrou para a Escola Nacional Superior das Artes Decorativas de Paris , onde frequentou uma formação artística. A par dos estudos, trabalhou em publicidade e animação. Aos dezanove anos, assinou a sua primeira obra de banda desenhada e diversos livros ilustrados. O seu projeto de final de curso, Cerise Griotte, que escreveu e ilustrou inteiramente, é o seu primeiro livro para jovens, publicado pelas Éditions du Seuil em março de 2006. No ano seguinte, foi editado pela Walker Books (nos EUA), sendo selecionado pela prestigiosa publicação semanal Time Magazine como um dos dez melhores livros para os jovens do ano de 2007 nos Estados Unidos da América. Desde então, Benjamin Lacombe escreveu e ilustrou cerca de vinte livros, alguns dos quais traduzidos e premiados em todo o mundo, dos quais se destacam Les Amants Papillons, Généalogie d’une Sorcière, La Mélodie des Tuyaux, Il Était une Fois… ou, ainda, Les Contes Macabres. Expõe regularmente os seus trabalhos em galerias e colabora, nomeadamente, com Ad Hoc Art (Nova Iorque), Dorothy Circus Gallery (Roma), Maruzen (Tóquio), Nucleus (Los Angeles) e Galerie Daniel Maghen (Paris).

Lafcadio Hearn (1850-1904) Nascido em 1850 nas Ilhas Jónicas, Grécia. Patrick Lafcadio Hearn teve um princípio de vida difícil: após o falecimento dos pais, foi criado por uma tia, em Dublin, e, aos dezasseis anos, perdeu uma vista numa brincadeira com os colegas de escola que correu mal. Rejeitado pela família, trocou a Irlanda por Inglaterra e depois por França, antes de se instalar nos Estados Unidos da América, onde se tornou jornalista no Enquirer. Descobriu a cultura japonesa por intermédio de contactos com o embaixador do Império do Japão. Em 1874 – numa época em que os casamentos mistos eram ilegais -, Hearn contraiu matrimónio com Althea «Matthie» Foley, de origem mestiça. Quando esta união foi descoberta, despediram-no e começou a trabalhar para o jornal concorrente, o Cincinnati Commercial. Interessou-se pela cultura crioula de Nova Orleães, tendo publicado, em 1885, um dicionário de provérbios crioulos e uma coletânea de temática culinária. Em 1889, o jornal Harper’s Monthly enviou-o como correspondente para as Antilhas. Após um primeiro romance, Youma, reuniu um grande número de contos tradicionais da Martinica, que foram objeto de diversas obras. Um ano depois, aceitou um convite do seu amigo embaixador do Japão e instalou-se em Yokohama, onde encontrou emprego como jornalista na imprensa anglófona. Hearn casou com a filha de um samurai, Koizumi Stesuko , obtendo a cidadania japonesa com o nome Koizumi Yakumo em 1896. Passou, então, a interessar-se pelas histórias tradicionais japonesas de fantasmas (yokai) e começou a escrever as suas obras sobre o Japão. Viajante inveterado, viveu sucessivamente em Kobe, em Matsue e, ainda, em Tóquio, onde foi nomeado professor na Universidade de Waseda. Grande admirador de Pierre Loti, Hearn foi igualmente tradutor para inglês de Flaubert, Anatole France, Théophile Gautier, Hugo, Maupassant, Mérimée, Nerval e Zola. Morreu em 1904, vítima de doença cardíaca, em Tóquio. Foram-lhe prestadas inúmeras homenagens tanto na literatura e na banda desenhada, como no cinema e na televisão.

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